"No pior dia da minha vida, eu concluí que
A tão sagrada água
Em seus formatos, banha
Limpa corpo e alma
Mas sua correnteza não limpa a dor."O peito de Billy estava sofrendo de uma dor excruciante e horrível. Ele abriu os olhos e, de repente, aquele céu cinzento estava azul e o sol estava lhe atingindo sem dó nem piedade.
Billy deu uma arfada forte e alta, piscando seus olhos o quanto podia. Seu peito estava pressionado por duas mãos, para cima e para baixo. Ali estava a origem da dor.
Forçando sua visão, Billy encontrou um corpo sobre o seu, olhando fixamente para as próprias mãos.
— Baby Shark, doo-doo-doo, Baby Shark, doo-doo-doo...
Era Robin. Seus fios estavam desgrenhados e molhados, pingando sobre as roupas de Billy. Ele parecia estar em um estado longe daquele mundo, cantando por algum motivo a música Baby Shark e esmagando Billy.
O que estava acontecendo? Billy tentou se lembrar do que havia acontecido antes de parar naquela situação, mas era difícil quando seu peito estava sendo pressionado com força.
— Robin...? - Billy chamou fracamente e finalmente foi liberto da pressão.
Robin ergueu o rosto e saiu de cima de suas pernas - ele estar ali antes era muito anti-ético - com os olhos arregalados. Ele ficou ao lado de Billy e agarrou sua mão.
— Puta merda, Billy, puta merda. - Ele balançou a cabeça e fechou os olhos, evidentemente tentando conter lágrimas. — Eu achei que... Eu...
Billy arqueou a sobrancelha e se esforçou para se levantar. No entanto, antes que pudesse sequer se sentar, uma tontura forte e dominadora tomou seu corpo e ele tombou novamente.
O céu azulado, o sol brilhante, os fios negros de Robin pingando água, tudo sumiu. Só sobrou preto.
Lentamente, sua respiração foi se acalmando e se tornando silenciosa. O movimento em seu corpo se tornou inútil.
A última coisa que Billy sentiu antes de perder completamente a consciência foi algo áspero em sua bochecha, que molhou ainda mais seu rosto.
* * *
Tinha algo horrível na garganta de Billy, como palavras não ditas, mas era um material físico. Ele abriu os olhos mais uma vez e agora era uma luz branca que lhe cegava.
Ao se acostumar com a luz, Billy desviou o olhar para os lados, tentando reconhecer o ambiente. As paredes e o teto eram brancos, tinha um barulho de algo apitando bem ao seu lado e o ar era frio.
Billy tentou mover seu corpo para se localizar melhor, mas logo se mostrou inútil. Estava fraco, exausto e confuso.
Como havia parado ali? O que era aquilo em sua boca e garganta? Era incômodo, Billy não conseguia falar.
De repente, a porta abriu e uma mulher de jaleco, cabelo preso e óculos adentrou o quarto. Ficou lá por poucos segundos, o suficiente para ver que Billy estava consciente, e chamou o médico.
Agora quem entrava era um homem alto, com roupas semelhantes às da mulher. Ele se aproximou com um sorriso pequeno.
— Billy, certo? Você está no hospital. Não se preocupe, estamos cuidando de você.
Hospital? Billy piscou e tentou falar, mas aquilo em sua boca lhe impedia.
O médico trocou um olhar com a enfermeira e decidiu libertar Billy do incômodo. Segundos depois, Billy descobriu que estava com um tubo enfiado na boca, aparentemente para que respirasse já que não estava fazendo isso sozinho.
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7 Dias Para a Morte de Billy Showalter
FanficBilly descobriu que morreria em sete dias. Ele nem contestou ou procurou uma solução, apenas aceitou. Por isso, ele se viu na obrigação de pelo menos se despedir de cada um com quem se importava. E assim, nos setes dias para a morte de Billy Showalt...