Cap 70

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“Ela não diz "eu te amo" como uma pessoa normal. Ao invés disso ela irá rir, balançar a cabeça, dar sorrisos e dizer "você é um idiota!". Se ela disser que você é um idiota... você é um homem de sorte!”

                                 How I Met Your Mother

Christopher Von Uckerman

Ao me dar conta da explosão de sentimentos que invade minha alma, ao ponto de avançar o sinal com Dulce, eu paro e peço desculpas a ela.

Mas isso nem é um “problema”, pois o que vejo depois disso me deixa completamente atordoado, revivo em questão de segundos, a cena dos tiros que disparei em Samantha naquele dia… É tão real como como vê-la ali, estirada ao chão, próximo a árvore.
A primeira vez desde a morte dela, que eu passo por algo do tipo.

— Dulce, precisamos sair daqui, vamos voltar para casa ! — Meu tom de voz muda drasticamente, ao me afastar e olhar para o ponto fixo da árvore próxima

— Claro. Mas você está bem ? — Pergunta, ao notar que fiquei estranho de repente

— Sim. Só precisamos ir, esse não é bom lugar para ficarmos — Digo, e a gente se levanta, seguro a  mão dela e nós caminhamos até o carro

— Disse isso pelas memórias do que aconteceu no dia da explosão ? — Questiona, ao entrarmos no carro

— Acredite, foi um dia que eu queria apagar da minha memória — Digo, ao olhar para ela, em seguida volto minha atenção para o volante e seguimos viagem de volta pra casa

— Christopher, nada do que aconteceu foi sua culpa — Tenta me confortar, ao perceber que permaneço inquieto

— Não é sobre essa culpa que está pensando meu bem, mas fique tranquila, eu estou bem — Eu digo, a fim de tranquilizá-la

— Tem alguma coisa que queira me dizer, que eu ainda não saiba ? — Pergunta, enquanto dirijo

— Não pense em nada agora, você está se recuperando, mas eu tenho sim uma coisa para te contar, porém só posso fazer isso quando recuperar totalmente a memória, por enquanto peço que não diga a ninguém sobre essa conversa, é um segredo só meu, vou compartilhá-lo apenas com você — Aviso, estando certo de que esse dia não vai demorar muito a chegar

— Tudo bem, fico feliz em saber que não pretende esconder nada de mim — Ela diz e eu coloco a minha mão sobre a sua perna

— Nunca mais vou mentir para você! É uma promessa — meus olhos encontram os seus por breves segundos, depois voltam a atenção para o trânsito

— Eu agradeço por isso — Afirma, apertando sutilmente a minha mão

— Está se sentindo melhor ? Depois de ter recordado algumas coisas… — Justifico a pergunta

— Na verdade não, sinto umas fisgadas na cabeça e uma leve tontura… Será que a gente pode ir para outro lugar ? Não quero que minha mãe me veja assim, ela vai se preocupar à toa, afinal o médico avisou que me ocorreria esses sintomas… — Explica

— Podemos ir para a minha casa, tudo bem pra você ? — Questiono

— Eu já fui para a sua casa ? — Pergunta, tímida, me fazendo sorrir espontaneamente

— Sim, várias vezes ! — Respondo

— Então tudo bem, podemos ir para lá — Seu sorriso envergonhado me encanta — Vou ligar e avisar minha mãe !

— Faça isso — Beijo o dorso de sua mão, em seguida contorno a rotatória e sigo para minha casa

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