RIO DE JANEIRO📍
Ouvi uma gritaria do lado de fora do quarto que a Letícia estava internada e franzi o cenho. Não me mexi muito na cama, pra não acordar ela. Logo a porta abriu, e a mãe dela passou, junto com a irmã e três enfermeiras.
Carolina chorava igual criança e dona Sônia tava toda vermelha, com a mão no peito, enquanto tentava se acalmar.
— Viu? Eu disse que ela tava bem. — a enfermeira apontou.
— Santo Deus! — dona Sônia colocou a mão na boca.
— Ela tá sedada? — Carolina perguntou, se aproximando da cama.
— Não, tô tentando dormir. — Lele resmungou e eu sorri de lado, tirando meu braço da sua cintura e me levantando.
— Letícia! Por que eu só fui informada agora que você tá desde ontem nesse hospital? — dona Sônia brigou e me encarou.
— Me olha não pô, sai de casa nas pressas, esqueci até o celular. — me justifiquei e ela suspirou.
— Ai, mãe, que drama. — Leticia se sentou na cama.
— Você quase me matou do coração. — Carol sussurrou, enquanto chorava.
Ana Carolina não tinha o mesmo trauma da irmã, mas ainda sim, era um trauma. Pra Letícia, acredito que seja pior, pelo fato dela estar junto com o pai no carro, e de repente, ter que pular dele em movimento, e ver o carro explodindo com seu pai dentro.
— Eu tô bem. — Lele garantiu, abraçando ela. — Quem ligou pra vocês?
— O Guilherme.
— Vocês duas tem que vir, não tá na hora da visita. — o enfermeiro chamou.
— Vão, eu tô bem.
— Um passo de cada vez, meu amor. Não tenta apressar as coisas. Não vai mais fundo do que é capaz. — dona Sônia disse, e deixou um beijo na sua testa.
— Mãe. — Letícia chamou. — Talvez eu esteja noiva. — ela disse com vergonha, e eu sorri.
— Mentira? Ai meu Deus, não acredito! Posso morar com vocês e ganhar lanche todo dia? — Carolina fez biquinho.
— Engraçadinha. — Lele riu, mas logo parou. — Não. Muito tempo perdido, muita transa pra por em dia. Cê não vai querer estar por perto.
— Calma aí, cara. — ri encarando ela.
— Que nojo. Prefiro continuar morando com a minha mãe, que virou até virgem de novo.
— Quem te disse? — dona Sônia olhou pra ela por cima do ombro e a gente arregalou os olhos rindo. — Tô muito feliz por vocês. Parabéns, meu amor. — fungou deixando um beijo na testa da filha e me deu um abraço. — Cuida da minha filha. — ela me pediu num sussurro.
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Jogo sujo | Chico moedas
Romance"A questão não é, eu não me decidir, se ligou? Tu não me deixa claro o que é que cê quer também como é que eu vou adivinhar? Assim fica difícil pra nós dois."