• Capítulo 8

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Moon acorda com um sobressalto, o coração batendo descontroladamente em seu peito. Ela ofega, tentando recuperar o fôlego enquanto os últimos vestígios do pesadelo ainda giravam em sua mente. Seus olhos arregalados vasculham o quarto escuro, procurando por qualquer sinal de perigo. Lentamente, ela percebe que estava apenas em sua cama.

Ela olha para suas mãos, que tremem visivelmente, os dedos ainda contraídos como se tentassem segurar algo que não está mais lá. O medo e o desespero do sonho ainda a assombra, fazendo-a sentir uma profunda inquietação. Moon passa uma das mãos pelo rosto, tentando acalmar-se, mas a sensação de perda e culpa persiste.

Com um suspiro trêmulo, ela se senta na cama e puxa os joelhos contra o peito, abraçando-se e deitando a cabeça em seus joelhos para buscar algum conforto. A lembrança da voz acusadora e da visão horrível de seu irmão a deixam inquieta, e ela se sente pequena e vulnerável, como a criança que se transformou no pesadelo.

Moon respira fundo algumas vezes, tentando se acalmar, mas as imagens perturbadoras ainda dançam diante de seus olhos fechados. Ela sabe que precisa enfrentar esses sentimentos, mas por agora, só quer esquecer.

Moon começa a chorar em silêncio, lembrando do que ela fez ontem e desse pesadelo terrível. Parecia que essas duas coisas se juntaram dentro dela e criaram uma força perturbadora.

— Ah... —Ela começa a respirar ofegante.

A mente dela começa a se lembrar de coisas que ela não queria poder se lembrar. Ela lembra de seu passado, sua infância esquecida... Fragmentos de memórias dolorosas voltam a girar em sua cabeça, cada uma trazendo uma nova onda de dor e arrependimento.

Ela tenta afastar as lembranças, mas elas são implacáveis, forçando-a a confrontar emoções que ela tentou enterrar por tanto tempo. O peso de seu passado e as ações recentes se acumulam sobre ela, tornando-se quase insuportável...

Lembranças

Moon tinha apenas 2 anos. Ela estava nos braços de uma mulher jovem e muito bela. Essa mulher, de pele albina e olhos azuis, a segurava firmemente e com muito carinho, sussurrando palavras doces e tranquilizadoras. Moon sentia-se segura e amada nos braços dessa mulher, que parecia ter uma luz própria e bela.

De repente, a cena muda. A mulher coloca Moon cuidadosamente na pracinha, entre os brinquedos coloridos, e se afasta um pouco, mantendo os olhos atentos na pequena. Moon começa a brincar, seu riso infantil ecoando pelo ar. Mas a tranquilidade é bruscamente interrompida quando um homem alto aparece. Ele se aproxima da mulher com um olhar furioso, e logo os gritos começam.

Moon, mesmo tão pequena, percebe a tensão no ar. O homem alto começa a brigar e xingar a mulher, as palavras dele cheias de raiva. A mulher tenta responder, mas a situação rapidamente se torna insustentável. Moon observa, seus olhos grandes e assustados, enquanto a mulher recua, a expressão no rosto dela se transformando de calma para medo.

De repente, a mulher vira-se e começa a correr, seus longos cabelos brancos esvoaçando ao vento. Moon estende as mãos para ela, lágrimas escorrendo pelo rosto, incapaz de entender o porquê a segurança e o carinho de um momento atrás se transformaram em medo e insegurança.

A visão de sua mãe fugindo, deixando-a sozinha na pracinha, é uma das memórias mais dolorosas que Moon podia-se lembrar. Ela lembra do som de seus próprios gritos desesperados, chamando por alguém que já estava longe demais para ouvi-la.

O homem, então, dirige seu olhar para Moon, ainda sentada entre os brinquedos. Ele caminha até ela, e apesar de sua expressão dura, seus movimentos são gentis ao pegá-la nos braços. Moon, pequena demais para entender o que estava acontecendo, apenas se agarra ao homem, sentindo uma nova onda de confusão e medo.

The Eyes on MoonlightOnde histórias criam vida. Descubra agora