DAENA TARGARYENObservo meu próprio reflexo sob o espelho a minha frente. As vezes é difícil me reconhecer. Como se eu vestisse uma espécie de máscara, a cada novo dia, ou ocasião. Não sabia qual era a de hoje, mas amanhã, seria uma mais velha.
— Obrigada, Elinda. — Puxo rapidamente a trança que ela acabará de trançar em meu cabelo.
Ela assente, e no mesmo instante que se retira, Baela passa pela porta.
— Você está linda. — Minha prima esboça um leve riso, enquanto suaviza o toque de sua mão sob minhas costas. — É um penteado novo?
— São típicos do Norte. — Digo, apenas.
Encaro meu reflexo mais furtivamente desta vez, e deslizo a mão pela trança que caia sob meus ombros. Eu me lembrava da primeira vez que Elinda havia deixado meu cabelo desta forma. Eu nunca esqueceria deste dia.
Winterfell, quatro anos antes.
Balanço meus pés euforicamente por debaixo da mesa, enquanto devoro um ensopado de carne, e vegetais. Já fazia um ano desde que eu havia chegado em Winterfell, e amanhã era meu décimo terceiro dia do nome. Elinda havia feito um novo penteado em meu cabelo, dizia ela, ser típico das nortenhas. Eu havia gostado, por mais que tivesse relutado em admitir.
Cregan estava á minha frente, também comendo a sopa. Eu percebia quando ele estava me observando, mas sempre que eu fazia o mesmo, seus olhos se desviavam rapidamente. E por mais que não me importasse muito com isso, ficava curiosa para saber o motivo de tantos olhares.
As vezes eu me questionava se seria um destino tão ruim ter que me casar com ele, visto que eu poderia ficar aqui no Norte para sempre. As coisas não seriam tão ruins. Seria como é agora. Faz um ano desde que cheguei em Winterfell, e não trocamos mais de algumas palavras, mas eu o observava. Mais discretamente do que ele á mim, mas o observava.
Seus olhos eram um azul mais bonito do que eu havia notado na primeira vez que nos vimos. E suas habilidades com o arco e flecha eram mais admiráveis do que eu poderia admitir. Se eu me casar com ele um dia, as coisas seriam iguais. Não parece tão ruim, seu rosto até que era agradável de se olhar. E acima de tudo, eu continuaria aqui.
Meus pensamentos são interrompidos, quando observo um Meistre cochichar algo para Cregan. Posso ver seu semblante mudar drasticamente, a medida que ele se afasta do prato, levantando rapidamente, e o seguindo.
— O que aconteceu? — Questiono Elinda, que bordava uma espécie de tapeçaria, ao meu lado.
— Eu não sei, princesa. — Ela observa a rápida movimentação entre os serviçais a nossa volta. — Com licença, há algo de errado? — Ela aborda uma das lady's que passava por nós.
— É o Lorde Stark. — A mulher parecia preocupada. — Ele sofreu um acidente na caçada de hoje. — Antes que eu, ou Elinda pudéssemos dizer algo á mais, ela já estava longe.
— Você acha que pode ser grave? — Deixo minhas palavras no ar.
— Não diga isso. — Ela me repreende. — Venha, vamos prestar nossas convalescenças.
[...]
Me inclino lentamente sob a porta entre aberta. Elinda havia entrado, e estava conversando com um dos Meistres a um tempo. Cregan estava sentado ao lado da cama de Rickon, pelo que eu podia observar de minha distância, ele parecia estar soluçando, enquanto o pai tentava conforta-lo. Me pergunto se não deveria ser ao contrário.
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Queen of Nothing - Aemond Targaryen
Fanfiction𝑫𝒂𝒆𝒏𝒂 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏 foi condenada a cinco longos anos de exílio, afastada de Porto Real, como forma de punição por ter desferido um golpe em seu tio, 𝑨𝒆𝒎𝒐𝒏𝒅 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏, que lhe custou a visão de um dos olhos. Seu castigo a c...