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Vamos até a casa dos Wheeler's e quando Steve estacionou o carro na fachada da casa, sinto a nostalgia do dia em que eu e Steve terminamos nesse mesmo gramado na qual estou andando. Esse também foi o último dia em que vim até a casa da Nancy.

Steve parece pensar o mesmo pois sinto ele tenso não muito longe de mim e sinto seu olhar em minhas costas, sei bem como é a sensação dele me analisando.

Victor Creel alega que demônio vingativo matou sua família. É o que  está escrito na manchete do jornal antigo em minhas mãos. Esses jornais foram a descoberta que Nancy e Robin conseguiram e deixaram para nós lermos enquanto estão no andar acima do porão onde estamos – lembro bem de quando a On dormia nesse mesmo porão.

- Olha, sinceridade, é... – Steve fala baixo mas o suficiente para o escutar, ele anda de um lado para o outro com outra imagem de um jornal sobre o mesmo assunto e ele tem o cenho franzido. – Vocês entenderam alguma coisa?

- Não. – Lucas e eu respondemos em um uníssono.

- Pra mim, é bem claro. – Dustin responde, como se entender aquilo fosse igual a matemática do primeiro ano.

- Bem claro, sério? – Steve levanta as sobrancelhas.

- O que é que você não entendeu? Até agora todo mundo com a maldição morreu, menos o tal do Victor Creel que a Nancy achou. É o único sobrevivente conhecido. Se alguém sabe vencer a maldição, é ele. – Dustin explica.

- Isso supondo que ele tinha a maldição, Henderson, a gente não sabe. Como é que o Vecna existia nos anos cinquenta? Não faz sentido... – Harrington passa a mão na testa e a arrasta até a tempora, massageando ali.

- Até onde sabemos, a On não criou o Mundo Invertido. Ela só abriu pra lá. O Mundo Invertido deve existir a milhares de anos, milhões. De repente, até antes dos dinossauros.

- Dinossauros, do que você... – Steve balança as mãos, negando com a suposição maluca do mais novo.

- Ok, beleza! Mas se o portal não existia nos anos cinquenta, como que o Vecna veio pra cá? – Lucas pergunta antes que a conversa dos dois vire uma implicação sem fim.

- E como veio pra cá agora? – Steve aponta o dedo indicador para Lucas.

- Por que agora? – eu me pergunto também. Não faz sentido o Vecna aparecer agora, depois de meses sem loucuras sobre Mundo Invertido.

- E por que naquela época? Apareceu nos anos cinquenta, matou uma família e puf! É, já tá' bom. Depois desaparece e só some? Pra voltar trinta anos depois e matar uns adolescentes? Não caio nessa. "Bem claro" é o cassete. Sinceramente, Henderson? Um pouquinho de humildade de vez em quando não faz mal. – Steve tagarela.

- Desculpa. – Dustin fala e olha para o chão, Steve suspira arqueando as sobrancelhas para ele e se sentando na poltrona de frente para o sofá, cruzando as pernas como uma mãe que acabou de dar um sermão no filho.

Mudo meu olhar para Max que está distante de nós, a ruiva está sentada em uma cadeira enquanto escreve algo, um abajur aceso do seu lado. Ela está ali, calada, desde que chegamos aqui. Ela parece estar apenas no seu mundo depois que descobriu que pode acontecer algo de ruim com ela a qualquer momento.

- O que será que ela tá' escrevendo? – eu pergunto baixo para os dois garotos sentados do meu lado no sofá. Steve vira o pescoço, olhando para atrás a garota atrás de si.

- Ela dormiu? – Dustin pergunta, já que quando chegamos Steve a mandou descansar já que ficaríamos aqui por um tempo e a garota parecia cansada mas ela disse que não precisava e logo se sentou nessa mesa e não saiu de lá mais. Talvez esteja ali por horas.

𝐌𝐀𝐓𝐈𝐋𝐃𝐀°ˢᵗᵉᵛᵉ ʰᵃʳʳⁱⁿᵍᵗᵒⁿ°Onde histórias criam vida. Descubra agora