Capitulo 10 - Uma mãe

958 67 12
                                    

Narrador

Bella estava sentada na cama de Mary enquanto tomava um chá de camomila para se acalmar, Mary estava sentada na poltrona esperando o momento em que Bella se sentiria a vontade para lhe contar o que houve:
    - Eu não sou uma prostituta - diz Bella olhando para Mary que lhe olha com atenção - E nem uma drogada, eu trabalho na boate como camareira nos quartos e as vezes na cozinha lavando louça e preparando alguns drinks, eu o conheci por acaso quando estava no banheiro me arrumando para sair com uma amiga após o fim do expediente, ele me confundiu com uma das meninas e desde esse dia que ele me passou a me perseguir e tentar me achar de todas as formas - completa Bella tentando segurar as lágrimas involuntárias
    - Eu realmente sinto muito, deve achar que sou conivente com tudo isso mas eu praticamente não tenho voz nessa casa - diz Mary e Bella lhe olha sem entender - Eu sou casada com o pai de Eliot a muitos anos, ele era completamente agressivo e abusivo, melhorou de uns tempos pra cá quando começou com um assunto de me conquistar mas isso não vem ao caso - completa Mary
    - Por que não separa dele? - pergunta Bella sem entender como ela aguentava aquela situação
    - Não posso me separar, na máfia o matrimônio é "até que q morte nos separe" - diz Mary fazendo aspas com as mãos na última frase
    - Na máfia ? - pergunta Bella, sua ficha começa a cair e ela se dá conta que Eliot é bem mais perigoso do que ela imaginava
    - Oh meu Deus, você não sabia? - pergunta Mary boquiaberta com aquela descoberta
    - Não... eu nem sabia que isso existia de fato, eu achava que era algo fictício como nos filmes e livros - diz Bella nervosa
    - Quem dera meu bem, a máfia é bem mais real do que se imagina - diz Mary com uma expressão de tristeza
    -Isso significa que estou ferrada né? Eu atirei em uma mafioso, eu quase o matei pois aquele tiro era pra pegar em seu peito mas eu estava nervosa o suficiente para errar a mira - diz Bella sacudindo sua cabeça em negação, aquele era o seu fim
    - Você estava em choque quando entrei naquele quarto, sei que não é uma pessoa ruim e que é incapaz de fazer algo com alguém sei que ela te faça algum mal. Algum ruim aconteceu com você - diz Mary e Bella lhe olha com uma triste expressão confirmando as suspeitas de Mary - Eu estou aqui pra te ouvir, sem julgamentos - diz Mary e Bella se sente a vontade
- Eu tinha treze anos, não mexia com ninguém e tão pouco pensava em sexo... - diz Bella enxugando as lágrimas que caiam de seu rosto. Ela conta toda a sua história e seu trauma para Mary que lhe ouvi atenciosamente e ao final lhe dá um abraço confortante
- Não se preocupe, ele não vai te fazer mal algum enquanto eu estive aqui - diz Mary enquanto Bella chora em seu ombro, ela sentia o abraço de sua mãe, um afeto que não sentia a anos.

Eliot


Já estava de alta, aquela ordinária havia atirado em mim, como fui burro de ter deixado aquela arma tão fácil, ela poderia ter me matado, mas é claro que não faria até por que não deve ter preparo algum. Estou a caminho de casa e assim que chegar irei me livrar dela, entrou em casa e sou avisado imediatamente pelo mordomo que meus pais me aguardam no escritório, quando entro na sala vejo meu pai sentado na cadeira principal enquanto minha mãe estava próximo à janela roendo as unhas em forma de apreensão, sinto que aquela conversa não me traria bons frutos:
    - Mandou me chamar ? - pergunto e meu pai apenas assente me indicando o lugar para sentar
    - Me conte quem é aquela garota - diz meu pai me olhando
    - Ela é uma usuária de drogas que está devendo, eu a trouxe para me divertir um pouco e depois me livrar dela - digo distorcendo propositalmente a história
    - Então quer dizer que uma usuária de drogas quase mata o chefe da máfia dentro de sua própria casa? Pior ainda com sua própria arma? Não acha que foi irresponsável da sua parte trazer alguém desse tipo pra dentro da nossa casa mesmo sabendo dos riscos que sofria? - Meu pai fazia inúmeras perguntas e eu não sabia responder nenhuma
    - Aliás, acho que devemos fazer a correção de algumas informações não é mesmo meu filho - diz minha mãe pegando em meu ombro - Ela não é uma usuária de drogas, e sim uma camareira que trabalha na sua boate - completa minha mãe
    - Isso foi o que ela contou? É uma mentira, a minha versão é a verdadeira - digo rebatendo aquela informação
    - Te conhecendo como te conheço acho mais fácil a versão da moça ser a verdadeira  - diz minha mãe - Eu e seu pai tomamos uma decisão - completa ela
    - Ela será sua esposa - diz meu pai, que porra é essa?
    - O que? Vocês só podem está brincando com a minha cara, eu não vou me casar aquela garota maldita ela quase me matou - digo indignado com o rumo daquela conversa
    - Filho, você tentou abusou daquela garota, já estamos cientes de toda a história e o que você fez, então não vai adiantar argumentar - diz minha mãe
    - E se eu levar esse acontecimento ao conselho? Acha que eles aprovarão esse casamento? Mesmo já estando com casamento marcado com Ellen - pergunto, aquela era a minha última saída, meu pai levanta da cadeira e única coisa que nos separa é a mesa a nossa frente
    - Claro, boa ideia Eliot leve ao conselho, e explique a eles como uma pessoa alheia a máfia venho parar dentro da nossa casa e o que você pretendia fazer com ela - diz meu pai, aquele maldito argumento me quebrou
    - E como vão explicar a situação ? - pergunto
    - Em relação a isso não se preocupe, sabemos o que fazer - diz minha mãe e meu pai concorda, esse velho safado depois dos cinquenta vem com essa história de romantismo
    - Tudo bem, me casarei com Bella, mas fiquem cientes de uma coisa, eu farei da vida dela um inferno - digo olhando nos olhos de meu pai o enfrentando
    - Eu sempre senti que falhei com você Eliot, e que todas as surras e torturas que eu te submeti foram poucos por que você cresceu como um fodido menino mimado - diz meu pai apontando o dedo em minha cara, velho nojento
    - E quem é você pra falar de mim? Se na minha idade era igual ou até pior do que eu "papaizinho" - pergunto dizendo essa última palavra com desdém e vejo quando seu punho se fecha para acertar meu rosto, mas ele é impedido pela a minha amada mãezinha
    - Já chega, não vai adiantar de nada trocarem socos aqui apenas irá piorar a situação - diz minha segurando o pulso dele
    - O recado já esta dado, agora suma da minha frente Eliot - diz meu pai que está furioso como um touro.
               Saio mais furioso ainda, aquela maldita garota só podia ser uma feiticeira, ela fez a cabeça de todos contra mim mas ela pagará por isso, mal sabe o que a espera depois desse casamento.

Curtam e comentem 🖤
   
   

Presa ao mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora