cap 34

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Christopher narrando

Fiquei algumas horas em observação no hospital, minha mãe esteve o tempo todo comigo e sugeriu que eu fosse pra casa dela, mas preferi ficar na minha, quando cheguei, me deparei com a casa toda desarrumada, objetos quebrados e nada no meu guarda-roupa, na mesma hora, peguei o celular e liguei pra Samantha, mas ela não me atendeu, fui a casa dela e não estava, preocupado com Dulce tomei o caminho para sua casa, não era seguro ligar, já que meu telefone está hackeado.

Estaciono o carro no pátio da casa dela e desço, caminho até a porta principal e toco a campainha, a empregada me atende

— Olá Senhor Christopher, bom dia! — Ela me soda

— Bom dia ! Dulce está ? — Pergunto, ao adentrar pelo cômodo da sala

— Não Senhor, ela saiu faz tempo, estava acompanhada do detetive — Diz

— Certo, sabe pra onde foram ? — Pergunto, já que não posso usar o celular

— Ela não me disse, mas acabei ouvindo a conversa sem querer... — Diz, e sua expressão é preocupante

— Então me diz, ela pode estar correndo perigo — Aviso

— Bom é... Parece ter sido alguma coisa com a Mapi, eles estavam no escritório quando eu ia levar o chá, a Senhora Dulce disse que precisava ir ao banco pegar o dinheiro, depois eles poderiam partir para a fazenda da mãe dela ... E foi isso, olha eu não sei se deveria estar te contando, mas sei que são amigos, estou preocupada — Afirma e eu me desespero, ao pensar na possibilidade de Samantha ter sequestrado a filha dela

— Não pode ser ! — Passo as mãos no cabelo — Obrigado por me contar, sabe onde fica a fazenda ? — Pergunto

— Sei sim, mas não seria melhor o Senhor ligar ? Tenho medo dela me despedir ao saber que ouvi essas coisas... — Fica apreensiva

— Fica tranquila, ela não vai te despedir, te dou a minha palavra, não posso ligar, pois meu celular não está aqui, me arranje um papel que vou anotar o endereço — Peço e ela me entrega um bloco de notas, pego a caneta sobre a mesinha de centro e anoto os dados

— Muito obrigado! — Digo e me retiro

Duas horas depois...

A fazenda de Dona Blanca é retirada, mas fica em uma boa localidade.
Ao estacionar o carro do lado de fora do grande portão, consigo ouvir barulho de tiros, olho pelas grades e vejo Dulce com uma arma em mãos atirando em algumas garrafas, ela usa abafadores por isso não ouviu meu carro chegar, o detetive Júlio está ao lado dos "alvos"
Aperto o interfone, e ele me vê, se aproxima de Dulce e faz um sinal, ela olha em minha direção e parece não acreditar na minha presença

Por um momento, e não sei o motivo, sinto ciúmes ao vê-la com ele, o cara é boa pinta, tem a nossa idade e é solteiro, enfim, isso é o menos importante numa hora dessas
— Se contenha Christopher — Digo para mim mesmo

O portão abre, me dando passagem, caminho em direção a Dulce que me olha atentamente, tira os abafadores e descansa os braços ao colocar a arma na cintura, uma visão um tanto "diferente" da que estou acostumado a vê-la

— Christopher! Como soube que eu estava aqui ? Deveria estar descansando ... — A encaro fixamente, o detetive acena cordialmente com a cabeça e se afasta de nós

— Pode me explicar o que está fazendo aqui com essa arma ? — Aponto para sua cintura

— Eu perguntei primeiro — Diz e respira profundamente

— Desculpe — A beijo no rosto e ela me abraça forte

— Ei, o que houve ? Porque está aqui ? — Ela se solta dos meus braços e tenta não demonstrar fraqueza, desvia o olhar
— Dul, olhe pra mim — Peço e ela me encara com os olhos marejados — Onde está Mapi ? — Pergunto diretamente, enquanto a vejo desabar em choro, a envolvo em meus braços e acaricio seus cabelos
— Não posso acreditar que ela tenha sequestrado sua filha — Tento conter as lágrimas

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