A casa era agradável, não era muito quente, mas também não era fria, o que agradava tanto os três amigos, de São Paulo, quanto Paulo, de Pernambuco.
A manhã chegava e eles acordavam. Tinham decidido não falar com General Thomas até que estivessem descansados e mais tranqüilos. Tudo aquilo estava acontecendo rápido demais nas vidas deles, e até Mafiosos mereciam um descanso.
- Caras, tive um sonho muito bizarro. – disse Fabrício, sentando-se na cama.
Eles dormiriam no mesmo quarto, por medo e precaução. Arrastaram as camas para esse único quarto e ali passariam as noites.
O quarto era espaçoso, possuía um armário grande e antigo no canto direito, um quadro com bruxas e caldeirões encimava o móvel. Ricardo tinha pavor daquele quadro, mas não contava a ninguém. Do outro lado do cômodo havia uma grande janela com cortinas brancas, era por ali que os raios de sol entravam no local.
- Que tipo de sonho? – perguntou Paulo, esfregando os olhos.
Fabrício levantou e caminhou até a janela. Virou o trinco e a abriu por completo, a luz incinerou os que ainda estavam dormindo.
- Caraca Fabris. Você tem um pesadelo e tem que acordar a Itália toda? – resmungou Ricardo, escondendo-se embaixo das cobertas.
- Respeita o Dom, Ric. – falou Henrique, ainda deitado e de olhos fechados.
Fabrício olhou para fora, para os grandes pinheiros que contornavam a casa, parecia procurar algo, mas não encontrou.
- Sonhei que um Demônio saia das florestas e levava o General.
Nesse momento General uivou na sala.
Todos sentiram um calafrio.
- Que papo estranho logo de manhã cara. – agora Ricardo se levantou.
- O meu General? – perguntou Paulo, arrumando a cama.
- Não, o Thomas.
Os olhos de Fabrício estavam perdidos nas árvores. Olhos cinzentos. Olhos de velho.
- Ele o arrastava pelos calcanhares, e ele gemia e gritava, como um cã...
- Opa, opa, opa. Fabris, Dom. Pelo amor de Deus cara. – Ricardo abriu os braços e falou – Eu já to dormindo aqui no seu quarto por que estou com um cagasso foda. Se você continuar essa história aí vou dormir na sua cama, velho.
Eles riram e Fabrício se desculpou.
- Verdade. Foi mal. É que me surpreendi, há anos não sonho com nada. Bom, vamos nos vestir. Henrique você prepara o café hoje, como combinamos. Um dia de cada pra não dar bagunça. Ricardo, Paulo, vamos lá falar com o homem.
Eles saíram do quarto e desceram as escadas. Por toda a parte, nos corredores, nos quartos, nas escadas, quadros de bruxas e caldeirões, vassouras e gatos negros.
- Essa casa é meio... Peculiar. – assumiu Henrique – Não sou supersticioso, definitivamente, mas quem morava aqui era. E muito.
- Só uma cabana velha, cara. – Fabrício tentou acalmar os ânimos.
Separaram-se no andar de baixo. Henrique foi para a cozinha e os outros desceram para o porão.
General Thomas estava dormindo, ainda na cadeira, a cabeça pendendo para frente.
- General! – chamou Ricardo.
Ele acordou, levantou a cabeça vagarosamente e fitou os jovens com desprezo.
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Família Cassarano (por Marco Febrini) (Sem revisão)
AdventureTrês amigos comuns se encontram no meio de algo mais perigoso do que poderiam imaginar. Em uma noite um filme de Máfia perturba suas mentes adolescentes, e eles decidem brincar com o perigo. Decidem criar sua própria Família Mafiosa. Nessa história...