Ouro fundido

11 1 1
                                    

Uma brisa fria jogou o cabelo da jovem sobre seu rosto, ela parecia ter por vota dos dezoito anos, mas Nicolas não afirmaria isso, ela poderia ser mais velha, poderia ser mais nova, era difícil dizer com certeza quando tinha tanto cabelo e sujeira sobre seu rosto.

Nicolas desceu do cavalo, mas não baixou a guarda, talvez a menina fosse só uma distração, ela deu um passo para trás quando ele se moveu e ele percebeu que ela colchoava como se estivesse ferida. Ele deu um passo na direção dela e ela deu um passo atrás, cambaleou e para não cair apoiou o peso na perna esquerda, a menina mordeu um grito de dor, o rosto expressivo demostrando seu sofrimento.

Nicolas decidiu ficar quieto para que ela também não visse necessidade de se mover, estava ferida, e não era pouco, ele sentiu uma estranha vontade de ajuda-la, mas ao mesmo tempo preferiu manter cautela. Ela estava a uns oito metros de distancia dele agora, era perto demais, e ao mesmo temo era longe o suficiente.

- Mas me seguia, - Nicolas achou sensato tentar buscar respostas dela por enquanto. – Por quê?

Ela continuou calada, ele analisou o rosto dela, as lagrimas descendo pela face, limpando a sujeira da pele clara. A menina cambaleou levemente quase como se já não mais aguentasse o próprio peso.

Nicolas se moveu na direção dela, quase que agindo por extinto, uma necessidade que ele tinha de proteger e ajudar aos outros. Ela ofegou e tropeçou, Nicolas conseguiu pega-la antes que ela alcançassem o chão, ele circundo a cintura dela e a sentou no meio fio, sentiu como ela se encolhia, com medo dele e se afastou, dando espaço para ela respirar.

Só então Nicolas notou como tinha se posto vulnerável para ajuda-la.

- Quem mais está com você? – perguntou ele na certeza de que ela não poderia ter chegado até ali sozinha, não com uma perna tão machucada quanto parecia está.

- Ninguém, - disse a jovem rápido e mordeu a bochecha como se notasse seu erro.

A resposta não o surpreendeu, ele esperava que ela mentisse, mas ela mentia terrivelmente mal, ele quase sorriu diante disso.

- Você não deveria mentir, não combina muito com você. – ele não deixou nenhum traço de humor aparecer em sua voz.

- Você vai me matar? – ela perguntou o assustando.

- Eu tenho motivos para mata-la? – Nicolas perguntou seco.

- Como eu saberia? – a voz dela foi um sussurro baixo – Eu não posso arriscar com você.

O ar estava ficando gélido, o sol sumindo atrás de nuvens escurecidas, o primeiro raio cortou sobre as cabeças deles, um estrondo o seguiu fazendo os ouvidos de Nicolas doerem.

- Não me conhece, – Nicolas contrapôs-se a ela.

- Todos sabem que você é. O Filho da Besta, - murmurou a jovem. – O preferido do rei.

- Saber quem eu sou não quer dizer que me conhece. Não sei por que me vigia, mas se se mostra unicamente para enlear-me então só me resta pedir que você, e quem mais estiver com você, vá e me deixe em paz.

Chateou-se Nicolas. Ele simplesmente tinha perdido a paciência. Odiava que as pessoas se achassem no direito de julga-lo somente porque carregava um sobrenome de poder. Ao mesmo tempo ele olhou para e sabia que ela não iria a lugar algum, duvidava que ela pudesse no mínimo ficar sobre os pés.

Mais um trovão estourou no céu, dessa vez mais alto, Nicolas se segurou para não tampar os ouvidos. A menina ofegou levemente quando a primeira gota caiu do céu, molhando sua face. Em algum lugar a volta deles um bebe começou a chorar, Nicolas se sobressaltou, olhou a sua volta, surpreso.

RaçasOnde histórias criam vida. Descubra agora