"A questão não é, eu não me decidir, se ligou?
Tu não me deixa claro o que é que cê quer também
como é que eu vou adivinhar?
Assim fica difícil pra nós dois."
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NOVA YORK📍
No avião, senti alguém me catucar e tirei o fone do ouvido, encarando a Luiza, noiva do Beltrão.
— O Guilherme foi no banheiro e eu acho que ela tá tendo um pesadelo. — apontou pra Letícia, que estava do lado dela e claramente soando frio.
Soltei meu sinto com rapidez e me levantei.
— Troca comigo. — pedi e ela rapidamente saiu do seu lugar. — Ei, Lele. — puxei seu corpo pro meu, sua cabeça deitando no meu ombro. — Lele, vamo lá. Acorda, princesa. — balancei ela de leve, a sentindo acordar assustada. — Calma, pô. Tô aqui contigo.
— Chico...— Letícia engoliu em seco, perdendo as palavras e eu assenti, entendendo.
— Tô aqui contigo. — repeti e ela olhou pra frente. Segui seu olhar, vendo o Cazé nos olhando.
— Quer uma água? — ele perguntou e ela assentiu. — Toma. — entregou pra ela uma garrafinha pela metade.
— Tá bebida. Não vou beber água com sua baba, que nojo. — Lele fez careta e eu soltei uma risada.
— É da Anna Beatriz.
— Ata, sendo assim, sim. — abriu a garrafinha e quando ia tomar, parou, fechando a garrafa novamente. — Lembrei que vocês são casados e que ela te beija. Não é por mal não, ela é gata, mas beija a sua boca. Não tô afim. — devolveu a garrafa pra ele.
— Se fode então, otaria. — ele pegou a garrafinha e se virou pra frente. Nós dois gargalhamos da cara dele.
— Tá bem? — perguntei a ela, passando a mão na sua coxa, enquanto ela pegava uma garrafinha de água com a aeromoça.
— Tô, bitcoin. Valeu. — Lele bebeu a água. — Depois te dou um agrado.
Lubrifiquei os lábios, sentindo minha boca secar, a ansiedade começando a correr pelo meu corpo, só pelas simples palavras que saíram pela sua boca.
Diaba de mulher.
— Com todo respeito. — peguei a garrafinha da sua mão e comecei a beber.
— Tá nervoso, Bitcoin? — Leticia sorriu, deixando a cabeça cair um pouco pro lado, me analisando.
— Não. Tô esperando ansiosamente pelo agrado. — falei baixinho perto do ouvido dela que sorriu mais ainda.
•••
— Meu caralho! Não acredito que deixei vocês me tirarem do meu sol, do meu calor, do meu Rio de janeiro. — Lele reclamou toda encolhida e dura de frio.
Nós estávamos no Hall do hotel em que iríamos ficar, prontos pra divisão de quarto.
— Beleza, não tem muito o que decidir. A maioria aqui é casal. — Luiz falou e a gente concordou.
