Prefácio

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                                                                                        Prefácio

    Quando a Guerra do Declínio começou, ninguém se surpreendeu. Ela não chegou de modo inesperado e silencioso, do contrario, veio em um estardalhaço, o desmoronamento de uma civilização que levantou poeira e cobriu a esperança em todos os cantos do mundo.

   Ninguém pode dizer que foi somente uma briga entre as nações, foi muito mais que isso. As geleiras dos polos quase que completamente derretidas, as correntes marítimas alteradas, o desequilíbrio do clima, o frio se sobrepondo onde deveria haver calor, o calor dobrando o frio como se não fossem nada, os animais morrendo...

   O homem havia perdido sua humanidade, se por causa do desespero ou pela dureza de seus corações, pela ganancia, desamor, ou pelo egocentrismo, era-se impossível dizer, talvez fosse tudo isso, talvez fosse mais.

   A humanidade estava corroída, não havia recursos naturais o suficiente para os mais de 9 bilhões de pessoas que habitavam o mundo. Gás natural, a energia, o petróleo, estava tudo no fim. Os governos se chocavam um contra o outro, os Direitos Humanos se tornaram desculpas e depois passado, os mais fortes pisaram em cima dos mais fracos em uma correria desenfreada.

   Bombas, armas, sangue, a economia mundial em crise.

   A Guerra durou três anos, e nesse período já não havia sentido nenhum continuar, mas ninguém parava, nenhum governo queria dar o braço a torcer e admitir derrota.

   Havia um cientista norte americano, Saulo Horan, de grande renome por ter descoberto junto a sua filha, Luísa Horan, uma droga que dava ao homem imunidade a quase 95% das doenças fatais existentes, tornando possível ao homem uma vida muito mais longa. Saulo, revoltado pela estupidez do homem em destruir o mundo, criou uma arma; contrariando tudo o que ele já havia feito em sua vida. Uma arma biológica que contaminava a água e atingia ao homem.

  Os primeiros rios a serem contaminados foram os rios da Ásia, depois os da Europa, seu plano era deixar a América do Norte por ultimo, metade dos rios da África haviam sido atingidos quando Luísa conseguiu impedir seu pai de continuar. 

   Depois disso demoraram-se uns poucos pares de dias para que o efeito do contaminante fosse visto.

  Nenhum humano conseguia beber a água dos rios contaminados sem sofre as consequências; bolhas na pele, ataque cardíaco, as pessoas sufocavam ou simplesmente caiam em um profundo sono do qual não conseguiam voltar, não importava quem, se era um homem de trinta anos ou um de setenta, uma mulher grávida ou uma criança de oito anos, o resultado final era a morte, para todos eles.

   Isso foi o fim da guerra, nenhum poderio estava forte o suficiente para continuar, o ataque de Saulo havia desestabilizado a todos eles mais do que se era possível acreditar. Os Estados Unidos foram acusados de dar a ordem para que Horan executasse seu plano de modo que para se safar de qualquer culpa que poderia cair sobre si, considerou Saulo Horan um terrorista e o sentenciou a morte.

   Luísa foi libertada de qualquer associação com o seu pai. Porque todos sabiam que se havia alguém para encontra uma cura, e todos precisavam urgentemente e uma cura... Ela era a única que podia. E ela encontrou.

   Enquanto estudava os efeitos da arma ela percebeu que os humanos eram os únicos afetados pela química contaminadora agora presente na água, os animais, principalmente os carnívoros como lobos e tigres não sofriam nenhuma alteração em seus organismos. Os herbívoros ficavam levemente entorpecidos, mas nada tão grave que lhes causasse a morte.

   Luísa testou e testou, errou e errou, milhares de pessoas morreram enquanto ela se desesperava atrás de uma cura, e quando ela encontrou, quando ela acertou, era algo assustador, mas então as pessoas já estavam tão desesperadas que não ousaram questionar.

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