𝐋𝐨𝐬𝐭 𝐃𝐢𝐦𝐞𝐧𝐬𝐢𝐨𝐧𝐬 - 𝐄𝐃𝐃𝐈𝐄 𝐌𝐔𝐍𝐒𝐎𝐍

capítulo 1: Novo começo.

Março, 1986

O sol estava se pondo sobre a cidade de Hawkins, lançando uma luz dourada e suave sobre as ruas tranquilas. A brisa do verão estava começando a consumir à frescura da noite, e a cidade parecia respirar um ar de tranquilidade. Violet Harper, uma adolescente de 17 anos, estava a caminho de sua nova casa, depois de uma longa jornada da Espanha, onde havia vivido com seu pai - se é que dava para chamar ele disso - pelos últimos 3 anos. O cara que fez uma vida dela um inferno.

Ela se lembrava de como as coisas haviam terminado com seu pai, e lembrava o exato motivo pelo qual seu pai a expulsou de casa. A mudança para Hawkins parecia uma chance de começar de novo. Ela estava deixando para trás o tumulto e as brigas que haviam marcado seus últimos anos na Europa, e esperava encontrar um pouco de paz na pequena cidade americana que ela chamou de lar por 14 anos.

O táxi, carregado com as malas e caixas de Violet, finalmente chegou à frente de uma casa de dois andares, com uma fachada simples e um jardim bem cuidado. Violet desceu do veículo, observando a casa que agora seria seu novo lar. O conforto da casa era um contraste bem-vindo com a frieza das discussões que havia enfrentado.

Mike Wheeler, seu primo, estava à porta para recebê-la. Ele havia prometido a ajudar a se adaptar e fazer dela uma nova casa. Ao vê-lo, Violet sentiu um misto de gratidão e apreensão.

— Violet! — exclamou Mike, abraçando a mesma. — Senti saudades.

— Oi, Mike — respondeu Violet, retornando o abraço com um sorriso sincero, mas um pouco tímido. — Pode apostar que eu senti muito mais.

Violet não mentiu ao dizer que sentia falta de Mike, ela realmente sentia. E não apenas dele, mas de todos em Hawkins. Ter saído da cidade foi muito difícil para ela. Hawkins sempre foi mais do que uma simples localização. Era seu lar, um lugar que ela considerava seu verdadeiro refúgio.

Mike ajudou Violet a descarregar as malas e a levá-las para dentro. A casa estava decorada de maneira acolhedora, e ele a conduziu até o quarto que seria dela. Mike tentava aliviar a tensão que ela sentia, oferecendo sua ajuda.

— Eu sei que a mudança pode ser difícil — disse Mike, enquanto eles terminavam de arrumar as coisas. — Mas estou aqui para ajudar. Hawkins pode ser diferente de Madri, mas tenho certeza de que você vai se sentir bem aqui.

Violet assentiu abraçando o mesmo, apreciando o esforço do primo para torná-la confortável. Ele sabia que os anos em Madri não foram fáceis, mas sabia que a tranquilidade da noite era um alívio para a turbulência que ela havia deixado para trás.

— Sabe, sinto muita falta de jogar D&D com a nossa "the party". — disse Violet, tentando mudar de assunto e provocando um olhar surpreso em Mike.

— O quê? — o menino a olha quase pulando de alegria. — Você está brincando? Violet Harper ainda joga D&D? — o olhar da menina fica confuso. — Acho que estou sonhando.

— O que foi Mike? — soltou uma risada. — Você acha que eu não sou a mesma estranha de antes?

— Pra falar a verdade, eu pensei que não. Achei que seria igual as meninas líderes de torcida. — ele faz uma cara de nojo ao mencionar as líderes de torcida.

— Eu, líder de torcida? — Violet solta uma gargalhada. — Mike, nem nos meus piores pesadelos eu seria essa "coisa" — diz com um tom de repulsa.

Mike solta uma grande gargalhada. — Porra, Violet. Você tem cara de líder de torcida. — ele observa a menina colocando a mão no peito em um gesto de ofensa.

— Nossa, primo, assim você me ofende. — A menina diz, limpando uma lágrima falsa. — Vou até dormir depois disso.

Mike ri ainda mais. — É, acho que eu também preciso dormir. Não consigo acreditar que você ainda é a estranha de sempre.

— Pois saiba que eu sou, boa noite, milk! — ela usa o apelido antigo dele.

— Boa noite violeta! — Mike responde com o apelido antigo dela.

Violet vai para seu quarto, toma um banho e coloca o primeiro pijama que vê dentro de sua mala. Logo deitando-se em sua cama, ela se vira para dormir. Mas seus pensamentos a impedem.

Ela sabia a mudança para Hawkins seria um novo começo, e, apesar das dificuldades, estava disposta a dar uma chance a essa nova fase da sua vida. Ela sabia que, mesmo que fosse difícil, seria melhor do que estar em Madri.

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