Capítulo 13

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Depois fui ao quarto de Oriel, o encontrei sentado no sofá, olhando atrás das janelas, ele deve estar se sentindo entediado.

- Olá, trouxe alguns doces para você. E alguns presentes. —me sentei ao seu lado. —um urso de peluche marrom de seu tamanho, e doces do cozinheiro real.—ele me encarou por instantes antes de pegar.

-- Obrigado, vossa majestade.

– Oh.-- Coloquei as mãos no rosto, dramatizando. —quem te contou que sou a Imperatriz. Não foi a Suzana nem. Oh. Não me chame assim. Me chame de Antonieta, Tônia, Tony, mana, ou mamãe, vai, não é assim tão difícil.

-- Vossa majestade, isso é inapropriado.

Cruzei os braços.

-- Não fale, como um adulto, você, é só um bebe. —ele me olhou semicerrando antes de rir e tampar a boca. -- então você ri, que sorriso lindo.

Ele riu novamente.

-- Muito obrigado, mana.

-- OH. Você disse. -- o abracei, ele é tão fofo que parece um urso. —diz de novo.

(...)

-- Terminei de verificar e está tudo em ordem. -- Tereza colocou os documentos sobre a mesa.

-- A senhora foi muito rápida. -- ele diz tirando outra papelada. -- Por favor verifique essa também. E aqui, tem algumas sugestões minhas e de alguns trabalhadores.

- Certo, irei verificar. Bom, Augusto, você conhece alguma curandeira por aqui?

-- Bom, existem várias, cada uma específica numa determinada área. De qual precisa?

-- Uma que consiga desbloquear os núcleos de poder, para que o mana, possa fluir pelo corpo.

-- São as mais caras, e geralmente trabalham para a classe alta.

- Eu não preciso que seja uma que trabalha para a classe alta, preciso apenas de uma mulher eficiente.

-- Bom, se esse é o caso, posso procurar essa pessoa.

Se Augusto soubesse o quão desprezo a classe alta, ele sequer iria mencioná-la para mim. Antes eu julgava Amanda por não gostar dos ricos, hoje sou eu quem os odeia.

Passamos por mais alguns lugares, visto que estou fazendo uma pesquisa de campo, passei pela loja, e comprei roupas para Oriel. As despesas médicas foram caras, e ainda tem a curandeira que devo contratar, estou praticamente estourando o orçamento dos últimos dois meses de venda, se não pela imperatriz, e o olhar de falcão sobre a verba que me dá, eu poderia facilmente custear as despesas. Mas vou ter que ser resiliente, ser independente significa sacrificar.

Em quatro Dias Augusto achou uma curandeira, e se eu disser que o destino prega peças, ninguém acreditaria. A curandeira é na verdade, a mulher que daqui a cinco anos será escolhida como concubina do imperador, e será a única curandeira do harem, a mesma que me envenenou e fingiu me tratar.

Estou com raiva e ódio, de algo que essa mulher de cabelos vermelhos, curto, e olhos castanhos, baixa de um metro e sessenta fará daqui a alguns anos. Quero matá-la, de todas as formas possíveis.

-- Senhora...—Augusto me chama a razão.

Não confio nessa mulher. Mesmo que ela não tenha me feito nada agora, e não passe de uma simples camponesa agora.

-- Você tem certeza de que é capaz? —perguntei de forma fria.

-- Sim, madame. -- disse de cabeça baixa.

-- Olha, eu não irei admitir falhas, e se alguma coisa acontecer com o paciente, você morre. -- todos me olham assustados, mas só eu sei o que essa mulher me fez. Ninguém entenderia minhas razões.

-- Não irei falhar, vossa graça.

-- Certo. Vamos.

Entramos na carruagem e voltamos para o palácio, estou de cara amarrada, parecendo uma criança mimada, mas essa mulher...em pouco tempo chegamos ao palácio, nem esperei Pedro abrir, já fui abrindo a porta como um furacão, e caminhando pela área nos empregados a passos largos. Os empregados os me verem se curvaram, em sinal de respeito, ao mesmo tempo se encolhiam como se eu tivesse criado uma terceira cabeça.

Vou matá-la se ferir Oriel.

Oriel, geralmente fica no quarto, recomendei que assim fosse até que ele estivesse bem para lidar com o mundo exterior. Suzana, passa tempo com ele, ela o serve como babá. Eu disse para que ela o ensinasse, tudo que pudesse, para que ninguém o humilhasse por vir de origens pobres.

- Mana–Oriel, me cumprimentou assim que entrei. Tem cadernos sobre a mesa, Suzana deve estar lhe ensinando a escrever e ler.

Seu chamamento me desmontou, e por instantes, esqueci a mulher inconveniente a minha trás.

-- Oriel. -- dei um beijo na sua testa. —achei alguém que pode te curar.

- Sou a Miranda. Muito prazer.

Sou voz doce não me engana, cobra e se você o ferir vou esfolar.

-- Se me permite vossa graça posso iniciar o procedimento. -- assenti, me sentei, cruzei os pés e os braços. —Por favor, senhor Oriel sente-se sobre a cama.

Na bolsa que trazia consigo, tirou um monte de ervas medicinais, fez as misturas, com uns licores estranhos que tinha em potes, fez sua mistura. Se ajoelhou diante de Oriel, e lhe deu algumas coisas para beber. Oriel, caiu inconsciente na cama, e eu me levantei preocupada.

-- Faz parte do processo, imperatriz por favor confie em mim, não lhe farei nenhum mal. -- mordi os lábios, apertando os punhos.

Ela focou sua atenção nele, colocou sua mão na frente dele, e começou a falar uma língua estrangeira, seus olhos reviraram, e seu corpo começou a convulsionar.

Eu me mordo para não me afastar dele, e aguentar até o ritual terminar.

ME TORNEI A ESPOSA DO IMPERADOR DO FOGO-REENCARNADA POR FÊNIXOnde histórias criam vida. Descubra agora