Pov Brunna
Já tinha quase 7 meses que eu e Lud estávamos 'namorando'. Eu amo demais aquela garota, mas não estava mais conseguindo lidar com a forma que as coisas estavam andando. A vida de Ludmilla é muito corrida e eu via que ela tentava me encaixar nela, mas eu sentia que não era sua prioridade. Eu sou super tranquila, extremamente compreensiva, mas estava me machucando.
Eu me sentia uma namorada horrível por estar me sentindo assim. Lud era o meu amor, minha melhor amiga. Eu amava cada momento com ela, mas sentia falta de como minha vida era antes de conhecer ela. De sair com meus amigos, de almoçar em família. É claro que eu ainda fazia essas coisas, mas a Lud nunca estava junto e eu sentia falta disso. Via meus amigos com seus namorados em reuniões de família, em rolês entre a gente, e eu sempre sozinha. Mas com ela, eu sempre estava junto. Acompanhava ela em todos os lugares. Mesmo estando cansada, pois muitas vezes chegava tarde dos ensaios, eu nunca conseguia falar não pra ela.
Hoje era um desses dias. Ensaiei até às oito da noite e minha cabeça estava explodindo de dor. Eu só queria banho e cama. Um carinho seria bem vindo também. Estava no quarto da Lud e ela insistia pra eu sair com ela numa festa de um amigo famoso.
- Poxa, mô. Vamos comigo, vai.
- Amor, eu não tô bem hoje. Sério, você sabe que eu nunca te nego nada, mas eu não estou suportando nem ficar com os olhos abertos hoje.
- Ô Brunna, por favor. Não quero ir sem você, amor.
- Lud, sério. Hoje eu não vou. Pode ir com seus amigos, mas eu vou ficar aqui.
- Você que sabe então.
Ela fechou a cara e foi pro banheiro. Eu percebi que ela ficou com raiva, mas poxa, ela nem tentou me entender. Esperei longos minutos até ela sair do banho. Foi direto pro closet e nem olhou pra mim. Fui atrás dela.
- Amor, você vai ficar com raiva de mim? Poxa, cara. Eu tô passando mal de verdade.
Ela continuou se arrumando, sem falar nada comigo. Senti meu coração apertar.
- Ok. Vou pra Nilópolis então.
Juntei minhas coisas, peguei minha bolsa e saí do seu quarto com lágrimas nos olhos. Desci as escadas e dei de cara com a tia Sil.
- Já vai, Bru? Pensei que ia dormir aqui.
- Não tô me sentindo muito bem, tia.
- Que foi? Que carinha é essa? Fica aqui, meu amor. A Lud cuida de você.
- A Lud vai sair com uns amigos. Melhor eu ir.
Ela ficou calada. É claro que ela percebeu que tinha algo errado. Ela me abraçou e disse que podia ligar se precisasse. Me despedi dela e pedi um uber. Quando cheguei em casa, tomei um banho e depois de muito chorar, capotei.
Pov Ludmilla
Fiquei chateada com a Bru. Poxa, ela sabe que odeio sair sem ela, mas eu não podia deixar de ir na festa, já tinha confirmado presença. Fiquei tão bolada que nem dei papo pra ela depois e deixei ela ir embora pra casa. Me arrependi assim que ela saiu do quarto, mas meu orgulho falou mais alto. Só terminei de me arrumar e desci. O Marcos já tava pronto, me esperando.
-Mãe, estamos indo. -gritei, porque ela estava na cozinha. Rapidamente ela saiu de lá e veio até mim.
- Vão aonde? -ela perguntou.
- Na festa do Vini Jr, mãe.
- E a Bru? Ela saiu daqui tão tristinha...
- Eu chamei ela, mãe. Mas ela não quis ir.
