Cheguei em casa lá pelas 2 da manhã, com uma sensação de leveza que não sentia há muito tempo. Ghost e eu nos despedimos com um beijo suave na frente da minha porta, um gesto que já se tornara quase natural. O leilão tinha sido uma experiência incrível, algo que eu nunca imaginaria participar antes de conhecê-lo. Ficamos tentando adivinhar qual dos convidados compraria cada peça, e, surpreendentemente, eu acertei a maioria. Era quase como um jogo, identificar o que cada um gostava apenas pelo estilo de roupa que usavam.
Depois de um longo e divertido leilão, bebemos o suficiente para nos sentirmos soltos, mas não ao ponto de ficarmos bêbados. Ghost tinha me dito para não demorar a dormir, lembrando-me que eu tinha aula pela manhã. No entanto, assim que entrei no meu quarto, percebi que o sono não viria tão fácil. Havia uma inquietação dentro de mim, um desejo de criar, de canalizar toda aquela energia em algo tangível.
Peguei meu caderno de desenhos e comecei a rabiscar. A cada traço, meu coração batia mais forte, como se estivesse exorcizando meus pensamentos e emoções. Desenhei rostos, cenas do leilão, expressões que capturei ao longo da noite. Me perdi nos detalhes, nas sombras e nas luzes, até que percebi que o tempo havia passado rápido demais.
Antes que eu percebesse, o céu começava a clarear. Olhei para o relógio e vi que já era quase hora de me arrumar para a faculdade. Lavei o rosto, tentando afastar o cansaço, e escolhi uma roupa confortável. Enquanto me arrumava, não conseguia parar de pensar em como Ghost havia mudado minha vida. Havia uma mistura de excitação e medo, uma curiosidade incessante sobre o que mais ele tinha reservado para mim.
Antes de sair de casa, peguei uma bolsa pequena e coloquei a menor das armas da Tiffany&Co que o Ghost tinha me dado. A outra ficaria escondida na gaveta da escrivaninha. Olhei para a caixinha de música perto da cama, parada. Decidi tocar um pouco enquanto escolhia qual joia usar. Acabei optando pela pulseira de diamantes que o Ghost pegou para mim no primeiro leilão, além do colar e brincos combinando que comprei no shopping com o cartão dele.
Enviei uma mensagem para minha mãe perguntando sobre o Oliver. Ela respondeu rapidamente, dizendo que ele estava bem e que o médico já tinha previsão de alta para ele. Tudo parecia estar melhorando. Além disso, parecia que o Ghost tinha parado de matar pessoas. Eu já tinha me acostumado com a presença dele na minha vida.
Decidi ir com as botas que comprei no shopping com a Charlotte, para combinar toda a roupa com as outras coisas que comprei lá. Com certeza, eu ficaria um pouco mais alta que as meninas, mas não tanto. Deixei meu cabelo solto, ainda com as ondinhas da noite anterior, e passei um gloss vermelho nos lábios.
Ouvindo a campainha, olhei pela janela do quarto e vi que era a Emma. Fomos juntas para a faculdade depois que eu deixei comida e água para o Shadow.
Chegamos até o limoeiro, e Emily logo percebeu que eu estava meio cansada.
- Como está o Oliver? - perguntou ela, com preocupação na voz, enquanto ajeitava sua mochila brilhante.
- Ele está bem - respondi, tentando esconder o cansaço. - Mas estou exausta. Saí com o 'amigo rico' ontem à noite e não consegui dormir muito, estou praticamente virada.
Charlotte riu, ajustando seu boné de skatista e disse:
- Seria bom sabermos o nome dele para pararmos de chamá-lo por um apelido tão grande como 'amigo rico'.
Nesse momento, recebi uma mensagem do Ghost.
"Elas podem me chamar de seu namorado amor, já que dono ficaria meio estranho"
Sem perceber, soltei um sorriso.
Emma, sempre atenta, perguntou enquanto ajustava seu vestido florido:
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Sob a sombra do assassino - Dark Romance
AcakEm Salem, uma cidade conhecida por suas lendas e mistérios, um misterioso Serial Killer, vestido como o icônico Ghostface, aterroriza os habitantes, deixando um rastro de sangue por onde passa. Hannah Cooper, uma estudante de artes na Salem State Un...