Capítulo 1.

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-- Mãe, mamãe, por favor, não me deixe...—lágrimas vertem de meus olhos e não há nada que eu possa fazer pelo meu garotinho de 8 anos. -- Mãe...—seus cabelos ruivos estão todos bagunçados, seus olhos escarlates escurecidos. Suas mãozinhas se agarram ao meu corpo como se pudesse segurar o sopro da vida em mim.

-- Príncipe herdeiro, precisa deixar sua mãe descansar. —Erick meu mordomo pede.

Como eu cheguei até aqui, Deus?

Essa doença ocorre em todas as minhas entranhas, a doença começou há um ano atrás, como uma tosse, e de lá para cá, só tem piorado. Erick chegou a chamar a curadora do palácio, mas ela disse que não era nada e ia passar. Não tive coragem de contar a minha família. Do mesmo jeito que não tive coragem de contar que esse casamento não é nada como pensei. Que não vivi o conto de fadas como sempre desejei, mas sim, um verdadeiro inferno.

Fui manipulada pela imperatriz viúva, e negligenciada pelo meu próprio marido. Mal tive tempo de cuidar de meu próprio bebê.

--Ikki.—chamei o meu filho com a voz falha. Suas lágrimas me partem o coração. -- eu te amo. Estou muito feliz por você ser meu filho. Espero que se torne um grande homem...e se alguma vez se sentir só, quero que saiba que eu sempre amarei você, mesmo quando meu corpo e minha alma virarem cinzas, eu ainda amarei você.-tentei limpar suas lágrimas mas minhas mãos pesam e estão doloridas, como se tivessem gravado prego em mim.--vá visitar sua tia sempre que necessitar...eu...—solucei—amo-te bebe.

Minhas vistas escurecem. Ouço o grito distante de meu filho e a única coisa que quero fazer, é acordar e lhe acalmar. De repente me sinto fora do meu corpo. Consigo ver tudo que está acontecendo. Mas eles não me veem.

Ikki grita chacoalhando meu corpo sem vida, seus poderes ficam descontrolados, o quarto entra em chamas. Erick tenta o tirar do quarto mas uma barreira lhe impede de tocar Ikki.

--MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

- Eu estou aqui. Eu estou aqui. Eu estou aqui. Não chore. -- não importa quanto eu o chame ele não me ouve.

O quarto é invadido pelo meu marido, Renom de fênix, o imperador. Ele atravessa as chamas para alcançar Ikki. Eu sou a única esposa que ele teve, mas isso não significa que fui especial para ele, ele tem mais de 300 concubinas. Mas fui a única com quem ele teve um filho.

-- Está machucando sua mãe, filho. Tem de deixar ela ir. -- quando Ikki volta a si percebe que meu corpo virou cinza, ele se aterroriza. -- Não é sua culpa.

-- Eu quero minha mãe.

-- Ela está com fênix agora, e ela irá cuidar de você.

-- Naooo.—soluça.

Pouco a pouco a imagem deles vai ficando distante. Sou embriagada por uma escuridão completa. Como se eu estivesse submersa em águas negras.

Janelas são formadas, e eu começo a ver a minha vida passando diante dos meus olhos. Quando nasci, meu pai largou minha mãe. Eu e Amanda estamos crescendo juntas. Christopher veio escolher sua esposa. Eu me lembro desse dia, fiquei tão entusiasmada, com a ideia de poder me casar com o futuro imperador. Queria tanto ser a escolhida. Tanto ser apreciada por ele, tentei agir como uma nobre mesmo não tendo sido uma, mesmo assim ele escolheu Amada, que mal se importava com a nobreza ou etiqueta, Amanda sequer queria sair da floresta. Fiquei enciumada, mas depois que fomos morar no palácio, fiquei tão feliz, e a esperança de me casar com o nobre acendeu.

Dois anos após o casamento de Amanda, minha mãe recebeu a carta do império do fogo. Era minha chance de tornar meu conto de fadas real. As imagens do meu casamento aparecem. Mas antes disso, o olhar preocupado de Amanda, talvez ela não quisesse que eu tivesse o mesmo final feliz que eu, foi o que eu pensei, fiquei brava, e me casei, nas primeiras seis luas cheias, Renom e tratava com carinho e havia muita expectativa em seu olhar. Mas eu não sou como Amanda, não fui escolhida pela deusa da lua e não tenho nenhum poder. Quando ele percebeu isso me descartou. Passava seu tempo com as concubinas, ou no campo de batalha, pouco se interessava por mim. Quando fiz 28 anos fiquei grávida, pensei que assim conseguiria chamar sua atenção. Passei muito mal durante a gravidez, mas tudo em segredo, porque não queria que o brilho em seu olhar desaparecesse. Ele passou mais tempo comigo durante a gestação, quando Ikki nasceu, ele fingiu que eu não existia e se focou na criança, fiquei com ciúmes. Mas pelo menos meu filho tinha o amor do pai. Quando Ikki fez três anos, a imperatriz viúva aconselhou o seu filho a construir um anexo, onde eu poderia cuidar de Ikki.

Em meio a melancolia, o amor de Ikki era a única coisa que me mantinha viva e feliz.

Mas agora tudo acabou.

Fui tão tola. Tão ingênua. Mendiguei tanto o amor de Ramon. Mesmo tendo me tornado imperatriz, eu não tinha poder nem voz. Eu fazia tudo que a imperatriz viúva mandava, e ela que controlava todo o palácio, na ausência de Ramon.

Fui tão fraca.

Se eu pudesse mudar isso. Se eu pudesse corrigir todos os meus erros, daria mais amor a Ikki.

A imagem do meu enterro aparece, Ikki está abraçado ao pai. E a imperatriz olha para o meu túmulo com desdém.

" Tão tola. Foi tão fácil a manipular e depois a matar. Se ela continuasse viva seria difícil manipular Ikki, ele era muito apegado a ela. E isso ia colocar meu poder em casa. Mas felizmente tudo foi resolvido. E eu poderei criar aquela criança ao meu belo prazer. Tenho que eliminar aquela mulher que a envenenou, isso pode me sair caro no futuro ".

Ela me envenenou? Eu sei que ela não me amava, mas pensei que ao menos me respeitava. Maldita. Isso tudo foi um plano. Ela me tratou tão bem.

Olho em volta e vejo meus familiares chorando.

Eu fui burra.

Amanda nunca teria caído nas teias dessa mulher.

Droga. Meu filho está em perigo.

Deus.

Se ao menos eu tivesse uma chance. Uma oportunidade. De mudar tudo.

Tudo volta a ficar escuro. Então vejo uma chama flamejante ao pé de mim. Estico minha mão para pegar. A toco, mas não queimo.

ME TORNEI A ESPOSA DO IMPERADOR DO FOGO-REENCARNADA POR FÊNIXOnde histórias criam vida. Descubra agora