Capitulo 33 - Sem perdão

153 18 5
                                    

Bella

Mais um dia se inicia, assim que o despertador toco já levanto e vou preparar meu café, vou até o quarto de Noah e o deixo dormir mais um pouquinho. Finalizo o café da manhã e já coloco na mesa, tomo um banho rápido antes de tomar café e troco de roupa, vou ao quarto de Noah e vejo que ele já acordou, conseguimos dormir e acordar cedinho:
- Bom dia meu amorzinho - digo e lhe dou um beijo na testa
- Bom dia mamãe - responde Noah com sua vozinha infantil.
Dou o seu banho e também visto uma roupa, tomamos o café da manhã juntos e logo coloco ele para brincar com seus brinquedos, enquanto isso fico conferindo alguns orçamentos de umas compras que quero fazer pro restaurante. Estou tentando me concentrar mas não consigo, estou com um mal pressentimento, um sentimento de que algo ruim vai acontecer, mas prefiro não pensar nisso e decido continuar meu dia.
As horas se passam e logo a babá de Noah chega para que eu possa ir trabalhar, organizo mais coisas e visto minha roupa de treino, sempre vou a academia antes de ir para o restaurante. Após o treino sigo para o trabalho, cumprimento alguns funcionários e subo para a minha sala, Eduarda também chega e entra na sala:
- Boa tarde amiga - diz ela me cumprimentando
- Boa tarde - digo um pouco sem ânimo
- Xiii tá tudo bem com você? - pergunta colocando a bolsa na mesa e sentando em sua mesa, nós duas ficamos na mesma sala
- Ai amiga não sei, eu tô com uma sensação ruim desde de a hora que acordei, como se fosse acontecer algo sabe - digo e coloco a mão em meu peito - Não sei explicar - completo
- Deve ser nervosismos pra resolver alguma coisa ou alguma pendência, as vezes a gente fica preocupada com tantas coisas que fica com uma sensação ruim mesmo - diz Eduarda tentando me acalmar
- Deve ser, mas bem, vamos iniciar os trabalhos - digo e ela sorri.
               Continuo com a sensação ruim mas tento focar ao máximo no trabalho, Eduarda ficou comigo e me ajudou a organizar toda essa questão dos orçamentos, com todas as ligações e comparações de preço a sensação ruim foi embora, olho no relógio e já são 18:40h, fiquei tão focada em concluir o orçamento que nem vi o tempo passar, após guardar os documentos pego minha bolsa e a chave do carro e sigo para o meu lar, assim que abro a porta vejo que a babá havia acabado de dar o banho de Noah e já ia dar o seu jantar:
- Atrasei hoje né - digo e dou um sorriso sem graça
- Sim senhora, eu já ia dar o jantar do Noah - diz ela
- Desculpa, vou só tomar um banho e já vou venho pra cozinha, mas pode dar o jantar dele  - digo
- Tudo bem senhora
Sigo para o meu quarto e separo uma camisola com um robe, entro no banheiro e tomo um banho bem relaxante, passo o meu hidratante e um body splash bem suave e visto minha camisola. Vou para a cozinha e janto enquanto Lorena brinca com o Noah, após isso ela vai para sua casa:
- Acho que ele vai dormir né cedo senhora, hoje brincamos bastante no parquinho aqui do prédio - diz Lorena
- Imagino, ele já está bem sonolento mesmo, muito obrigada - digo
- Por nada senhora, eu já vou indo - diz Lorena e se despede de Noah com um abraço, ele ainda fica por alguns minutos com um livrinho de colorir enquanto eu o observo e pinto os desenhos junto com ele, mas ele já coça os olhinhos e fica tentando se manter acordado:
- Mamãe tô com sono - diz Noah e vem para meu colo
- O meu amor, então dorme aqui no colinho da mamãe - digo e beijo sua cabeça e ele cai no sono.
Vou deixá-lo em seu quarto e o coloco em sua cama, logo a babá eletrônica e vou para a cozinha organizar a bagunça do jantar, de repente chega uma mensagem em meu celular, é Mary:

"Podemos falar???"

A respondo e digo que estou apenas organizando algumas coisas e a ligo em dez minutos, após organizar tudo vou para meu quarto e faço uma vídeo chamada de meu notebook, no primeiro toque ela me atende:
- Oi Mary - digo e ela também me da um oi, mas vejo em seu rosto uma expressão diferente das outras vezes que ela me liga, uma expressão nervosa e preocupada - Aconteceu algo? Você está tão estranha - pergunta com uma pequena preocupação
- Aconteceu - ela diz e suspira como se procurasse a palavra correta para se expressar - Eu nem sei como te dizer isso - completa Mary aflita
- Me dizer o que Mary? - pergunto
- O Eliot descobriu que você está viva - diz Mary, naquele momento aquelas palavras ecoam na minha cabeça, é como se eu tentasse viver alguns minutos antes de saber essa notícia, dou uma breve gargalhada mas percebo que ela se mantém séria e aflita
- Como assim descobriu? - pergunto e vejo que sua expressão muda para arrependimento e culpa - Foi você Mary? Você contou pra ele? - pergunto com revolta em meu tom de voz
- Eu não sabia o que fazer Bella, ele tava com uma arma apontada para a própria cabeça - diz Mary e chora desesperada - Ele descobriu que a sua traição foi armada, que alguém forjou toda aquela história, e quando percebeu a injustiça que havia cometido ele se desesperou - ela diz e respira fundo enxugando suas lágrimas para continuar - Quando entrei no quarto ele estava com uma arma apontada para a própria cabeça, eu e Jhon conseguimos impedir mas ele disse que tentaria de novo, eu me desesperei e contei a verdade - diz Mary, e uma fúria sem controle sobe em meu peito
- Eu não posso acreditar no que estou ouvindo - digo e sorriu com indignação, aquilo só podia ser um pesadelo - Você tem noção do que você fez? Tem noção que tudo o que eu já conquistei até aqui, meus amigos, meus sócios, a minha paz, tudo isso pode ir por água abaixo por que você a contou ao Eliot que eu estou viva? - pergunto revoltada, ela não tinha esse direito, essa é minha vida
- Por favor querida me entenda, eu fiquei desesperada, ele é meu filho e apesar de tudo o meu lado materno falou mais alto, ele iria se matar - disse Mary tentando justificar
- Que se matasse, eu não ligo pra isso - digo sem pensar, e vejo que ela faz uma expressão de decepção e baixa a cabeça - Você... não deveria ter feito isso - digo em lágrimas, minha cabeça ainda não aceita que aquela situação é real, é como se fosse uma simulação ou um delírio da minha cabeça. Escuto a porta abrir e reconheço a voz que fala ao fundo da ligação
- É ela? É ela mãe? Deixa eu falar com ela - diz Eliot e antes que ele me veja eu fecho minha câmera sem encerra a ligação - Bella? Bella por favor fala comigo - diz Eliot.
               Eu encerro a ligação e fecho o notebook, a única reação que tenho é me encolher na cama, encosto minhas costas na cabeceira e choro feito uma criança, isso não era real, tinha ser um pesadelo, não pode ser real, repito isso várias vezes em minha cabeça e passo os dedos próximo da minha orelha tentando me acalmar, respiro fundo e tomo um copo de água, levanto e vou até o quarto de Noah, ele dorme tão quietinho e sereno, o pego delicadamente da cama para que ele não acorde e o levo para o meu, quero que ele durma comigo, só assim sentirei que meu filho está protegido de tudo e de todos.
              Deito ao seu lado e faço carinho em sua cabecinha, mil pensamentos perturbam minha mente, o que vai ser de mim daqui a diante? Eu nunca imaginei que esse dia fosse chegar, eu realmente não quero acreditar nisso, acabo pegando no sono apesar de todos esses pensamentos que me assombram.

Presa ao mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora