Esse capítulo é inspirado em uma música (Promise - Laufey), então recomendo que escutem enquanto lêem :D
Roier fez uma promessa.
Se distanciar de seu primeiro amor, Cellbit.Pegou o primeiro avião que partia de Quesadilla para o México, seu país de origem. Não pensou em como não se despediram, mas no fundo, sabia. Sabia que quando voltasse de sua temporada no México, o encontraria mais cedo ou mais tarde.
O de faixa azulada nunca pensou que choraria tanto em um vôo de volta para casa. Doía tanto ser "algo", mas era ainda mais doloroso e pior ser "nada" com ele. Com a cabeça encostada na janela do avião, Roier se encolheu enquanto, silenciosamente, chorava.
Quando chegou ao seu país de origem, não o ligou por dezesseis longos dias. O mexicano restringiu-se por estes longos dezesseis dias, mas... Não importava quanto tempo resistia à tentação, ele sempre iria perder para seu próprio coração.
Estava em uma luta interna.
Uma luta entre a razão e a emoção, e a dificuldade de se manter firme com sua própria promessa.E doía tanto... Não conseguia se decidir.
Roier fez as contas, mas não encontrava nenhuma solução. Eles nunca iriam durar, Roier sabia muito bem disso. Mas... Por que não conseguia deixar isso ir?
As noites batiam em seu emocional com força. No começo, o castanho odiava as noites. Nunca teve um motivo específico, talvez quando criança, ele só não gostasse do fato de que o dia estava terminando. E logo após, começaria outro dia do mesmo jeito.
Mas, quando ele chegou, passou a amar as noites. Principalmente as noites estreladas. O motivo? Lembravam seus olhos. Carregavam uma beleza tão hipnotizante quanto a Via Láctea, não parecia real. Não deveria ser real. Alguém tão bonito assim não deveria existir.
Ao mesmo tempo que carregava todo o brilho e beleza do universo com seu olhar, também parecia carregar tudo o que há de oculto nele. Os mistérios não identificados pela ciência, a escuridão que nem as estrelas eram capazes de iluminar.
— Acho que eu tô enlouquecendo... — Riu de si mesmo, pegando um cigarro e levando-o até a boca, acendendo e começando a fumar.
Soprando a fumaça ao ar, pensava em tudo o que lhe havia ocorrido. Aquele garoto tinha alugado o território russo em sua mente, não é possível.
Quanto mais tentava o esquecer, mais se lembrava dele. Tudo o que fazia, parecia lembrá-lo. Aquilo só pudia ser dívida de jogo... Ou, feitiçaria mesmo.
— Falando em feitiçaria... Deixa pra lá. — Balançou a cabeça, numa tentativa falha de lhe esquecer.
.
Após sair do banho, Roier vestiu seu moletom do homem-aranha, porém preto. Quando Roier olhou pela janela, notou algo que parecia inacreditável para si. Estava chovendo e...
Frio. Estava frio.
Outra coisa que Roier odiava, mas que passou a amar com o tempo.Afinal, em todos os dias frios, ambos tinham um "ritual", vamos assim dizer. O brasileiro fazia uma panela de brigadeiro, enquanto o castanho fazia a pipoca. Após terminarem, ambos se jogavam na cama e se enfiavam debaixo dos cobertores, ligavam a tv e assistiam rpg.
— Infiernos... — Suspirou decepcionado, pegando seu guarda-chuva e saindo de casa.
Resolveu passear por sua cidade, respirar novos ares. Talvez, isso o ajudasse.
Sorriu fraco ao perceber que algumas coisas permaneceram como ainda se lembrava. Quando era mais novo, sua avó sempre lhe dizia: "tudo permanece... Mas, mesmo que permaneça, não deixa de mudar."
Roier não entendia muito bem o porquê ela sempre lhe relembrava dessa frase, mas ela poderia ser aplicada nesse momento.
Passou grande parte do dia caminhando como um indigente pelas ruas de sua cidade, mal percebeu que já passava das seis e meia. Não demorou muito para chegar na rua de seu prédio e, quando ia atravessar a rua, encontrou algo que quase lhe faz cair para trás.
Um garoto... Idêntico a pessoa que tinha prometido a si mesmo que iria se afastar do outro lado da rua, mexendo no celular.
Seu coração quase saltou para fora, atravessou a rua tão rápido e zonzo que sentia que iria desmaiar. Entrou como um raio em casa, trancando a porta e se sentando no chão, com as costas encostadas nela. Estava tudo bem, certo? Não é porque encontrou um garoto idêntico a pessoa que queria esquecer que isso lhe afetaria, não é?
— Eu não consigo... — Segurou seu cabelo com uma de suas mãos, com a respiração saindo descompassada e começando a chorar. — ... Minha promessa, eu não quero quebrar... Eu não posso...
Roier não sabia por quanto tempo esteve ali, sentado no chão, tremendo e chorando como uma criança desesperada. Obteve "sucesso" por (agora dezessete) dias seguidos, por que tinha voltado à estaca zero agora?
.
Então, ele quebrou sua promessa.
Ele ligou para o brasileiro, em meio à madrugada. E, para sua surpresa, Cellbit o atendeu rapidamente, confuso.Afinal, Roier tinha dito que fez uma promessa a si mesmo de que iria se afastar dele assim que a formatura se encerrasse.
Ele não deveria, o castanho não teria feito isso. Se não fosse por um garoto idêntico a ele, que só estava existindo do outro lado da rua.
Apesar de parecer um motivo bobo, desencadeou um desespero tão grande no mexicano, que o desestabilizou por completo.
Estava decepcionado consigo mesmo.
Muito decepcionado.Mas ao mesmo tempo, seu coração estava aliviado por escutar aquela voz mais uma vez.
"Ai, autor, o que aconteceu pro Roier tomar essa decisão e sofrer tanto?"Fica a critério da imaginação do leitor :D
Eu escrevi esse capítulo com o intuito de que vocês imaginassem o que aconteceu por trás do capítulo principal, muehehehe (na verdade, eu não quis aprofundar muito, apenas queria escrever algo curto e depressivo pra agraciar a vida de vocês :D
E, como eu já tinha avisado que descontaria minhas frustrações neles... Aqui está </3
Bjs do autor :]
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LOVER'S - Guapoduo
Fanfiction.。.*🍄゚✧ = 𝚐𝚞𝚊𝚙𝚘𝚍𝚞𝚘 ! .。.*🥀゚✧ = 𝚂𝚑𝚒𝚙𝚙𝚘 𝚘𝚜 𝚙𝚎𝚛𝚜𝚘𝚗𝚊𝚐𝚎𝚗𝚜, 𝚗𝚊̃𝚘 𝚘𝚜 𝚜𝚝𝚛𝚎𝚊𝚖𝚎𝚛𝚜 .