"Entre Hashiras e onis." [5]

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"O melhor amigo, pode ser quem você menos espera que seja."

  Em um local, onde era caracterizado por ser uma pousada, para aqueles que foram conhecer a vila, os quatro que estavam presentes, esperando ser atendidos, se mantinham em silêncio. Gyuu e Sabito se entre olhavam poucas vezes, Shinazugawa irritado como sempre, e Iguro, à espera de uma atendente, prestando atenção na face delicada de Tomioka. A atendente, gentilmente, se aproximou, sem reparar muito nos outros:
- Boa noite, senhores. -Sorriu mínima- Posso ajudá-los em que?
- Sumindo da minha frente -Resmungou Sanemi com os braços cruzados, mas logo olhou para o demônio de olhos azuis, aqueles olhos, lhe  trouxeram calma, o deixando quieto. A atendente se sentiu ofendida, mas, Sabito comentou:
- Desculpe meu amigo, ele está... Irritado. -Coçou a nuca - Enfim, queremos um único quarto, se puder nos ajudar com isso, eu agradeço.
Tomioka encarou quieto a atendente, que se destacava com sua beleza natural e olhar calmante, lhe trazendo uma certa insegurança sobre si, e pensando em hipóteses de Sabito não gostar mais de si, como antes demonstrava tal paixão. Se afastou ficando próximo de Sanemi e Obanai, que estavam encarando o mais baixo com admiração. Logo, os olhares alheios se cruzaram, e uma veia saltou no canto da testa de cada um, com um olhar feroz e irritado. Gyuu suspirou se sentindo ofendido de tal maneira, como Sabito havia de analisar sua aparência? Ele ao menos lhe dava atenção, mas não se preocupou muito, pois era apenas uma atendente:
- Por que está assim, Tomioka?
Perguntou Iguro, ignorando a rivalidade do Hashira, e os olhos azuis escuros encararam os de Obanai, com toda a certeza, era de se afirmar, a ligação que ambos tinham era por serem da mesma espécie, mas Iguro com Gyuu, sempre sentiram algo a mais, no qual ao menos recebia atenção, ou ganhava algum motivo para fornecer-la. Obanai acariciou os cabelos medianos de Tomioka, tentando lhe trazer conforto, o mesmo se surpreendeu obviamente, pois o maior nunca agirá de tal maneira com si. Sabito e Sanemi olharam para a cena, sentindo a espinha formigar, o hashira da água se segurou cerrando os punhos, e com Shinazugawa não forá diferente, pois ambos eram completos estranhos perto de si, então, como ele poderia fazer algo? Gyuu deitou a cabeça no peito de Obanai, com certeza estava cansado. Iguro se mantiverá no mesmo espaço de respeito e companhia, que pode fornecer ao companheiro:
- Você está doente? Nunca agiu assim comigo...
- Então, olhem aqui, -Sabito falou com certa irritação- a mulher foi ver o quarto, mas é apenas uma conversa entre nós, tudo dito no quarto, fica no quarto.
Gyuu fechou os olhos, inalando o cheiro de Obanai, permitindo Iguro, degustar o cheiro de seu cabelo. Sabito e Sanemi sentiram o corpo formigar mais ainda, então a atendente voltou:
- Senhores, há dois quartos disponíveis. -Sorriu, mas a atenção estava em Tomioka, que nem perceberá tal olhar- Senhores?
- Olha aqui, só nós leve a um quarto, não importa a quantidade, a gente só quer um.
Sanemi falou apontando para o rosto da mulher, que afirmou com a maior cautela possível, pois seus olhos perceberam o ciúmes exposto dos caçadores.
 
  Quando chegaram a um quarto, que era de se admirar a organização, todos se sentaram juntos em um único local. Sabito e Sanemi de frente a Gyuu e Obanai, sendo assim, com a porta trancada, e janelas entre abertas, ficaram em silêncio por um tempo:
- Então, podemos começar com as apresentações? Para nós conhecemos melhor.
- Sanemi Shinazugawa, vinte e seis anos. -Começou a falar- Descendente da respiração do vento.
- Sabito, vinte e seis anos, e descendente da respiração da Água.
- Obanai Iguro, vinte e seis também.
Tomioka ficou impressionado por ser ele o único mais novo de todos que estavam ali. Então, com certa dificuldade de falar, gaguejou:
- B-bem, G-gyuu Tomioka... -Os olhos desconhecidos o fitavam, e aquilo o deixava totalmente constrangido, pois o mesmo nunca forá bom de argumentar algo para iniar uma conversa. E ao menos, sabia dizer algo, mesmo com a consciência de ser o mais novo, já lhe dava tal medo e insegurança- Vinte anos.
Sanemi olhou pasmo para o oni e logo Obanai fez o mesmo, Sabito se juntou a sincronia e todos comentaram em unisom:
- Você tem vinte anos!?
Aquilo lhe deu certo medo, e logo, abraçando os joelhos, assustado com as vozes que lhe rodavam, não aguentou por muito tempo sua garganta formigar, e logo começou a derramar lágrimas de seus olhos azuis, que agora estavam sensíveis. Ele se sentia inferior que todos ali, Obanai lhe trazia segurança, mas não era totalmente seguro de si mesmo, e então, sua única saída, foi despejar seus sentimentos em vão, para as lágrimas que molhavam o chão com uma cor amarronzada. Os três ficaram quietos, vendo o mais novo chorar, e logo surpreendentemente, Sanemi se levantou ficando de frente com o de cabelos médios se abaixando para ficar da mesma altura:
- Você é mais novo, mas sabe qual é a verdade aqui? -Sua garganta começou a formigar, com medo do que iria dizer. Segurou a face do demônio e começou - Eu tenho inveja do Sabito, por encontrar um amigo como você. Que possa defender e lutar por ele, eu queria fazer isso por você. Acabamos de nós conhecer, mas saiba que essa é a verdade sobre tudo até agora.
Gyuu se manteve quieto, sem dizer nada, mas Obanai e Sabito, entrando na conversa riram da face do albino:
- Você tem inveja de mim!? Sou eu quem tenho inveja do Obanai, poder lutar ao lado dele.
- Saiba, eu te admiro, Sabito.
Iguro falou, e logo Tomioka, ouvindo sem acreditar, começou a chorar igual a uma criança segurando nas vestimentas de Shinazugawa o pedindo para não sair de onde estava:
- E-eu, v-vocês... - Gaguejou, despejando suas lágrimas- D-desculpem... O-obanai, S-sabito... S-shinazugawa, desculpem!
Os três se entre olharam e sorriram calmos, logo indo apoiar o amigo que estava com crise.

  E então, apartir dali, os quatro começaram um laço de amizade forte, que começou desde que Gyuu chorou. Mas, ainda assim, não era tão sensível como demonstrava ser com todos.
  Combinaram de que um dia determinado, como sábado e domingo, iriam se encontrar no mesmo horário que se encontraram, no mesmo local. Para não perderem contado, entre os Hashiras e os onis.

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