As: não esqueçam de favoritar e deixar comentários durante os capítulos, pois está autora trabalha com motivações :,) E, recomendo que escutem a música do capítulo da metade pro final, vocês conseguirão apreciar a cena melhor, e vocês verão o porque :)
DAENA TARGARYEN
Porto Real, oito anos atrás.
Seguro o tecido com força, tentando enfiar a agulha com precisão, mas meu dedo já está latejando de tanto que o furei. Não consigo me concentrar.
Minha mente insiste em se desviar para a janela, onde posso vislumbrar o que realmente me interessa.Disfarço, lançando um olhar de soslaio para Helaena, ao meu lado. Seu bordado é... perfeito. Linhas firmes e graciosas que formam flores e bichinhos delicadas, enquanto o meu é um emaranhado de linhas tortas e nós frouxos.
Solto um suspiro baixo.
O meu... nem parecia um dragão. E eu queria tanto que fosse.
Não possuo talento para nada.
Furo o dedo novamente, distraída, com a imaginação do que ocorria lá fora. Arrisco um novo olhar para a janela. Em algum lugar do pátio, sei que eles estão lá.
E então ouço o som que tanto espero, o tilintar das espadas.
Não resisto. Deixo a agulha de lado e corro para a janela, esticando-me na ponta dos pés, pois ela é alta demais para mim.
Com os olhos brilhantes, vejo meus irmãos lutando, o aço das lâminas refletindo o sol. Em um canto afastado, sozinho, Aemond treina.
Desde que nos conhecemos, há dois dias, percebi que ele gostava de fazer as coisas sozinho, assim como eu. Mas, de repente, essa solidão que sempre apreciei, não parecia mais tão interessante assim. Desde então não trocamos mais uma palavra sequer. Tenho medo de incomodá-lo, e ele... bom, eu desejava muito ser sua amiga.
Ele não falava muito e isso me deixava intrigada, era difícil saber o que ele pensava. Acho que ele é a pessoa mais interessante que já conheci.
Sinto a mão de uma criada sob meu ombro e, antes que eu possa reagir, ela me repreende com um olhar severo.
— Terminou o bordado, menina? — Sua expressão era profunda, com as sobrancelhas se enrugando.
Faço que não com a cabeça, mordendo os lábios para conter uma resposta malcriada.
Ela me lança um olhar que me obriga a retornar ao banco.
De volta ao meu bordado, suspiro, fitando as agulhas com amargura. Queria tanto trocá-las por espadas.
Houve um dia em que pedi ao meu pai, Laenor, que me ensinasse a lutar, e ele, por um breve momento, tentou. Apenas uma vez. Depois, nunca mais. Ele se foi faz quase um ano, e me sinto culpada por não ter sofrido tanto quanto deveria.
Não chorei como os outros. Senti que algo em mim estava errado. Ele era bom, mas sempre distante, uma presença que se desfazia em ausências. Mesmo assim, sentia sua falta as vezes. Ele foi o único que ao menos, mesmo que brevemente, tentou me ensinar a ser forte.
Mais uma vez, me distraio e furo outro dedo. Resmungo baixinho, pressionando a ponta contra os lábios, sentindo o gosto metálico do sangue.
— Você não precisa perder tempo com isso. Não precisará de bordados em um campo de batalha. — Helaena quebra o silêncio, olhando para mim com seu jeito peculiar.
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Queen of Nothing - Aemond Targaryen
Fanfiction𝑫𝒂𝒆𝒏𝒂 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏 foi condenada a cinco longos anos de exílio, afastada de Porto Real, como forma de punição por ter desferido um golpe em seu tio, 𝑨𝒆𝒎𝒐𝒏𝒅 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏, que lhe custou a visão de um dos olhos. Seu castigo a c...