Capítulo 40 - A desolação

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Quando foi perto das 7h da manhã, Luna despertou e tinha a cabeça pesada e o pensamento lento devido ao efeito do sedativo. A garota foi recobrando os sentidos e seus pensamentos começaram a assimilar a realidade aos poucos quando se reconheceu em um leito de hospital. Levantou de supetão e não viu ninguém ao redor.

- Meu Deus... não era pesadelo! Era verdade... meu pai, meu pai!

A garota foi ao banheiro e fez uma rápida higiene pessoal. Lavou o rosto, escovou os dentes e se olhava no espelho como que, de alguma forma, tentando entender se poderia ser apenas uma fantasia de sua cabeça.

Enquanto ainda se encarava lembrou da noite passada, de tudo que ouviu e foi exposto ao seu respeito até o momento em que recebeu a notícia da morte do pai.

Eddie adentrou o quarto com um copo de chá na mão e estranhou ver o leito vazio. Olhou para o banheiro e viu que a porta estava cerrada com um facho de luz por baixo. Bateu:

- Luna? Você está aí? Está tudo bem com você?

A porta prontamente se abriu em grande velocidade e uma garota revoltada saiu de dentro encarando Eddie por alguns segundos e passando rápido em direção ao lado de fora. Eddie conseguiu interceptá-la puxando-a pelo braço:

- Luna, espera... onde você vai?

- Me solta, Eddie!

- Luna, espera.... nós temos que conversar!

- Eu não tenho nada pra conversar com alguém que foi tão desleal comigo... Eu só quero sair daqui e falar com a minha mãe. Eu preciso saber o que houve com meu pai, é a única coisa que me importa! Me solta, Eddie!

- Calma, você vai fazer tudo isso! Mas não nervosa desse jeito. Me deixa falar com você primeiro...

- Não tenho nada pra falar com você! Eu já disse pra me soltar!

A garota puxou seu braço tão forte que Eddie precisou soltar a fim de não machucá-la. Luna saiu pelos corredores e perguntou a recepcionista se a mãe havia aparecido. Foi informada que Karen já havia feito o reconhecimento do corpo e que o mesmo já estava sendo encaminhado para o velório.

- Meu Deus!!! Onde vai ser? Isso não pode estar acontecendo...

- Luna, você estava sob efeito de remédios! - Eddie intervém. -  O hospital deu seguimento ao processo do funeral e...

- Vocês não tinham nada que me dar sedativos... Eu sequer pude ver o meu pai, eu preciso vê-lo, eu tenho o direito de me despedir dele! Só quero saber onde está sendo velado.

- Eu te levo...

A garota se virou para Eddie em fúria lhe apontando o dedo em riste:

- Eu não vou a lugar nenhum com você! Eu só quero saber ONDE MEU PAI ESTÁ SENDO VELADO!

- No Green Rest.... - Eddie disse melancólico.

Luna seguiu até a rua e chamou um táxi seguindo para o cemitério Green Rest que ficava próximo a Belltown. Estava tudo acontecendo muito rápido e a garota pensava estar vivendo um pesadelo sendo difícil entender porque tudo acabara daquela maneira.

Chegando ao cemitério, Luna correu até o caixão de Karl Baxter onde desabou em prantos abraçando o corpo do pai.

- Pai... paizinho... por que isso teve que acontecer? Você não poderia ter ido embora sem falar comigo, isso não é justo! Não é justo!

Luna acariciava o rosto gelado e mórbido do pai que parecia ter um semblante de agonia e dor o que deixou a garota ainda mais assustada com os últimos pensamentos que Karl poderia ter tido antes de morrer.

Sirens - todas as coisas mudamOnde histórias criam vida. Descubra agora