QUANDO EU ERA CRIANÇA MINHA FAMÍLIA SEMPRE ME CONTAVA HISTÓRIA DE PRINCESAS, princesas indefesas que sempre precisavam de um príncipe para salvá-las. Menos uma pessoa: Kreese, meu padrinho.
Ele sempre dizia que se a princesa soubesse dar um soco, e um chute lateral, ela conseguiria se salvar sozinha. E desde esse dia ele passou a me ensinar karatê também.
Eu sempre soube que Kreese não era um anjo e nem um homem muito bom, mas ele sempre foi meu padrinho que me mostrou o que o mundo é de verdade. Uma vez quando tinha dez anos lembro que ele me fez cair de costas na grama porque ele prometeu que iria me segurar, mas não segurou, e então depois ele disse "Isso será o que a vida fará com você, quando você acreditar que estará segura você cairá. Não confie em ninguém, princesa." fiquei duas semanas com dores fortes nas costas. Meu pai nunca gostou quando falávamos no nome dele, mas também não era ódio ou raiva, algo existia ali, eu só não sabia o que era.
Minha mãe é filha de grandes amigos de Kreese, por isso ela sempre teve contado com ele e escolheu ele pra ser meu padrinho.Quando meu pai sumiu da minha vida, Kreese desapareceu junto. Confesso que sentia falta de ambos comigo.
— Perdida no tempo, Lisse? — Noah perguntou enquanto puxava meu cabelo.
— Oh, oi. — Digo me virando pra ele.
— Coma algo antes de sair. — Minha mãe diz me olhando.
— Eu como na escola, estou sem fome. — Digo me levantando.
— Me da uma carona rápida filha? Vou ao trabalho do Daniel LaRusso buscar meu carro no concerto. Beijo, amores. — Ela diz a Victor e Noah.
— Até mais. — Digo mandando um sorriso pra Noah que responde da mesma forma.
Entro no meu carro com minha mãe no banco de passageiro, vamos o caminho todo em completo silêncio até chegar no destino dela.
— Porque está agindo assim?
— Assim como?
— Como uma adolescente normal, você não é dessas. — Ela diz me dando um tapinha de brincadeira me fazendo rir.
— Eu só estou pensativa, mãe...
— Pelo menino de ontem?
— Não, não..é sobre Kreese.
— O que tem ele, deu sinal de vida?
— Não, muito pelo contrário. Liguei pa ele hoje quando Robby foi embora e nem tocou o telefone, é como se o número nunca tivesse existido.
— Que merda filha. — Minha mãe diz passando a mão no meu rosto enquanto eu soltava uma risada interna. — Olha, agora eu tenho que ir, mas hoje quando eu voltar do trabalho nos conversamos um pouco, o que acha? Vermos um filme e ficarmos até tarde fofocando..— Ela ri pra mim.
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𝐃𝐎𝐍'𝐓 𝐁𝐋𝐀𝐌𝐄 𝐌𝐄 | 𝖥𝖺𝗅𝖼𝖺̃𝗈.
Fanfic❝ - No início não era algo que eu queria de verdade, só estava ali para ficar próxima do meu pai. Mas agora, o karatê é tudo que me resta. ❞ Clarisse Handy Lawrence, the number one.