Capítulo 17

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Anastasia

Carter parece confortável no colo do Christian enquanto seguimos em direção ao Brooklyn.

Ele teve uma reunião rápida com os marqueteiros responsáveis pela campanha e eu queria ter participado para apresentar as métricas econômicas que podem ser agregadas ao discurso mas Mia me garantiu que não era necessário por enquanto e que hoje seria uma dia de descanso.

Eu secretamente acho que ela quer manter o Christian o mais longe possível do cenário político por pelo menos 24 horas para observar atentamente quais serão os próximos passos do Carrick.

Aquele soco na cara com certeza não vai ser esquecido e todos nós estamos temerosos sobre o rumo turbulento que isso pode tomar.

Carrick colocou na cabeça louca dele que eu sou uma espécie de ponto fraco para o Christian e, depois daquela explosão no auditório em Buffalo, ele vai usar isso para pressionar e pressionar até conseguir nos tirar dos trilhos.

— Larga esse celular pelo menos por hoje. — Christian reclama e eu olho para ele, depois para Mia e Elliot sentados no acento à nossa frente.

Ela bufa e revira os olhos, jogando o celular dentro da bolsa com um suspiro frustrado.

— Estou checando as notícias para saber se o seu pai não falou nenhuma outra merda na imprensa. Você deu um soco na cara dele, esqueceu? — Christian sorri vitorioso e dá de ombros, acariciando as patinhas do Carter.

— Foda-se, ele mereceu. E não se preocupe com as declarações dele, deixe que fale. Quanto mais o Carrick me critica pior a situação dele fica e mais a minha popularidade cresce. Ele é o meu maior apoiador.

Mia estreita os olhos, as bochechas ficando levemente coradas a medida que o sorriso do Christian cresce.

— Você trata isso como se fosse uma grande piada, não é? Se esqueceu do que está em jogo aqui, irmãozinho? Se esqueceu de quem você é? — ele tomba a cabeça para trás e geme.

— Não, Mia, eu não me esqueci. Só quero deixar isso de lado por hoje, aproveitar o dia e participar um pouco mais da vida da Ana. — Christian pisca para mim e segura a minha mão, dando um beijo no dorso.

Sinto o meu rosto ficar quente e tento me afastar do toque, mas ele segura a minha mão com mais força e arqueia uma sobrancelha.

Um silêncio sepulcral cresce no carro e eu engulo em seco, desviando meus olhos novamente para a janela. Sinto quando o Christian esfrega a parte fofa do dedão pela minha pele, brincando com os meus anéis.

O Brooklyn nunca pareceu tão distante.

Taylor parece notar o clima pesado que surgiu de repente e coloca uma música qualquer, a melodia preenchendo o silêncio ensurdecedor.

Parece que demora séculos mas quando finalmente fazemos a curva na Bedford Avenue eu suspiro aliviada. Taylor consegue uma vaga em frente a uma livraria e eu sou a primeira a saltar para fora do SUV.

Respiro fundo e deixo o cheiro de flores, verão e culinária latina preencher os meus pulmões.

Eu sempre amei esse lugar.

O Brooklyn é o melhor bairro para quem quer aproveitar o dia sem precisar se preocupar com a prepotência e arrogância de Manhattan. As pessoas são risonhas e educadas, a culinária é maravilhosa e o encontro das várias nacionalidades e culturas trazem um sabor especial à cada esquina.

Mia dá um gritinho animado e entrelaça o braço no meu, olhando tudo ao redor com um sorriso enorme.

— Eu nunca estive no Brooklyn, sabia? Sempre quis conhecer mas meu pai falava que era um bairro perigoso. — reviro os olhos.

Mr. PresidentOnde histórias criam vida. Descubra agora