AEMOND TARGARYENO sangue de Viserys mal havia esfriado, e aqui estávamos nós, o coroando. Aegon, O bêbado. O Inconsequente. O Covarde.
— Povo de Porto Real, é com profunda dor em meu coração que venho trazer-lhes uma notícia sombria. Vosso rei, Viserys, O Pacífico... — Otto faz uma curta pausa dramática em suas palavras, o suficiente para comover cada plebeu tolo que as ouve. — Está morto.
Os sussurros correm entre a multidão assim que meu avô anuncia a suposta última vontade de Viserys, tomada de forma tão intrigante, quase milagrosa, em seu leito de morte — a decisão de nomear Aegon, e não Rhaenyra, para sucedê-lo. Realmente intrigante. Mas é ainda mais intrigante o fato de que em todo os Sete Reinos, apenas uma pessoa presenciou esta vontade inesperada nos últimos suspiros de Viserys. Minha mãe. Que coincidência. Ou conveniência.
Vejo meu irmão hesitar enquanto caminha entre o povo seguidamente, rumo a onde o resto de nós o aguardava. O olhar deve era vazio. O brilho e a ambição que deveriam residir no olhar de um futuro rei, era apagado pelas sombras do medo, e do vinho.
Aegon, o rei que ninguém desejou. Serei obrigado a conviver com este fardo, assim como todos os outros.
— Aegon Targaryen é o verdadeiro herdeiro do Trono de Ferro. — Cole se põe a frente, com a coroa em suas mãos. — A coroa do conquistador, passada de geração em geração.
Os pés trêmulos de Aegon se cessam ao parar diante dele.
— Que o Guerreiro lhe de coragem. Que o Ferreiro confira força para sua espada e seu escudo. Que o Pai o defenda conforme suas necessidades. Que a Velha erga sua lamparina brilhante e ilumine seu caminho até a sabedoria.
A imagem dele com a coroa me enoja. Ele mal consegue sustentar o peso dela sob sua cabeça. Aegon é uma piada. Ele nunca desejou isso, sempre fugindo de suas responsabilidades, e da dádiva dada a ele pelos Deuses de ser o filho primogênito, se afogando em vícios, e prazeres vazios.
Um leve riso sádico se forma no canto de meus lábios, porque eu sabia que seu reinado seria curto. Ele não tem o que é preciso para ser rei, e no fim, o trono acabará com quem sempre deveria estar.
Eu mesmo o arrancarei dele.
— Saúdem Vossa Majestade, Aegon, Segundo de Seu Nome, Rei dos Ândalos e dos Roinares e dos Primeiros Homens, Lorde dos Sete Reinos, e Protetor do Reino.
Os sinos tocam, e o olhar inseguro de Aegon se extende a mim, ele aguarda minha reverência. O ódio que sinto é quase palpável. Com um movimento lento, inclino minha cabeça de forma contida, disfarçada de respeito. Meus braços permanecem firmes, cruzados para trás, enquanto meu olhar está fixo a dele, de forma indiferente e penetrante, como se eu estivesse despindo sua alma fraca.
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Queen of Nothing - Aemond Targaryen
Fanfiction𝑫𝒂𝒆𝒏𝒂 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏 foi condenada a cinco longos anos de exílio, afastada de Porto Real, como forma de punição por ter desferido um golpe em seu tio, 𝑨𝒆𝒎𝒐𝒏𝒅 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏, que lhe custou a visão de um dos olhos. Seu castigo a c...