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Fico desapontada por ver que Lucas ficou no banco. Pelo o jeito que o garoto falava, eu achava que o mesmo estava no time principal e fosse o melhor do time.

O jogo está acirrado e o time rival está agressivo contra a nossa escola. Até mesmo derrubaram um garoto que saiu mancando do ginásio, o que foi bom de certa forma – já que com a saída do garoto, Lucas entrou apressado no ginásio.

- Vamos, Lucas! – grito quando vejo o garoto entrar.

Com o Lucas na quadra, conseguimos fazer alguns pontos, porém não dele. O garoto apenas passa a bola para que seus amigos de time façam a cesta, ele está inseguro, isso é nitido.

Começamos a passar do outro time, porém não dura muito pois eles conseguem nos alcançar, igualando os pontos. Com isso, Jason, o capitão do time, pede um tempo pra conversas com seus companheiros de quadra.

Enquanto os garotos conversam, resolvo comprar uma bebida por eu estar ficando com a garganta seca de tanto gritar. Compro com um homem que estava distribuindo bebidas e pipocas entre as arquibancadas e em seguida volto para o meu lugar, sem deixar de olhar para Steve com a menina bonita ao seu lado. Ele parece perceber o meu olhar e vira sua cabeça em minha direção, rapidamente mudo meu olhar e ando mais rápido até meu lugar. Tenho vontade de esconder minha cara em um buraco.

O jogo começa novamente e dessa vez, está mais tenso pois é a última cesta para definir o vencedor da noite e tendo pouco tempo de jogo. Jason mira a bola na cesta e infelizmente erra, a bola caindo nas mãos de Lucas que a pega, escapa dos jogadores adversários e se afasta um pouco, mirando a bola na cesta e em seguida jogando-a em 1 segundo para terminar. Todos olham tensos enquanto a bola bate na boca da cesta antes de cair dentro dela.

- Isso! Isso! – eu comemoro junto dos resto das pessoas ali no ginásio.

[...]

Estou esperando por Eddie no lado de fora do colégio, um pouco afastada das pessoas indo embora do ginásio enquanto conversam animadas com sorrisos grandes nos rostos por termos ganhado o jogo de hoje.

Enquanto julgo as combinações de roupas das pessoas que passam por ali, vejo um cara se aproximar de onde estou. Fico em alerta rapidamente mas não deixo transparecer. Olho de relance o homem tirar lgo do bolso e vejo melhor ele tirar uma caixa de cigarros junto de um isqueiro.

Mudo meu olhar, com medo dele perceber eu o encarando. Ele usa uma jaqueta de couro preta assim como suas vestimentas escuras, e pela chave pendurada na sua calça, imagino que ele seja o dono da moto chamativa no estacionamento, na qual eu estava analisando minutos atrás.

- Quer um? – escuto a voz rouca do homem ao meu lado e quase pulo de susto, sem imaginar que ele iria falar comigo.

- O que? – pergunto sem entender já que o cigarro pendurado na boca dele atrapalha um pouco a sua fala.

- Um cigarro. Você quer? – ele aponta para a caixa em sua mão e eu fico em dúvida se aceito ou não.

Sendo sincera, eu já fumei antes. Apenas depois que terminei com Steve. Quando descobri que Eddie vendia drogas, eu fiquei curiosa sobre esse assunto e raramente fumamos juntos por diversão em nossas noites juntos. Não é sempre, claro, mas sei como fumar. 

A imagem de Steve com aquela garota loira aparece em minha mente e a frustração toma conta do meu corpo. Em um ato impulsivo eu afirmo com a cabeça, aceitando o cigarro. O homem – que até então não sei o nome – estuca a caixa pra mim e eu pego um cigarro branco de dentro da mesma e colocando em minha boca em seguida, ele acende o isqueiro e estica próximo a minha boca, acendendo para mim. Eu sugo o ar do cigarro para dentro dos meus pulmões, sentindo o incômodo gostoso da fumaça por alguns segundos e logo jogando-o para fora de meu corpo.

Ficamos em silêncio enquanto apreciamos do nosso cigarro, olhando as pessoas com o objeto branco entre o dedo indicador e o do meio. Já estou na metade quando vejo Steve e a garota loira saindo do ginásio. Eles andam lado a lado, porém não estão se encostando e acho isso estranho já que Steve adora andar de mãos dadas.

- Aí, merda. – eu digo quando vejo Steve me olhar e começar a andar até mim, com a garota ao seu alcance.

- O que foi que disse? – o homem me pergunta e eu nego com a cabeça, mandando ele esquecer o que eu disse. Eu olho para ele para desviar o olhar de Steve que já está próximo.

- Oi, Bella. – ele diz simpático, dessa vez não tem como eu não olhar para ele.

- Oi, Steve. – digo com um sorriso pequeno e sem perceber, aceno com a mão que está o meu cigarro e isso acaba chamando a sua atenção, deixando ele surpreso.

- Você fuma? – ele pergunta impulsivo. Eu fico meio constrangida porque a única pessoa que sabe que fumo é Eddie.

- Sim, mas só as vezes. – respondo dando de ombros. – E você? Tá' em um encontro? – pergunto tentando mudar de assunto porém da pior forma já que é um assunto desconfortável lara ambos os lados. Tenho vontade de bater a minha cerca na parede, tamanha é minha vergonha quando vejo o rosto dele ficar constrangido.

- Ah, é-é...Sim, eu tô' sim. – ele gagueja nervoso e quando ele afirma, eu trago do cigarro em frustração. Eu já sabia que ele estava em um encontro, mas a afirmação saindo de sua boca é pior do que imaginei. – Essa é Heidi.

- Oi, fofa. – ela diz com uma voz irritante, mostrando o sorriso mais falso que já vi.

- Oi. – digo curta e seca. Como se fosse uma luz em minha vida, vejo Eddie correndo espalhafatoso em minha direção. Um sorriso começa a aumentar em meu rosto.

- Bella, Bella! A gente precisa ir. – Eddie diz ao parar as pressas ao meus lado, ele está animado. Imagino que hoje teve algum vencedor no D&D. Eu jogo meu cigarro no chão e piso no mesmo antes de dar a atenção ao meu amigo.

- Por que você tá' tão animado assim? – eu dou uma leve risada enquanto olho para deu rosto brilhante e seu cabelo cheio por ele ter corrido.

- Depois eu te conto tudo, mas agora a gente precisa ir. – ele pega na minha mão e eu continuo em meu lugar o olhando séria, esperando por um motivo para a pressa dele pra irmos embora. – Eu tenho uma venda especial me esperando na van, não podemos demorar muito.

- Ah, tudo bem. – logo eu entendendo que ele se refere às ervas dele. Me viro para um Steve com uma carranca encarando a gente e uma loira com um rosto quase assustado enquanto olha para Ed. – Steve, tenho que ir. Foi bom ver você.

- Foi bom te ver também. – ele fala me olhando, Eddie me puxa pelo braço para irmos em direção a sua van.

- Cara que nao sei o nome, obrigada pelo cigarro. – agradeço ele que sorri e pisca pra mim em resposta.

- Vamos mantendo contato. – Steve diz quase que implorando.

- Claro! – eu digo alto por já estar um pouco longe e em seguida me viro de costas para andar direito ao lado de Eddie.

Enquanto andamos de mãos dadas, eu consigo sentir os olhos de Steve queimar nas minhas costas. E eu não me sinto mal por isso. Não sei por qual razão mas eu até gosto que ele pense que estou seguindo em frente, assim como ele. Apesar de não ser verdade, porque antes de dormir eu só penso nele e em como éramos felizes juntos.

Respiro fundo, deixando esses pensamentos depressivos de lado e escuto Eddie falar em como as crianças venceram de um tal monstro chamado Vecna do jogo, e eu rio do jeito que ele fala animado. Ele diz também que Erica que jogou no lugar de Lucas e eu fico surpresa.

Continuamos a conversar até chegarmos na van e eu ver uma menina encostada a mesma. Ela parece um pouco insegura e nervosa, os braços cruzados e sua roupa de líder de torcida já entrega tudo. Ela provavelmente não quer que ninguém a veja com o esquisitão da escola para não manchar sua imagem. Típico.

- Ei, não fica assim. – eu sou a primeira a falar com a garota e ela se assusta por não ter nos visto chegar. – Fica tranquila.

- Eu tô' tranquila. – ela diz mas não soa convincente.

- Eu me chamo Bella. – me apresento, vendo Eddie destrancar o carro e entrar no motorista.

- Eu sou a Chrissy. – ela sorri simpática.

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𝐌𝐀𝐓𝐈𝐋𝐃𝐀°ˢᵗᵉᵛᵉ ʰᵃʳʳⁱⁿᵍᵗᵒⁿ°Onde histórias criam vida. Descubra agora