DAENA TARGARYENA lua cheia iluminava Fortaleza Vermelha. A brisa fresca soprava sob os fios de meu cabelo, fazendo a parte não coberta de meu corpo pelo hobby, estremecer. Meus braços estavam recostados sob a balaustrada, enquanto permanecia imóvel, contemplando a vastidão além dos muros do castelo á minha frente.
Pelo tardar da noite, hoje já era o grande dia.
Meus tênues pensamentos são corrompidos no instante em que posso ouvir passos ecoarem sob o frio chão de mármore. Meu coração acelerou, mas meu corpo se manteve firme para frente.
Eu já sabia quem era sem precisar me virar.
Sinto seu cheiro amadeirado rente a mim. Seus passos haviam se cessado a poucos centímetros de distância de onde eu estava.
O silêncio que permaneceu pelos próximos instantes foi tão sufocante que a ideia de não me virar, e olhar para ele foi como o golpe de uma lâmina sob minha barriga.
— Não se case com ele.
Me viro para Aemond instantaneamente.
— O quê? — As palavras deslizam de meus lábios de uma forma fria, e tento conter o calor que irradiou por dentro de mim.
— Não se case com ele. — Sua voz era baixa, carregada por uma espécie de frustração.
Enriqueço minha postura, mantendo-me em silêncio por alguns instantes.
— Por que? — O questiono, enquanto meus olhos permanecem fixos em sua face indecifrável.
— Por que? — Aemond lentamente deu um passo á frente. — Você sabe porque.
Cruzo meus braços, e engulo á seco.
— Não. — Uma curta pausa. — Eu não sei. — Me viro rapidamente para a visão da cidade.
Suas mãos se entrelaçam em minha cintura, interrompendo minha ação, e puxando-me para junto dele. Nossos corpos estavam a uma distância tão curta que posso sentir a temperatura quente crescendo dentro dele. Pude sentir uma faísca proibida e depravada dentro de mim, e as palavras foram extintas de meus lábios.
— Porque você não pertence a ele... — Seus lábios sussurram quase juntos dos meus, e lentamente se encaminham em direção do lóbulo de minha orelha. — E você sabe disso tanto quanto eu.
Abro meus olhos repentinamente, e sinto meu coração bater de forma eufórica.
Suspiro, fechando minhas pálpebras calmamente ao recobrar minha mente de que havia sido apenas um sonho.
Outra vez. Mais um.
— Pelos Sete Infernos... — Quase que sussurro.
Seguidamente deslizo minhas pernas para o piso frio, e encaminho meu corpo e mente em direção da mesa. Levo minhas mãos até uma bacia com água, e respingo um pouco sob minha face, a esfregando.
Encaro meu reflexo sob o espelho, e sinto meu corpo endurecer.
Após o fim do jantar de noivado a algumas horas, corri para meus aposentos com a desculpa de que não me sentia bem, e que precisava me repousar para o dia seguinte. Passei a noite toda presa em meus pensamentos, incapaz de escapar da sensação sufocante de que eu estava prestes a cometer um erro. Eu tentei de forma insalubre fazer minha mente se esquecer do que havia acontecido debaixo daquela mesa. Tentei forçar-me a cair no sono para que meus pensamentos pudessem ser libertos dele. Mas eu não precisava estar acordada para que ele ainda residisse dentro de minha mente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Queen of Nothing - Aemond Targaryen
Fanfiction𝑫𝒂𝒆𝒏𝒂 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏 foi condenada a cinco longos anos de exílio, afastada de Porto Real, como forma de punição por ter desferido um golpe em seu tio, 𝑨𝒆𝒎𝒐𝒏𝒅 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏, que lhe custou a visão de um dos olhos. Seu castigo a c...