Oliver

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*Ghost ainda narrando*

Meu coração disparou.

- Fique em casa e tranque tudo, estou indo até você - disse, desligando antes que ela pudesse responder.

Voltei minha atenção para os três delinquentes amarrados na minha frente. O plano inicial era dar a eles uma tortura lenta, mas a urgência da situação não permitia isso. Sem perder tempo, saquei a arma e, em uma sucessão rápida, disparei três tiros, cada um na cabeça de um dos homens.

O dono da boate, ao ver a rapidez e a precisão com que eu lidava com a situação, ficou surpreso, mas não ousou perguntar nada. Eu guardava minha arma, já me dirigindo para a saída.

- Cuide disso - ordenei ao dono da boate, minha voz firme e implacável. Ele apenas acenou, compreendendo a gravidade da minha expressão.

Saí da boate em um passo acelerado, a mente já focada em chegar à casa dos pais de Hannah o mais rápido possível. Cada segundo contava, e eu não podia perder tempo. Entrei no Jaguar, ligando o motor com um rugido e acelerando pelas ruas de Salem, cortando o trânsito com habilidade e precisão.

A preocupação por Hannah e sua família estava em minha mente, uma mistura de adrenalina e urgência me impulsionando. Não importava o que estivesse acontecendo, eu chegaria lá a tempo de protegê-la. A responsabilidade de mantê-la segura era minha, e eu faria tudo ao meu alcance para garantir isso.

POV Hannah

O pânico crescia dentro de mim enquanto esperava por alguma notícia. Meu coração disparou ao ver o Ghost chegar, saindo do carro com a arma em punho. Ele se movia com precisão e determinação, indo em direção à casa dos meus pais. O celular vibrou em minha mão, uma mensagem dele: "Ligue para a polícia."

Lembrei-me do cartão de policial que Jack me deu, para situações de emergência. Peguei o cartão com mãos trêmulas e, no desespero, quase deixei escapar o nome "Ghost". Em vez disso, respirei fundo e disse:

- Meu... namorado já chegou e foi dar uma olhada na casa.

Jack pareceu confuso por um momento, mas não questionou.

- Estamos a caminho - respondeu ele, com uma nota de urgência na voz.

Desliguei o telefone, sentindo a tensão no ar. Ghost estava dentro da casa dos meus pais, e eu só podia esperar que ele encontrasse a fonte do disparo antes que algo pior acontecesse. Fiquei perto da janela, observando a movimentação com o coração na garganta. Cada segundo parecia uma eternidade.

Minha mente estava uma confusão de pensamentos e emoções. Preocupação pelos meus pais e Oliver, medo pelo que Ghost poderia encontrar, e uma sensação crescente de que minha vida estava se desenrolando de maneira totalmente fora de controle.

Respirei fundo, tentando manter a calma. Tudo que eu podia fazer era esperar e confiar que Ghost sabia o que estava fazendo.

Quando ouvi mais dois disparos, meu coração quase parou. Antes que eu pudesse reagir, vi as viaturas de Jack chegando e saí correndo de casa, desesperada para saber o que estava acontecendo. Jack estava se preparando para entrar na casa dos meus pais, e eu me coloquei atrás da viatura, buscando alguma proteção.

A porta da frente se abriu de repente, e Ghost apareceu, arrastando um garoto que parecia ter uns 19 anos, com um tiro na perna. Ele o jogou na calçada como se fosse um saco de lixo e voltou para dentro, gritando para Jack chamar uma ambulância.

Eu estava paralisada, mas a preocupação com meus pais e Oliver me fez tentar entrar na casa. Ghost voltou e me segurou, as mãos cobertas de sangue.

- Não olha - disse ele, com uma firmeza que me fez parar imediatamente.

O sangue em suas mãos parecia ainda mais vermelho sob a luz da rua, e a urgência em sua voz me fez entender que a situação era muito pior do que eu imaginava. Senti uma onda de náusea, mas forcei-me a manter a calma.

- Sai da minha frente! - gritei, tentando passar por ele.

Ghost segurou meus ombros com mais força, me imobilizando. Seus olhos, cheios de uma mistura de urgência e determinação, penetravam os meus.

- Não entre. Não olha, Hannah. Isso é uma ordem, se me desobedecer.. - repetiu, sua voz firme como aço.

Eu estava dividida entre a necessidade de ver minha família e o medo do que poderia encontrar lá dentro. Ghost continuava a segurar meus ombros, sua força física e a autoridade em sua voz me impedindo de avançar. Cada repetição, cada "não olha", era um martelo contra a minha vontade.

- Amor, confie em mim. Deixe-me cuidar disso. - Havia um toque de súplica em sua voz agora, uma rara vulnerabilidade.

Fechei os olhos, tentando controlar a raiva e o desespero. A pressão das mãos de Ghost nos meus ombros era um lembrete constante de que, por mais que eu quisesse entrar, ele não deixaria. Respirei fundo, sentindo lágrimas de frustração se formando.

- Está bem.. - sussurrei finalmente, a voz quebrada pela emoção. - Eu confio em você. Só... só me diga que eles estão bem..

Ghost relaxou um pouco, mas não me soltou.

- Vou fazer tudo que posso, amor. Prometo. - Ele se afastou lentamente, ainda me observando de perto, antes de voltar para dentro da casa.

Jack se aproximou, percebendo minha angústia, e tentou me tranquilizar. Eu sabia que precisava confiar, mas a espera era insuportável.

A ambulância chegou com sirenes altas, chamando a atenção de todos os vizinhos. As portas das casas se abriram e as pessoas começaram a sair, curiosas e preocupadas. Emma, que morava perto, correu em minha direção, os olhos arregalados de preocupação.

- O que está acontecendo, Hannah? - perguntou, ofegante.

Eu só conseguia balançar a cabeça, os olhos cheios de lágrimas.

- Eu não sei, Emma. Não sei.

Os paramédicos entraram na casa e, momentos depois, saíram carregando Oliver em uma maca. Ele estava sangrando muito, e o sangue nas mãos de Ghost agora fazia sentido. Meu coração parou ao vê-lo tão vulnerável, tão frágil.

- Não, não, não! - gritei, tentando correr até ele, mas Ghost me segurou com firmeza.

- Hannah, não! - disse ele, tentando me impedir de me aproximar.

Eu me debati, desesperada para chegar até meu irmão, mas Ghost não me soltou. As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu repetia "não" várias vezes, a dor e o desespero tomando conta de mim.

Meus pais saíram de casa logo em seguida. Meu pai estava com a mão na cabeça, claramente abalado, enquanto minha mãe parecia em choque, mas fisicamente ilesa. A visão deles, combinada com o estado de Oliver, fazia meu coração doer ainda mais.

- Ele vai ficar bem, Hannah. Os paramédicos vão cuidar dele, mas você precisa ficar aqui, entendeu? - disse Ghost, tentando me acalmar, mas sua voz parecia distante, abafada pelo pânico que tomava conta de mim.

Emma colocou a mão no meu ombro, tentando me oferecer algum conforto. Eu me virei para ela, buscando apoio, enquanto sentia o mundo desmoronar ao meu redor.

Emma estava me balançando levemente, suas palavras eram um consolo frágil.

- Ele vai ficar bem, Hannah. Vai ficar tudo bem..

Meu pai entrou na ambulância com Oliver, sua expressão era uma mistura de pânico e determinação. Minha mãe, ainda em choque, veio até mim e me envolveu em um abraço apertado, tentando me confortar.

Ghost saiu rapidamente para lavar as mãos cobertas de sangue, mas voltou em questão de segundos. Sua voz era firme quando disse:

- Eu vou levar você até o hospital.

Tudo estava girando ao meu redor. A tensão, o choque, o medo... Era demais para processar. Senti minha visão escurecer e, antes que pudesse reagir, a tontura tomou conta e eu desmaiei nos braços do Ghost.



...

Sob a sombra do assassino - Dark RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora