Capítulo 34

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Anastasia

— Quem é? Onde esse homem está? Taylor, você precisa me levar até ele agora. — atravesso o corredor e agarro o paletó dele num aperto desesperado, meus joelhos ficando fracos de repente.

Ele gentilmente me segura e mantém em pé, quase me carregando até as cadeiras dispostas no corredor. Taylor me senta ali e se abaixa na minha frente, segurando as minhas mãos com uma gentileza que não tem nada a ver com o porte enorme dele. Não está sendo fácil para ele também, eu sei. Taylor tem se culpado a cada minuto desde o atentado e ficou ainda pior depois que dei as informações sobre a condição de saúde atual do Christian e sobre o que podemos esperar do futuro.

Os dois estão lado a lado a anos, Christian já me contou algumas histórias loucas que eles compartilham e mesmo que a relação fosse de patrão e empregado na maior parte do tempo, sei que também existe uma faísca de amizade ali.

— Ele está na American University Police Department, sob custódia. Conseguiram identificar através de uma denúncia anônima. Foram atrás e a placa do carro dele bateu com a que a polícia viu através do circuito de segurança da cidade.

— Tudo bem, Taylor, ótimo mas preciso que me leve até lá. Agora. — murmuro ansiosa, apertando as mãos.

Taylor suspira e abaixa a cabeça, evitando o meu olhar propositalmente.

— Teremos que esperar, Anastasia. A polícia não permitiu que eu nem mesmo acompanhasse o interrogatório com eles. Eles acham que estão fazendo um bom trabalho nos mantendo no escuro. — Taylor ri sem humor, os ombros tensos e volta a olhar para mim. — O delegado me disse que seguiriam o protocolo durante a madrugada e, se tudo sair como o previsto, poderemos nos juntar a eles quando amanhecer.

Gemo de frustração, não me importando com o quão feio o som seja e deixo a minha cabeça cair para trás contra a parede fria.

— Esse pesadelo não vai ter fim. — lágrimas queimam os meus olhos novamente e rolam antes que eu perceba.

Taylor aperta as minhas mãos novamente e se levanta, me puxando junto. O braço esquerdo ele me envolve protetoramente e caminhamos juntos pelo corredor até o quarto de hóspedes, parando na porta aberta. Kate está no limiar e me lança um sorriso carinhoso quando me vê chorando novamente.

— Tenta descansar um pouco, Ana. Tome um chá, durma algumas horas. Assim que pudermos ir para a delegacia eu vou te levar, prometo. — Taylor sussurra afável e me transfere para os braços da Kate delicadamente. — Levar o seu corpo ao limite agora não é a melhor decisão. Christian ainda vai precisar muito de você.

Assinto lentamente, um sentimento de derrota misturado com insuficiência crescendo no peito e quase partindo meu coração.

Eu não consegui cuidar do meu marido.

Não consegui zelar pela segurança dele.

Não consegui ficar atenta o suficiente para perceber que alguma coisa estava errada.

E agora não consigo ter estabilidade emocional para lidar com a situação e evitar ainda mais preocupações para as pessoas ao meu redor.

Me agarro a Kate com força e deixo ela praticamente me carregar de volta para a cama desfeita. Ela me deita e envolve com o cobertor fofo, se sentando ao meu lado com um sorriso doce e carinhos no meu cabelo. Mia continua em sono profundo na outra cama, ressonando como um bebê e eu me sinto um pouco invejosa.

Talvez negar o calmante tenha sido um erro.

— Posso chamar o Doutor Newton e pedir para ele prescrever alguma coisa mais leve para você. — Kate murmura, mantendo os olhos atentos sobre mim.

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