Capítulo 35

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A história é a lupa para se enxergar o futuro e corrigir suas rotas.

ANTONIETA.

Faltam apenas três semanas para a festa. Voltei aos afazeres e já me sinto melhor dos traumas.

Alguém bate na porta, mando a pessoa entrar, e Tereza aparece.

- Senhora, trago notícias.

-- Pode falar.

-- A imperatriz viúva, foi encontrada morta em seus aposentos.

-- O QUE? —indago completamente boba.

-- Esta está morta, imperatriz. Não sei os detalhes, só sei que ela morreu.

Levantei-me da minha secretária, e segui para o escritório de Renom. Esqueci os modos, e entrei sem bater. Para o encontrar parado, falando com Dércio no meio da sala.

-- Tony.—ele está normal, será que é verdade que ela morreu?

-- É verdade que a imperatriz viúva morreu. —Dercio se retira, e Renom me encara por alguns segundos.

-- É verdade.

Por impulso lhe abracei.

-- Sinto muito. —a mulher era uma vaca assassina, eu não gostava dela, estou feliz que ela tenha o mesmo destino que ela havia me dado, mas por outro lado, estou triste por Renom. Sei o quanto ele ama sua mãe. E como mãe, sei qual é a dor de um filho que fica sem a mãe, porque já a senti. —Sinto muito mesmo. Sei o quanto a amava.

Suas mãos envolveram minha cintura, ele repousou sua cabeça em meu ombro.

-- Enquanto você e meu filho estiverem comigo, eu irei ficar bem. Me sinto triste e cansado.

Meu coração se contorce com a sua dor.

-- Não devia estar trabalhando. Se permita sofrer pela sua perda, sei o quão importante ela era para ti.

As causas da morte de Celeste são desconhecidas. Todo império ficou em luto. Diferente do que lhe aconselhei, Renom continuou focado no trabalho. E foi minha vez de agir do mesmo jeito que ele foi para mim. Le lembrando de suas refeições e não lhe deixando trabalhar até tarde.

-- Deveríamos cancelar a festa. —argumentei.

-- Não. Nosso filho tem de ser conhecido, e abençoado, antes mesmo de nascer. —disse me dando um beijo na testa.

Renom está muito diferente, como se sua mente tivesse envelhecido, e ele tivesse se tornado um homem maduro forjado pela dor. Ele me trata, do jeito eu sempre quis ser tratada, com carinho admiração, respeito e amor. Ele não me deixa sozinho. E não invade meu espaço. Com a morte da mãe pensei que o império ia fechar pelos próximos meses. Mas, o luto só durou uma semana e em seguida exigiu que os preparativos da festa fossem concluídos.

O dia esperado chegou, para outros só um dia normal, para mim, estava marcado um novo início, quando todos os convidados já estavam na sala. Acompanhada de Renom, entramos no salão.

-- O motivo de todos vocês estarem reunidos aqui, é para anunciar a existência do príncipe herdeiro que nascera dentro de algumas luas. —O salão foi enchido de aplausos.

Ele não mencionou a morte de sua mãe. Os convidados vieram nos cumprimentar. Fiquei feliz ao ver Oriel, Amanda, minha mãe, Christopher, e o meu padrasto.

-- Sua vida é um conto de fadas. -- Amanda disse brincalhona.

E eu dei risada.

-- A nossa, é.

Infelizmente ela não pode vir com as crianças, quero ver meus sobrinhos, vou marcar um dia de ir para lá. Miranda também está acompanhada do filho do Duque, ela está bonita e radiante. Tive a oportunidade de conhecer outros filhos do Duque. Apresentei-os a Renom, como parte da minha família. E diferente das outras vezes, ele esteve toda a cerimônia comigo.

A pista de dança foi aberta, então, sendo os anfitriões, nós tivemos de dançar uma música, para abrir para os outros convidados. Essa vai ser a primeira vez que dançamos sem estar sobre os olhares julgadores de Celeste.

O som do piano misturado com o violino como se estivessem contando uma história de amor. Não sou muito boa em valsa, mas a destreza na qual Renom me guia, fecha todas as minhas falhas.

-- Minha alma não sofre com a morte da minha mãe, porque eu tenho você. E eu sei de tudo que você passou por nossa causa. —Congelo sem conseguir me mover. -- não vou te fazer passar pelo mesmo sofrimento, quero que você e o nosso filho tenha uma vida tranquila. -- será que Renom matou sua mãe? Eu não quero perguntar. Porque a resposta está escrita em seu rosto, com o passar do tempo aprendi a ler suas feições. Quando ele está feliz, ele é provocador e desbocado. Quando sabe que está fazendo algo errado, ele não se defende, apenas afirma o que está em seu coração, e segue sua vida naturalmente. Quando está com ciúmes, ele se livra de tudo que lhe atrapalha. Quando está triste consigo mesmo, ele não chora, não está com lágrimas, seu grito é mudo, e suas lágrimas são transparentes, sua estoicidade se manifesta. Mas, isso dói em mim. Porque prefiro que ele chore, grite, se zangue, não que se mantenha em silêncio. Outra coisa que sei sobre ele. É que ele vai resolver tudo, sem me dizer nada. Vai criar um mundo para mim, que não haja escuridão.

Me curvei. Inclinando levemente as costas, o som do piano soou baixo. E os convidados, adentraram a pista. Renom também se curvou segurando minha mão, beijou as costas na minha mão. E uniu nossos corpos. O som do violino começou a soar, e o som do piano aumentou. Com a outra mão, ele faz brotar outra rosa, em chamas, a pego porque sei que não vai me queimar.

Não consigo ver ninguém ao redor além de nós os dois.

- Fui muito estupido.

- Pare, por favor.

-- Eu era louco, e não tinha noção de nada porque era cego. Não queria causar tudo isso. Eu serei cada vez melhor, te oferecerei todo o meu ouro, e se você não se importar te oferecerei todo o meu amor. E se você não quiser, te oferecerei meu último fôlego. Uma vela pode iluminar a noite. Um sorriso pode construir um império. O amor de sua amada pode tornar um imperador sábio. E se uma vida não for suficiente, lutarei de novo e de novo, até que possamos ter nossa história de amor.

O amor venceu. Gritos de alegria, e luz ao império. No final do mesmo ano, Ikki veio a nascer. Renom comemorou por dias. Para se ver que o nascimento do menino Ikki traria bênçãos. Durante um ano todos os comerciantes foram obrigados a reduzir o preço pela metade. As taxas também foram cortadas. E no seu aniversário de um ano, durante seu batismo, Fênix apareceu, e abraçou a criança.

E quem diria. Forte e belo como o pai, astuto e sensível como a mãe.

E eles viveram, sua história de amor.

Fim

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ME TORNEI A ESPOSA DO IMPERADOR DO FOGO-REENCARNADA POR FÊNIXOnde histórias criam vida. Descubra agora