Capitulo 30 - A fuga

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                           Um mês depois

                                Narrador

               Já se passou um mês, depois daquela noite Eliot não retornou para o quarto e passou a noite em claro em seu escritório. Seus pensamentos sempre eram tomados por Bella, ele nunca deixou de amá-la e se sentia culpado por continuar amando alguém que lhe traiu. Ele tinha uma foto deles no dia de seu casamento em sua gaveta do escritório e sempre olhava aquela foto com saudade e culpa.
              A sua relação com Ellen continuou fria, ele apenas a procurava para transar, ela não se opusera pois queria engravidar afim de salvar seu casamento. Eliot estava terminando de se arrumar para ir a joalheria, enquanto isso Ellen também se arrumava para o café do manhã, ela teria uma reunião junto de Mary com as mulheres da máfia, ela fingia amar essas reuniões mas no fundo odiava. Ellen e Eliot não se falavam muito, para ele isso era ótimo pois ele não a aturava mais. O dia se inicia na mansão e cada um segue com sua rotina.

Mandy

Estou sentada na cama, a tv está ligada e olho para o relógio e já são 14:00h, escuto quando a porta do quarto abre e Bruno carregando algumas sacolas:
- Princesa, me desculpa a demora, eu atrasei um pouco pra trazer o seu almoço - diz Bruno, odeio ele
- Tanto faz, ainda tem comida na geladeira - digo.
No quarto também tinha uma geladeira, na verdadeira era um frigobar que tinha água e alguns outros alimentos, mas eu não me importava muito em comer, eu só queria sair desse lugar mas ele não me dava brecha. Ele põe as sacolas na mesinha e vai tirando algumas coisas do almoço, ele abre as marmitas de comida e me sento junto dele na mesa para comer:
- Você sabe que poderia ter a sua liberdade não é? - pergunta Bruno me olhando - Que eu poderia te dar tudo, colocar o mundo aos seus pés, é só você me aceitar, me amar e eu te dou tudo que você sempre quis - completa ele, estou farta disso
- Com o passar o tempo Bruno eu fui percebendo que ter tudo não é tão importante assim, sabe o que queria realmente? Ter a minha liberdade- digo e ele bate na mesa furioso
- Liberdade? Você acha que não se livrariam de você? Eu estou salvando a sua vida e te proporcionando o que eu posso sem que você saia da minha vista, mas eu poderia te oferecer muito mais, basta você querer- diz Bruno, apenas me calo.
Não importa o que eu fale ou o quanto eu diga que o odeio, ele simplesmente não entende e prefere continuar me mantendo presa aqui. Terminamos o almoço e ele sai por alguns instantes, sempre me deixando presa, ele retorna e já sei o que ele deseja, ele me agarra e beija meu pescoço, sinto tanto nojo que não sei como descrever, ele leva até a cama e começa a tirar minha roupa, após se despir ele se põe em cima de mim e eu apenas viro meu rosto esperando que aquela tortura acabe. Depois de transar comigo, ele levanta e tira um cigarro do bolso de sua calça e começa a fumar, eu apenas me levanto e tomo um um banho,visto minha roupa me deitando na cama novamente, era sempre assim:
- Eu sempre quis ter você - diz ele e me olha - Eu sempre quis saber qual era a sensação de ter uma das putas do Eliot, isso sempre me despertou desejo - diz Bruno e rio sarcástica
- Talvez a sua vontade seja ele, até por que não é normal alguém ser tão obcecado assim - digo e ele me olha com ódio
- Você é uma vadia - ele responde e joga a bituca de cigarro em mim mas desvio.
               Bruno entra no banheiro para tomar um banho, ele fecha a porta e escuto quando o chuveiro abre, tenho a curiosidade de saber o que ele havia nas outras sacolas que ele trouxe, me levanto rapidamente e olho percebendo que se tratava de um objeto de decoração, pego e sinto que é bem pesado e então me vem uma ideia na cabeça, eu vou acerta-ló isso e sair desse lugar, eu sei que meu destino será a morte, mas eu prefiro morrer do que ficar o resto da minha vida aqui sendo escrava sexual desse doente. Pego o objeto rapidamente e me coloco em posição na porta, fico atenta e escuto quando a porta do banheiro é aberta:
- Princesa... - não o deixo terminar de falar e acerto sua cabeça com força, Bruno cai desmaiado no chão
- Princesa é o caralho seu nojento - digo e solto o vaso no chão.
Sinto quando as lágrimas brotam de meus olhos, é hoje que terei minha liberdade e meu fim, mas é um sacrifício necessário, verifico se ele não está morto mas só está desmaiado, preciso ser rápida e sair daqui antes que ele acorde, vou até a mesa de cabeceira e pego todo o dinheiro de sua carteira e a chave do quarto, pego também seu blaser e me visto para sair um pouco mais coberta.
Abro a porta do quarto e olho uma última vez, passei três anos da minha vida nesse lugar sem nem fazer ideia de onde estou, olho o corpo de Bruno no chão e espero que essa seja a última vez que lhe vejo. Tranco a porta e vejo que estou no corredor, procuro o mais rápido por uma saída até que encontro um elevador, entro rapidamente e aperto o botão do primeiro andar, chego até ao que parece a portaria daquele lugar, passo e cumprimento a recepcionista para não levantar suspeitas. Ando rápido até a porta e vou para a rua, não reconheço o lugar mas vejo que é uma rua movimentada e com alguns comércios, mas que parece ser um bairro simples e de classe baixa, procuro rapidamente um táxi, ando pela rua afim de me misturar com outras pessoas até que finalmente vejo um táxi e entro nele:
- Olá senhorita, para onde desejar ir? - pergunta o taxista
- Por favor, pode me levar a Garber Joalheria? - pergunto
- Claro - diz o homem
- Sabe me dizer o nome do bairro em que estamos? É que eu apenas vim visitar um amiga e gostei muito daqui - pergunto
- Estamos em Los Feliz - diz o taxista iniciando a corrida
- Ah sim, obrigada - digo e me encosto no banco.
              Não estávamos tão longe assim do centro de Los Angeles, olho para trás algumas vezes a fim de ver se há alguém nos seguindo, até que depois de alguns minutos o táxi para em frente ao prédio da joalheria. Pago a corrida com o dinheiro que peguei de Bruno, desço do carro e vou em direção ao prédio, eu estava muito nervosa e sentia a euforia passar por todo o meu corpo, entro no prédio tremendo e com passos rápidos chego a recepção:
- Boa tarde senhorita - diz a recepcionista, ela se assusta com a minha presença, devo estar horrível - em que posso ajudar? - pergunta a mulher
- Eu.. eu preciso falar com o Eliot, é urgente - digo eufórica
- Desculpa senhorita mas ele não está no prédio - diz a mulher, sem dar muita importância
- Você não tá entendendo, é urgente, eu preciso falar com ele e rápido se não irão me achar - digo desesperada e a mulher me olha sem saber o que fazer - Liga pra ele, diz que a Mandy está aqui ele sabe quem sou eu, eu tenho que falar com ele - digo e escuto passos atrás de mim
- Mandy? - me viro para olhar e vejo que é Eliot. Ele me olhava sem acreditar que eu estava em sua frente.

Presa ao mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora