David

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"I'll drive you homeYou drive me crazyBut that's not gonna stop meI'll call you outYou call me "baby"But that's not gonna stop me"Tornado Warnings- Sabrina Carpenter

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"I'll drive you home
You drive me crazy
But that's not gonna stop me
I'll call you out
You call me "baby"
But that's not gonna stop me"
Tornado Warnings- Sabrina Carpenter

  O quanto amar alguém pode mudar você?  Quando amamos alguém queremos fazer de tudo para deixar o outro feliz e isso deveria ser algo bom, não é? Mas e quando isso muda a sua essência? Que corrói a sua alma pedaço por pedaço, quando isso te afoga a um nível que preferia estar morto a sentir essa dor. E quando você deixa tudo que mais amou? Continua sendo bom?

  O amor deveria ser o suficiente para estar com alguém, mas não é e talvez essa seja a maior besteira que já aconteceu em casamentos "casar por amor"  mas e quando não se tem confiança? Conversa? As brigas se tornam constantes e talvez só amar não seja o suficiente, talvez amar seja deixar ir.

  O que fazer quando se ama tanto alguém que mesmo que isso te mate por dentro você não quer ir embora?

  Os carros passam em alta velocidade, de um lado para o outro, com pressa para chegar em algum lugar, sabe-se Deus qual,  o som de buzinas e motoristas gritando irritados se mistura com o som forte da chuva, algumas pessoas andam apressadas pela calçada com um guarda chuva, provavelmente atrasadas para chegar e algum lugar, mas eu sigo parado aqui, nesse restaurante de beira de estrada, sem ter para onde ir, sem me encaixar em qualquer que seja o lugar nessa cidade, então me afogo na bebida tentando achar uma luz, um escape, um motivo para não jogar tudo para o ar e simplesmente desistir.

     {...}
          Maio de 2015
              
  Acordo com o som infernal do despertador, me questiono todos os dias o porque ainda não mudei ele, mas o fato é que não me incomodei o suficiente para mudar, odeio mudanças então o quanto mais eu puder adiar elas, melhor.

   Me levanto e vou direto ao banheiro, tomo um banho gelado e rápido, escovo meus dentes e coloco uma calça preta com a camisa branca, calço meus tênis e arrumo o cabelo, passo um perfume e percebo que ele já estava no fim, respiro fundo ao lembrar que pela havia prometido a mim mesmo que compraria outro de aroma diferente quando esse acabasse, mas como havia dito, odeio mudanças.

  Arrumo minha cama da forma mais minimalista possível e abro as janelas, era possível perceber que durante a madrugada havia chovido e dou um leve sorriso sabendo que Helena voltaria com os tênis cheios de lama para casa, o que faria a mamãe ter um enorme surto, que acabaria em vários beijinhos dados por Helena nas bochechas da mais velha, a verdade era que minha mãe não ligava se os tênis da ruivinha estariam cheios de lama, ela só faria aquele enorme drama para receber os beijos de Helena, eu não julgo, não tinha o direto já que quando eu cozinhava bolinhos de chuva favoritos da menina, me sujava todo de farinha apenas para ter os beijos de Helena, porque como meu pai costuma dizer "Os beijos de Helena podem curar o mundo" pode ser que o mundo não, mas a cada risada da pequena, a cada abraço, a cada beijo na bochecha, a cada "Bom dia, papai" um pedaço da minha alma se curava, a cada "eu te amo" eu via um motivo para tentar, um motivo para continuar.

Uma Segunda ChanceWhere stories live. Discover now