12. Um Remake de Natal.

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Posso não me empolgar com celebrações como o Natal pelo motivo religioso, porém me animo com a troca presentes, as conversas sobre qualquer assunto até altas horas da madrugada e até com a ideia de "paz e recomeço", que para muitos é principalmente sentida no dia 31 de dezembro, mas que eu sinto fortemente no aniversário do carinha Jesus.

Não sou fã de mudanças, mas a fantasia de mudar para melhor, o sonho que eu controlo sobre o futuro é, sim, empolgante. Esse ano será diferente, maior e, espero eu, mais simbólico e agradável.

Todo Natal nós fazemos um "amigo secreto" bobo e engraçado. Compramos presentes aleatórios, sem saber para quem eles vão. A graça está justamente em não saber o destinatário, na surpresa e na muito provável ironia entre o receptor do presente e o presente. Geralmente eles não têm nada a ver.

— Posso ajudar? – A vendedora da loja me pergunta depois de bons minutos perambulando perto de mim.

— Sim, por favor. – A olho diretamente e depois lanço minha vista para a prateleira repleta de canecas, xícaras e pratos de cerâmica brancos. – Esses itens são para personalização, certo?

— Sim, e a senhorita pode personalizar manualmente também, se preferir. Temos uma máquina que imprime gravuras e enfeita com qualquer tipo de coisa que o cliente quiser, mas ele também pode pintar, colar algo ou escrever no objeto por si só.

— Eu gostaria de uma caneca dessas, por favor. E vou querer com todos os enfeites possíveis. – Ela sorriu gentilmente, pegou a caneca de tamanho comum e caminhou para outro setor da loja. Eu a segui com a mente a milhão, me senti uma criancinha sapeca.

Eu não fazia ideia de quem tiraria no amigo secreto, já que o sorteio acontece na hora, depois de todos comprarem os presentes aleatórios. Bom, eu tinha certeza de que uma caneca brega e super enfeitada só poderia fazer uma pessoa feliz demais, e eu sentia, não sei o porquê, que não tiraria a Tzuyu. Por esse motivo, o sorriso danado e a mente mais ainda não sumiam de mim em momento algum. Alguém que não combina com a caneca iria ganhá-la de presente. Eba!

De volta em casa, dou de cara com o silêncio nada habitual para essa hora. Concluo que além de mim, minhas companheiras de casa também saíram para comprar presentes bobos. Eu admito, gosto muito mesmo do amigo secreto e esse evento está ocupando tempo demais na minha cabeça.

— E aí, Newton.

— Ai! – Coloco a mão no peito, pelo susto. – Achei que estava sozinha.

— Para sua felicidade, eu estou aqui.

— Mas pelo visto não por muito tempo, né? – Analiso a roupa que a coreana usa. – Para onde vai?

— Você não foi convidada? – Olhou-me com uma expressão de choque, caricata. – Hoje vai ter uma festa de Natal, bem aqui, nessa casa. Não te chamaram? – Fez bico, como se sentisse uma empática tristeza.

— Ha. Ha.

— O que achou, uh? – Chegou perto, girando ao redor do próprio eixo, fazendo pose e sorrindo exageradamente. – Estou bonita?

— Já está arrumada para mais tarde?

— Claro! Se eu fosse esperar, não terminaria nunca, já que a Tzuyu leva mais de uma hora no banho.

— Faz sentido. Mas tem o banheiro da Jeongyeon, ué.

— Fofo como você nem cogitou oferecer o seu. – Revirou os olhos, depois virou-se de costas, pegou um copo d'água e me olhou. – A Jihyo disse que vai tomar banho lá. Veja como a fama da Chou é boa.

Agridoce, Plural & Fantasia | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora