Em muitas vezes na vida, Shoyo se questionou o porquê de ser tão bom com as pessoas. Várias possibilidades passaram em sua cabeça, porém parecia encaixar na sua realidade. Uma vez no fundamental, quando um garoto consideravelmente estranho colou um chiclete no seu cabelo, o ruivo preferiu cortar os fios lisos do que ir comunicar a professora. Todos da sala ficaram zombando da situação por um mês, e apelidos como "medroso", "frouxo" e "faz-jus-ao-tamanho" nomearam-o até que fosse para o ensino médio."Será que naquela época, com a mentalidade que tenho hoje, eu deixaria aquilo acontecer?" Hinata se questionava sem parar.
O esperado é que a resposta fosse negativa. Pelo menos é o que ele queria que acontecesse, ou o que seu coração mais desejava que ocorresse. Sua perspectiva pareceu mudar naquela noite fria de dezembro, do lado externo do grande salão de formatura onde todos riam e comemoravam o fim. Ele, porém, deixava lágrimas escorrerem pelo rosto claro e sentia a garganta arranhar cada vez que tentava falar algo para Tobio, que preferia encarar o chão em sua frente do que para o seu rosto.
O garoto esperava que depois de tudo isso, todas as ligações perdidas, choros no banho, saída com os amigos, tentativas de superação e seus indescritíveis esforços, ele finalmente pudesse olhar para alguém e dizer o quão chateado ficou. Depois, dar as costas e partir sem sentir que um buraco dominava seu peito.
No entanto, seu espírito naturalmente bom não permitia isso. Assim como não permitiu que Tobio Kageyama, o rapaz que mais mexeu com seus pobres e genuínos sentimentos, fosse embora correndo riscos por estar embriagado.
No exato instante em que acordou naquele apartamento completamente, tentou ao máximo ser silencioso para que não precisasse acordar Kageyama. Ouviu alguns barulhos de cobertor sendo mexido assim que pegou suas coisas no sofá da sala, porém conseguiu sair do lugar sem interrupções.
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- Sério, qual a probabilidade? - Yamaguchi suspirou, dando um longo gole no suco de goiaba que estava tomando.
- Se for parar pra pensar na possibilidade dele encontrar alguém que ferrou com a vida dele, as chances são altas. Agora, se for calcular qual a probabilidade dele ajudar essa pessoa e dormir no sofá dele, eu acho que poucas pessoas fariam. - Kozume alfinetou e Tadashi se encolheu com o copo na mão, como se tivesse sido particularmente atingido.
- Tudo bem, eu aceito essa facada. - o ruivo levantou as mãos, em falso rendimento. Os dois riram de leve.
- Sério, Hinata. O que você tem nessa cabeça? - ele encostou o dedo em sua testa.
- Não posso julgar ele nessa situação.
- Eu bem sei né, Tsukishima fazia questão de sair massacrando os outros e mesmo assim você ficou com ele. Vocês parecem gostar de maus tratos, sério.
- Nem todo mundo é bem resolvido que nem você. - Yama argumenta, levantando o dedo indicador. - Já sabe, né? Se quiser abrir curso eu vou comprar.
- "Como não se importar com as pessoas" seria o título.
- E teria uma foto dele todo sério de terno na capa.
- Nossa, aquela do álbum de formatura seria perfeita!!!! - berrou o ruivo, caindo em gargalhada com o sardento.
A foto em questão era uma do loiro enquanto era criança. Obrigado a usar um terno azul escuro e gravata, o pequeno Kenma estava de braços cruzados e com a maior expressão de desgosto já vista.
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𝘆𝗼𝘂 𝗮𝗴𝗮𝗶𝗻?! - 𝗄𝖺𝗀𝖾𝗁𝗂𝗇𝖺
Fiksi Penggemar↦Hinata Shoyo e Kageyama Tobio nunca tiveram uma relação muito estável, mesmo sendo amigos desde a adolescência. Porém, no baile de formatura do terceiro ano do ensino médio, uma briga intensa fez os dois lados prometerem nunca mais sequer olhar um...