Capítulo 30

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Então, na segunda lua cheia, foi marcada a reunião, com a equipe médica. E sobre os medicamentos sendo administrados o resultado é satisfatório.

Consegui colocar todos os pagamentos em dia. Organizar a ala dos empregados, acolhi algumas sugestões, removi alguns empecilhos que lhes desagradam. Decidi fazer mudanças no palácio, dando-lhe um toque meu, para que quando eu parta, do mesmo jeito que só consigo pensar nele, em todos os cantos dessa casa só veja a mim.

-- Senhora, chegou essa carta do palácio da imperatriz viúva.—Elsa.

-- Obrigada. -- agradeci tomando a carta ao mesmo tempo que devorava ostras na sala de estar. Renom não esta, então estou comendo sozinha.

Sem parar de comer, começo a abrir a carta, e a uma mensagem de Celeste, me convida para tomar café com ela na estufa amanhã.

-- Elsa...escreva uma carta para a imperatriz viúva confirmando minha presença.

-- Sim senhora.

Entre, Elsa, Teresa e Suzana, Elsa é a mais letrada, então a tornei minha assistente para assuntos da administração. Tereza, sempre leva minhas mensagens para Augusto na companhia de Pedro. E Suzana, pedi que fosse embora com Oriel, numa terra de estranhos, não quero que ele se sinta sozinha, terá a Suzana, uma pessoa que ele muito bem conhece, ela também vai cuidar da alimentação dele, como também vai me deixar a par de tudo que for a acontecer com Oriel. Se ele estiver em perigo quero saber imediatamente.

-- Esposa. —um beijo, no rosto e aquele sorriso sacana, que me faz cair de bruços. Ele tenta pegar uma das minhas outras e bato na mão dele.

-- Não.

Okay. Ando um pouco egoísta. Sinto que minhas emoções andam muito flutuantes.

-- Mas, é só uma...

-- Não. Peça seu prato. Isso é meu.—Peguei uma das ostras e meti na boca, antes que eu pudesse mastigar, ele me beijou, colocando suas mãos em meu rosto, sua língua invadiu minha boca, então ele pegou na carne e se afastou, com um sorriso vitorioso.

-- Delicioso.

-- Isso não se faz. Não pode pegar comida na minha boca.—falei irritada.

-- Não conheço nenhuma lei que me impeça. —gozou.

-- Palhaçada. Você é um palhaço. É isso que fez é uma palhaçada. —Coloquei um pé, eu sei que estou chateada por algo fútil, mas não consigo conter minha indignação. Com as mãos na cintura continuei falando. E ele só ria. Me olhando com um falso olhar apaixonado.

Esse babaca. Não sei por que meu coração se comporta assim por ele.

(...)

A estufa real, é um local único. Com plantas exóticas, um relvado fino, e diferente do país do vento. A estufa real, deixa espaço para circulação. O ar fresco passa livremente, não sendo influenciado pelo cheiro das flores com a mesa já preparada. Sentei-me e aguardei pela imperatriz viúva.

Passou-se algum tempo e nada apareceu. Mas, se eu for e ela não me encontrar vai pensar que fiz desfeita ao seu pedido. Olho em volta e não vejo ninguém. Cheguei aqui já com tudo preparado então eu nem cruzei com os servos. Coloquei o cotovelo sobre a mesa, quebrando uma das regras de etiqueta, coloquei minha mão no queixo e fechei os olhos.

Estou com sono. Quero dormir e esquecer. Que estou sentada ao relento feito uma idiota esperando a imperatriz.

Acabei caindo no sono, realmente, e acordei, por sentir minha respiração ofegante, como se estivesse engolindo fumaça. Abro os meus olhos e me deparo com um mar de chamas, está tudo pegando fogo. O incêndio deve ter começado a algum tempo, mas como eu caí no sono, mal percebi. Levantei-me da cadeira bruscamente, tampei a boca e o nariz com a mão. Me afastei da mesa, e no mesmo instante caiu o teto, corri pela trilha e mais destroços caíram sobre mim. Um bateu minhas costas me fazendo cair no chão e cair de dor, meu vestido começou a pegar fogo.

-- SOCORRO. SOCORRO. RENOM.

Rasguei a parte do vestido que estava pegando fogo. Rastejei para longe dos destroços. Outra telha caiu e por pouco quebrou minha cabeça. Coloquei-me em pé. Lacrimejando. Gritando por socorro. Fui até a entrada. Mas estava parada e cheia de telhas portas. Olhei para trás e não havia mais volta, o fogo está no meu encalço.

Olho para baixo e vejo meu vestido queimando. Grito. A imagens do meu corpo sendo carbonizado me passa pela mente.

Será que reencarnei para morrer carbonizada?

Não me arrependo da vida que levei dessa vez. Fiz amigos, ganhei conhecimento, e pode me tornar alguém. Mas eu não queria morrer desse jeito. Não sentindo dor e queimando até virar cinzas.

Ouço a explosão. Num único instante todo fogo consome o ressentimento. As chamas me cobrem. Sinto meu ventre queimar. Mas não sinto carbonização. Não estou queimando, mas, o fogo todo me cobre.

Por que está assim tão desesperada? Se fui eu quem te escolhi. Fui eu quem juntei suas cinzas e as fiz passar pelos portões do tempo. E para conceder o desejo de quem advém que eu lhe servi. Porque de todos os reis que passaram sobre essa terra. Ele foi o único que conseguiu despertar o meu interesse, e o meu favor. E sendo você, quem por ventura o concebera, eu não deixarei que nada lhe aconteça. Para que a história siga seu curso, ele é conhecido como o maior e mais potente dominador das chamas. Pois, até as chamas do inferno, se curvam à sua grandeza.

Coloquei minhas mãos na frente, e senti como se tivesse algo dentro de mim.

A voz masculina, semelhante a mais profunda escuridão, intimidante como o fogo voraz. E ao mesmo tempo que neutra como o próprio nada. É a voz de todos os meus sonhos, a voz que sempre tem me perseguido e me impedido de sair do palácio, a voz de fênix.

E nesse momento começo a perceber quais foram os motivos que levaram a fênix a me ajudar. E agora me pergunto, fênix está por Renom, ou pela criança que carrego?

ME TORNEI A ESPOSA DO IMPERADOR DO FOGO-REENCARNADA POR FÊNIXOnde histórias criam vida. Descubra agora