𝟏𝟒 - 𝐃𝐞𝐭𝐞𝐭𝐢𝐯𝐞

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Los Angeles, 2020

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Los Angeles, 2020

Estaciono na garagem da mansão porque não tenho intenção de sair mais de casa por hoje. Adentro minha casa e me deparo com a mulher loira averiguando o interior do imóvel.

— Titia? — chamo sua atenção.

— Onde você estava? — se vira abrupta pra me encarar. — a empregada disse que você está saindo de casa com frequência, isso é verdade?!

— Bom, sim... mas não com tanta frequência...

— Saiu ontem e voltou super tarde, e agora, não estava em casa também! — atira segurando a cintura indignada. — onde pensa que está indo todo esse tempo?

— Eu devia ter avisado, me desculpa, mas eu não vejo motivos para brigar comigo dessa...

— Arrume suas malas. — ordena. — iremos embora de Los Angeles.

— Como?! — engasgo com minha própria saliva ao escutar minha tia.

— Não podemos mais viver aqui. — é tudo que diz quando volta a andar pela casa checando as paredes e a mobilia.

Caminho apressada atrás dela.

— Espera! Do que está falando?! Eu não posso me mudar, não quero deixar minha casa, eu... eu mal comecei o colegial e... — me desespero.

— Você pode terminar o colegial em qualquer lugar do mundo. — afirma irrefutável.

— Minha casa!

— Você não manda no próprio nariz, mocinha.

Mocinha.

Que nojo.

— Eu não posso...

— Sou a pessoa mais recomendada para sua guarda agora, seus pais se foram, precisa lidar com a nova vida. — gesticula com os dedos magros cobertos de anéis dourados.

Palavras como facas afiadas.

— Vou morar com meu avô. — anuncio com zero convicção, nem havia cogitado essa opção antes.

— Seu avô está ocupado demais com os próprios problemas, acha que um velho como ele dará conta de cuidar de uma garota em plena puberdade como você? — pergunta com as sobrancelhas erguidas. — sua tia sabe o que é melhor para você, ou acha que sua mãe ficaria feliz em me ver virar as costas para minha sobrinha?

Sua voz é puro cinismo, lateja na minha cabeça.

— E por que precisamos ir embora?! — ainda não me dou por vencida. — vivemos bem aqui por todo esse tempo, só porque eles morreram nós temos que sair correndo?!

Tapei minha boca assim que minha voz desesperada terminou a frase. Eu não queria ter dito isso. É a primeira vez que digo que eles morreram em voz alta, e é mais doloroso escutar da minha boca. Esperneei como se o motivo de não querer ir embora, não fosse exatamente por não querer me afastar deles, das lembranças.

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