Capítulo 32 - De frente com a morte

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Narrador

Bruno está no quarto, ele acorda aos poucos e sente uma forte dor de cabeça, ele pega onde está doendo e vê que está sangrando:
- Desgraçada - diz Bruno sentando na beirada na cama - Mandy, Mandy vem aqui - ele a chama imaginando que a mesma está no banheiro, ele respira fundo e para um pouco até recobrar totalmente a consciência.
Ele levanta e veste sua roupa rapidamente e se dá conta que a chave do quarto não está com ele, ele vai até o banheiro e percebe que Mandy não está lá:
- Essa vadia não pode ter fugido - Bruno vai até a porta e nota que a mesma está trancada - Merda.
Bruno bate na porta afim que alguém o escute, ele se desespera pois sabe muito bem que Mandy pode ter ido atrás de Eliot, e se ela contar toda a verdade ele está fodido, ele fica sem saber o que fazer já que vai ter que ligar para Max e conta a sobre Mandy, ele vai estar fodido de todas as formas.

Max

Estou em minha sala na sede da máfia, analisando algumas rotas possíveis para o tráfico de armas, percebo que um dos documentos sobre as rotas não estão aqui e me dou conta que esqueci em minha casa, terei que ir até lá e buscar urgentemente. Desço para a garagem e entro em meu carro, estou saindo da sede quando percebo que Eliot está chegando mas que está indo em direção ao cativeiro, junto com ele está o carro de seus seguranças, paro e observo a movimentação, ele está visivelmente abalado com algo, seus olhos estão vermelhos como se estivesse chorado muito, o carro dos seguranças abre e eles tiram alguém de dentro, e eu não posso acreditar em quem é tirado dele, aquela maldita prostituta Mandy, como ela venho parar aqui se eu mandei Bruno se livrar dela?:
- Eu não acredito nisso - digo a mim mesmo e saio indo em direção a minha casa, enquanto dirijo ligo para Bruno e coloco no alto falante do carro
- Max, eu já ia te ligar - diz o imbecil atendendo a ligação
- O que aquela garota está fazendo na sede da máfia Bruno? Eu não mandei você se livrar dela? - pergunto a ele furioso
- Max eu posso te explicar - diz Bruno expressando nervosismos em sua voz
- Mas é claro que você vai me explicar seu imbecil, o que essa garota deve saber e o que ele contou a Eliot, isso pode foder com a gente - digo puto com ele
- Eu sei que eu vacilei cara, eu fui muito otario em manter ela viva - diz Bruno - Eu mantive ela presa, ela era a minha vadia durante todo esse tempo, mas as coisas saíram do controle e ela foi esperta o suficiente e fugiu de mim, eu tô preso aqui na porcaria desse quarto - diz Bruno
- Alguém sabe desse quarto? - pergunto
- Não, eu aluguei ele pra manter ela aqui, ninguém sabe desse lugar, nem quis comprar para não levantar suspeitas - diz Bruno
- Me passa o endereço e eu vou até aí, você precisa sumir do país, eu vou tentar bolar um plano pra te livrar dessa - digo
- Valeu cara, nem sem como te agradecer - diz Bruno, idiota
- Manda o endereço - digo e desligo em sua cara.
Bruno é imbecil o suficiente para acreditar que irei lhe ajudar a se esconder da máfia, mas na verdade irei me livrar dele, ele pode me delatar e estragar meus planos, e isso não pode acontecer. Olho a mensagem com o endereço que Bruno me enviou, já tenho ideia do que vou fazer com ele, preciso ser rápido pois a qualquer momento Eliot o encontrará, Mandy já deve ter falado a verdade e ele será rápido em acabar com Bruno.
Vou até minha casa e deixo meu carro lá, sigo de táxi até uma locadora de veículos, alugo um carro e dou todos os dados de Bruno, como temos as mesmas características físicas será fácil enganar caso o dono da locadora venha atrás do carro. Pego um dos carros alugados e vou em direção ao endereço que ele me passou, ele já me aguardava na porta do prédio, baixo o vidro e ele me reconhece entrando no carro:
- Que confusão você arrumou né - digo assim que ele entra no carro
- Eu fui um idiota cara, e agora? O que a gente vai fazer? - pergunta Bruno
- Calma, já consegui falar com um conhecido que me deve alguns favores, ele tem um jatinho e vai te levar em segurança até uma ilha, você vai ficar escondido lá até eu providenciar identificações novas para você - digo o enganando
- Nem sei como te agradecer cara - diz Bruno acreditando em minha mentira
- Vamos antes que ele te encontre - digo e dou partida no carro.
Seguimos para a suposta pista de voo onde está o avião, seguimos por uma estrada um pouco deserta e cheia de curvas:
- Droga, acho que esse carro está com algum problema, o pneu deve ter furado, vamos descer para conferir - digo após passar propositalmente em cima de uma pedra, aqui era o local perfeito para me livrar dele. Bruno desce do carro para verificar o pneu
- É cara, o pneu do carro furou - diz ele e abro o porta malas para pegar uma das ferramentas e lhe entrego.
               Mas antes de deixar que ele tire o pneu pego uma barra de ferro que havia escondido no porta malas e acerto sua cabeça, ele desmaia na hora e nem sei se está morto, o coloco no banco do motorista e coloco o carro da beirada do barranco, mas antes de empurra-ló ladeira abaixo quebro seu pescoço para me certificar de que esteja realmente morto, ligo o carro e o empurro. Vejo ele descer freneticamente até chegar lá embaixo, o carro está todo danificado mas não chega a explodir, olho pela última vez:
- Agora você estará protegido da máfia meu caro amigo, protegido no inferno - digo e sorriu após me livrar desse embuste.
              Eu já havia ligado para Ellen e pedido que ela viesse me buscar aqui, ela encostou o carro na beira da estrada:
- Que rápida - digo ao entrar no carro
- Precisamos voltar rápido pra sua casa, antes que alguém da família busca-pé sinta minha falta - diz Ellen ligando o carro
- Acha que alguém sentiria sua falta? - pergunto pois sei que a família de Eliot pouco se importa com ela
- Não, mas eu prometi a Mary que iríamos olhar algumas ornamentações para o próximo evento de caridade - diz Ellen - Mas então, se livrou daquele canalha? - pergunta Ellen
- Claro irmãzinha, nesse momento ele está no fundo daquele barranco - digo e sorrimos com o sucesso do plano.

                                Narrador

             Mandy está sentada e com suas mãos algemadas, Eliot ainda está na sala de tortura mas ele não havia feito nada com Mandy, ele a olhava e tentava imaginar quem estava por trás de tudo aquilo além de Bruno, ele já havia mandado vasculhar tudo atrás daquele fodido traidor, então ele recebe uma ligação de um do seus soldados:
- Sr.Eliot, o Bruno está morto - diz o soldado
- Como morto? Como você descobriu e tem certeza que é ele? - pergunta Eliot revoltado, o Bruno era a pessoa que poderia lhe dizer quem tramou tudo aquilo já que Mandy não sabia de nada
- É ele mesmo senhor, estou em uma página policial e através de uma denúncia anônima descobriram que um carro desceu uma ladeira na estrada, tenho fotos dele, está bem machucado mas da para reconhecer, irei lhe enviar - diz o soldado e logo desliga
              Ele envia as fotos a Eliot e ele reconhece Bruno, e imagina que ele pode ter capotado o carro na ladeira ao tentar fugir da máfia. Eliot bloqueia o celular e vai até Mandy:
- O seu amiguinho está morto - diz Eliot - É melhor você dizer se tinha alguém com ele nesse plano Mandy - diz Eliot com sangue nos olhos
- Se eu soubesse de uma segunda pessoa com certeza diria sem excitar, mas eu não sei quem estava com ele nessa, apenas ele mantinha contato comigo - diz Mandy e Eliot sorri
- Sabe Mandy, eu sempre pensei que você fosse uma vadia burra, nunca passou pela minha cabeça que você poderia ser tão traiçoeira- diz Eliot a olhando furioso
- O meu único erro foi te amar demais e acreditar que algum dia você me veria como uma mulher e não como um objeto - diz Mandy com lágrimas nos olhos mas Eliot não se comove.
              Ele olha para Mandy uma última vez antes de sair da sala, ele vira em direção a porta mas antes de sair da uma ordem aos soldados:
- Atirem e depois limpem a bagunça - ele diz para os soldados que estavam armados de fuzil.
              O barulho alto ecoa em toda sala, vários tiros são lançados em direção de Mandy, seu corpo sacode ao receber cada bala em seu interior, seu corpo cai sem vida no chão e completamente alvejado.

                                   Eliot

              Saio daquela sala ouvindo os barulhos de tiro, entro em meu carro e vou em direção a minha casa, a esse momento minha família já deve saber de toda a verdade, a verdade que ecoa em minha cabeça como uma maldita música. Estaciono o carro e só quero tomar uma bebida até entrar em coma alcoólico, assim que abro a porta de casa dou de cara com minha mãe:
- Filho, como você está meu amor? Eu já estou sabendo de tudo - pergunta ela com a preocupação estampada em seu rosto
- Eu quero ficar sozinho mãe - digo e subo para o quarto, entendo sua preocupação mas não quero conversar com ninguém.
              Pego uma garrafa de uísque e subo para o quarto, tiro meu blaser e coloco na cadeira, desabotoou minha camisa, sinto como se estivesse sufocado, abro a garrafa de uísque e bebo no gargalo, minha mente está a mil a culpa insiste em ficar, sinto uma dor enorme que tira todas minhas forças de lutar, eu não quero ficar sem ela, eu não posso, bebo mais daquela bebida, quero me juntar a ela, quero morrer e lhe pedir perdão na eternidade pelo o que eu fiz. Pensamentos rondam a minha cabeça e pego minha arma, fico de frente para o espelho no quarto e aponto a arma para minha cabeça, as vozes me mandam atirar e eu sorrio com a ideia, engatilho a arma e quando estou prestes a apertar a porta abre:
- ELIOT NÃO, NÃO FAÇA ISSO FILHO - grita minha mãe em desespero e apenas rio, não aguento mais, meu pai entra no quarto e se joga em cima de mim tentando me impedir que eu tire minha vida
- NÃO FIZ ISSO ELIOT - diz meu pai ao se jogar sobre mim mas ainda consigo atirar, o tiro pega apenas de raspão do canto da minha testa - Você ficou maluco meu filho, não faz isso por favor - diz meu pai ainda sobre mim, a arma voou longe e ele abraça meu corpo, as lágrimas começam a brotar em meus olhos e choro como uma criança
- Eu não mereço viver pai, não mereço- digo insistentemente, eu não quero mais viver nesse mundo, eu não mereço, eu tirei a vida da mulher que eu amo e do meu filho, eu sou o pior ser humano que poderia ter passado por essa terra - Vocês conseguiram impedir dessa vez, mas eu vou ter outra chance e acabar com tudo isso - digo
- Filho por favor - diz minha mãe chorando
- Eu não tenho mais por que viver - digo chorando
- Você tem, você precisa conhecer seu filho, e pedir perdão a Bella - diz minha mãe e vejo que meu pai a olha como se não acreditasse no que ela falava
- Do que está falando mãe? - pergunto, só posso estar delirando
- A Bella está viva - diz minha mãe me fazendo a olhar imediatamente.

Presa ao mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora