7 Dias Para a Morte de Billy Showalter

Dia 3

"No pior dia da minha vida, eu concluí que
Se muito falo e pouco faço
Ou se muito faço e pouco falo
Não faz diferença
O resultado é o mesmo."

Bruce acordou completamente animado para ir à escola. Ele era uma das poucas almas que ficava o fim de semana inteiro torcendo para chegar segunda-feira.

Mas não era porque Bruce adorava estudar. Era porque a escola era o local em que ele podia encontrar sua paixonite do ano: Vance Hopper.

Ele não tinha muita ideia de como tudo começou. Um dia, seu amigo, Billy, falou que estava dando aulas a Vance, e, no outro, Vance estava dentro do grupo de amigos deles e Bruce estava babando por ele.

Em um ritmo frenético, Bruce se arrumou com um sorriso no rosto. Ele se sentia como se fosse aquelas meninas de filme colegial apaixonadas, a diferença era só que Bruce era um garoto e não estava em um filme.

Toda vez que pegava seu celular pela manhã, a primeira coisa que Bruce fazia era ver se Vance tinha lhe mandado alguma mensagem. Os dois conversavam sempre que podiam, mandavam memes, recomendações de série ou filme, ou só falavam coisas aleatórias que faziam sentido em suas cabeças.

Como previsto, havia uma mensagem de Vance ali. Bruce animadamente abriu a conversa, mas seu sorriso morreu ao ler as mensagens.

"Oi, Bruce, eu não vou hoje. Não consigo ir. Desculpa."

A preocupação se instaurou no corpo de Bruce imediatamente. Ele sabia exatamente o que significava "não consigo ir", Vance havia conversado consigo sobre isso.

Depois da aula, Bruce visitaria Vance para ajudá-lo a se sentir melhor.

Assistir às aulas agora eram desanimadoras, porque Vance não estava ao lado de Bruce para soltar comentários mordazes e sarcásticos sobre os professores ou a própria matéria. Ele estava balançando a perna a todo instante, ansioso para que acabasse logo.

Como ele podia estar tão preocupado com alguém que nem era seu namorado? Bruce se perguntava de vez em quando como poderia ser tão estúpido e apaixonado e como ninguém havia lhe avisado sobre os sintomas da paixão.

De vez em quando, ele olhava para Finney e Robin, o casal do grupo, e desejava estar daquele jeito com Vance, mesmo quando Finney surtava porque Robin havia descumprido o combinado de não brigar - de novo. E Bruce sabia que aconteceria a mesma coisa consigo, uma vez que Vance conseguia ser pior do que Robin nesse quesito, mas ainda o queria ao seu lado.

Quando o sinal do intervalo soou, Bruce soltou um suspiro. Metade do período escolar já tinha se passado.

Ele pensou em ficar sozinho em um canto conversando com Vance pelo celular para que pudesse se sentir um pouco melhor, mesmo sem saber se Vance estava acordado ou não. No entanto, seus planos foram descartados quando sentiu uma cutucada em suas costas.

— Eu vi que o Vance faltou. - Era Billy, o garoto que conheceu ao fazer um trabalho em dupla e se tornou amigo porque gostava tanto de desenhar quanto si. — Bora passar o intervalo juntos?

Bruce hesitou, mas assentiu. Vance não gostava de sufoco e odiava quando ficavam no pé dele por qualquer que fosse a razão, então era melhor não enchê-lo de perguntas e preocupações.

Fazia algum tempo desde que Bruce havia passado algum tempinho com Billy, mas não era algo pessoal. Na verdade, Bruce estava passando maior parte de seu tempo com Vance e, quando não estava, era porque tinha obrigações durante a tarde.

O pouco de sorte que estava lhe restando naquele dia era que Bruce não tinha nada para fazer até às cinco da tarde, então poderia ficar um pouco com Vance depois da aula.