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Entrei no estúdio e caminhei lentamente, onde as fotos estavam sendo feitas

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Entrei no estúdio e caminhei lentamente, onde as fotos estavam sendo feitas.

— Perfeito, Letícia. Agora sorri. — o fotógrafo pediu e ela saiu da pose, olhando pra ele com a maior cara feia. — Tá, não precisa sorrir então. — soltei uma risada baixa e ela me olhou.

— Oi, graças a Deus. Não aguentava mais. — Lele disse e mordeu a parte interna do lábio.

— Letícia? — um homem chamou ela, que se virou, olhando pra ele. Olhei as horas no meu celular e vi que faltavam 7 minutos. — Tudo certo. Foi e sempre é um prazer trabalhar com você. — apertou a mão dela.

— Quanto tempo eu tenho? — Letícia me perguntou.

— 6 minutos. — respondi e ela correu em direção ao banheiro.

Em 5 minutos ela estava pronta do meu lado e se despedindo do pessoal. Nós saímos e eu fiquei nervoso, sentindo ela ficar também.

— Vai dar tudo certo? — Lele me perguntou e eu mordi o lábio inferior.

— Vai. — tentei ser confiante.

— Vamos, não vai ser legal a gente se atrasar.

Nós íamos nos encontrar com a assistente social. Ela ia nos explicar sobre tudo que precisaríamos ter ou fazer para que possamos estar aptos para adoção. O restaurante combinado, era do outro lado da rua.

Desde que eu saí de casa, estava tentando não fumar, para não ficar com cheiro de cigarro e passar uma má impressão. Eu estava nervoso pra caralho, e tava achando que nem ia conseguir comer, mas era comer ou fumar. E comer me parecia a melhor opção. Nós almoçamos na companhia da assistente social e rejeitamos a sobremesa, para que pudéssemos conversar.

— Tô sentindo vocês muito nervosos. — Kaylane riu fraco. — Então, a questão é, as crianças para serem adotadas no Brasil só crescem e as pessoas querendo adotar, só diminui. Atualmente, o número de crianças precisando de um lar, de uma família, é de 3,8 mil. E só cresce. São crianças de todos os gêneros, raças ou etnia. Elas só precisam ser amadas. — suspirei e entrelacei meus dedos com o da Letícia, sentindo ela apertar minha mão.

— Todos abandonados? — perguntei e ela negou.

— Nem todos, Francisco, mas a grande maioria sim. Alguns foram tirados dos pais, por falta de capacitação ou infração das leis do estatuto da criança e do adolescente. Outros perderam os pais... A questão é, nós fazemos o possível para que todos aqueles que querem adotar, consigam. Vou ser bem sincera, o pedido de vocês estava arquivado, por conta de não serem casados ou não terem uma união estável. — Kaylane explicou, colocando o cabelo pra trás.

— E o que mudou? — Lele perguntou e ela suspirou.

— O que mudou foi os números. As crianças aumentaram drasticamente de um tempo pra cá e alguns pedidos estão sendo desenterrados. O que eu quero dizer é, se estiverem dispostos a adoção, o meu trabalho, é ajudar vocês nesse processo. — ela falou e eu troquei olhares com a Letícia.

Jogo sujo | Chico moedasOnde histórias criam vida. Descubra agora