Capítulo XV

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Pov Alícia

Acordei com um claro no meu rosto, fui tentar abrir meus olhos com dificuldade. Por que eu deixei a janela aberta? Tentei me espreguiçar, buscando coragem para fechar a janela, foi quando eu percebi que estava presa em algo, ou melhor, em alguém. Abri meus olhos rapidamente dando de cara com um mundo de fios loiros a minha frente. Eu e Lara dividia a mesma coberta, e eu estava completamente agarrada a ela. A meu Deus, será que ela está acordada? Por que eu estou agarrada com ela assim? Olhei desesperada para meu corpo, e relaxei quando percebi que estava vestida, e Lara também. Que porre desgraçado foi esse?

Me desvinculei de Lara e me sentei no sofá, eu e ela estávamos no sofá da varanda ainda, o claro que me acordava não era da janela, era claramente o dia amanhecendo e a gente do lado de fora em um frio de tremer os queixos. Todos os pelinhos do corpo dela estavam arrepiados.

— Lara acorda...

Mexi a mulher de um lado para o outro e nada.

— Como eu acordo essa pedra? Lara!

Puxei a coberta, ela resmungou pelo frio, mas os olhos continuavam fechados, ela chega a ressonar. Cobri ela de novo, pois fiquei com pena, então comecei a observar os traços daquela mulher. Que desgraçada, até dormindo ela consegue ser linda. Ela parecia estar sonhando, o queixo trincado, as sobrancelhas ficam mexendo, parecia em confusão. Passei dois dedos alisando o rosto dela, podia ela estar sonhando algo ruim, e minha avó sempre me falava que quando alguém faz expressões de um sonho ela precisa receber carinho e não ser acordada com mais agitação.

Fiquei uns 15 minutos fazendo carinho, até dois olhinhos preguiçosos e perfeitamente perfeitos irem se abrindo, sorri e quando ela raciocinou sorriu também.

— Bom dia... – A voz rouca e preguiçosa me fez engolir em seco e arrepiar os pelos dos meus braços.

— Bom dia preguiçosa. – Eu não havia parado de fazer carinho, então continuei, o rosto de Lara ia se apoiando ainda mais na minha mão. — Vamos entrar? Aqui fora está muito frio.

Lara concordou com a cabeça, se sentou no sofá e ficou parecendo que estava baixando o sistema operacional do corpo dela. Ao contrário de mim, Lara não parecia com muita ressaca. Ela só estava com sono.

— Você ficou bêbada ontem? – Perguntei apenas para puxar assunto, tinha absoluta certeza que a resposta era não.

— Ah não, você e Camila começaram a passar dos limites, e eu conheço Camila quando começa a beber daquela forma. Parei, para puder cuidar de vocês. Ela está dormindo no meu quarto.

— Obrigada...

Lara levantou do sofá cama e esticou a mão para me ajudar a levantar também. Fomos para a sala, Lara puxou o sofá da sala, tornando ele também um sofá cama e pegou algumas cobertas em um bauzinho de madeira antigo que tinha em um canto de parede. Em seguida ela foi até a cozinha e eu me enfiei embaixo das cobertas, estava me tremendo de frio. Quando Lara retornou, ela trazia duas garrafinhas de água em mãos e me entregou uma.

— Toma essa água, você bebeu muito ontem, precisa hidratar seu corpo.

— Sabia que eu não tomo água? Podia ser vodka.

— Como assim você não toma água? Para de graça Alícia.

Soltei uma alta gargalhada e abri a garrafinha tomando um generoso gole.

— Será que ainda estou bêbada?

— Você é engraçadinha naturalmente mesmo.

— Isso é ruim? – Fiz uma caretinha para ela.

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⏰ Última atualização: Oct 26 ⏰

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