6. Sete dias a partir de agora.

227 25 105
                                    

6.


Eu ouvia as risadas forçadas das meninas que mais pareciam de nervoso do que por acharem minha frase uma piada. Eu estava falando sério e elas sabiam disso, por isso as gargalhadas foram tão estridentes e perdidas. Em seguida, olhares confusos pairaram sobre mim e uma enxurrada de perguntas foram feitas.

— É sério. – Falo. – Eu pensei um pouco em como realizar o roubo, mas ainda precisamos discutir muito o plano.

— Então não era uma piada? Sem graça, claro, mas uma piada no fim das contas. – Tzuyu começa um tanto afoita. – Ah... Você não está brincando... Ela não está brincando! Porra!

— E como a gente faria isso? – Jihyo pergunta.

— É uma idosa, Sana, isso não é certo. – Jeongyeon fala. – Eu sei que ela tem dinheiro de sobra, pelo que você falou, mas ainda é errado. Nós podemos superar a crise sozinhas.

— Eu não estou propondo isso somente para resolver nossos problemas. Ela merece um estresse. – Respondo entre suspiros aborrecidos. – Aquela mulher é um porre, o diabo com cabelo grisalho.

— O que ela fez? – Dahyun pergunta imparcial. Ainda não podíamos dizer se ela concordava com o roubo, tinha medo ou se discordava veementemente.

Contei tudo o que aconteceu na mansão enquanto eu estive lá. Foram poucas horas, mas chocantemente foi o suficiente para me causar um repúdio fora do comum. A forma que a senhora Im trata os funcionários como bichos, sem agradecer, sem dar um simples cumprimento, nem os olhar nos olhos é, de fato, incômodo e, para mim, motivo suficiente para causar um estresse nela como forma de 'vingancinha'. Além disso, precisamos do dinheiro, então...

Após atualizar toda a história e minhas razões, agora eu conseguia ver claramente quem estava ao lado do roubo e quem estava contra, exceto por Dahyun, como antes. Eu e Jihyo contra Jeongyeon e Tzuyu. Aparentemente a Kim irá desempatar.

— O que a gente iria roubar? E, o mais importante, como não seremos pegas? – Dahyun questiona neutra.

— A casa é lotada de objetos de valor. Eu só estive nos cômodos básicos, não fui adentro no casarão. Só vi dois quartos, um banheiro, cozinha, sala e jardim. Mas já nesses lugares pude notar a vasta quantidade de luxo. Quadros, louças, relógios, joias, tapetes, etc.

— Iríamos roubar tapetes? Ah, Sana! Por favor! – Jihyo exclama, exaurida.

— Não. Só exemplifiquei. É a prova de que o pouco que tirarmos dali não fará a menor falta. – Respondo com paciência. – Entrei por poucos segundos no quarto da senhora Im. Eu vi uma penteadeira e que em cima dela um porta joias descansa sem nenhuma proteção.

— Vamos roubar as pérolas da vovó Im? – Jeongyeon ri. – Ok, essa parte eu entendi. Mas como sair de lá sem correr o risco de ser presa depois?

— Somos cinco. É só pensar, uma hora sai um bom plano. – Falo puxando uma cadeira e me acomodando em volta da mesa junto delas. – Não vamos sair daqui até termos um plano.

— O plano tem que ser perfeito, senão não adianta. – Jihyo começou seriamente. – Precisamos saber o que roubar e a quantidade  para resolver os nossos problemas. Além disso, temos que ter um plano de fuga, um jeito de fugir rapidamente. E nem todas devem ir. Quanto menos gente, melhor.

— Vocês realmente aceitaram essa loucura?! – Tzuyu questiona levantando-se da cadeira freneticamente. – Cara, eu não quero ser presa! Isso é insano demais, 'tô fora!

— E se o plano for perfeito? Se for sem risco de prisão, você topa? – Pergunto a olhando de forma serena. Eu estava tentando convencê-la sem parecer que queria convencê-la.

Agridoce, Plural & Fantasia | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora