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QUANDO NÃO PRECISARAM mais de Steve no jogo – quase no final da aula –, nós saímos do ginásio e ficamos naquele mesmo beco em que ele estava com Nancy antes, nos sentamos no chão lado a lado e ele me contou tudo o que Nancy falou – despejou – em s...

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QUANDO NÃO PRECISARAM mais de Steve no jogo – quase no final da aula –, nós saímos do ginásio e ficamos naquele mesmo beco em que ele estava com Nancy antes, nos sentamos no chão lado a lado e ele me contou tudo o que Nancy falou – despejou – em sua cara. Eu fiquei em choque, não achei que Nancy fosse capaz de dizer algo daquele tipo, nem mesmo bêbada.

Eu apoiei Steve e tentei defender Nancy do melhor jeito que consegui. A conversa foi boa, depois do assunto tenso nós conversamos sobre qualquer barbaridade. Viramos mais amigos, eu sinto.

Agora, no meio do intervalo – já que alguns amigos de Steve o chamaram, terminado nossa conversa – estou junto de Nancy e Jonathan no capo do carro do garoto, eles comem um sanduíche enquanto eu apenas bebo um refrigeração da máquina de bebidas. Nancy queria saber o que Jonathan sabia sobre ontem à noite, ela perguntou para mim também e eu não lhe dei muito detalhes, contei apenas o necessário – ou seja, não contei que dormi na casa de seu namorado, que ele foi até meu quarto e que fomos juntos para a escola hoje.

- E aí, ele te pediu pra me levar pra casa? – Nancy pergunta para Jonathan.

- É, é. Ele tava' irritado, tava' bem irritado. – mente e enfatiza a palavra "bem". – Mas tava' preocupado com você. – Nancy olha para o chao com um olhar entristecido. – Olha, você tem que relaxar um pouco. As pessoas falam besteira quando bebem, coisas que não são verdade.

- Mas é aí que tá'. E se for verdade? Por um tempão, eu...Eu tentei tanto fingir que tá' tudo bem, mas não tá'. Eu...Eu sinto que tem...Eu, sei lá. – ela não consegue se expressar.

- Que tem um peso que você tá' sempre carregando. O tempo todo. – Jonathan continua sua frase. – Eu sinto também.

- É, mas é diferente pra você. Will voltou para casa. – eu apenas escuto a conversa dos dois enquanto bebo meu refrigerante.

- É, ele voltou. Só que não é mais o mesmo. Eu tento estar presente, ajudar ele mas...eu não sei. Ah, sei lá. – agora Jonathan que desviou o olhar para o chão enquanto as mãos se esfregam uma na outra. – Talvez as coisas não tenham como voltar ao normal.

- Isso não te deixa mal? – pergunto curiosa.

- Mal? – repete confuso.

- É, que as pessoas que fizeram isso estragaram tantas vidas e conseguiram se safar. – explico.

- As pessoas responsáveis por isso morreram.

- Você acha mesmo isso? – Nancy pergunta contrariada, eu penso o mesmo. Ela olha para um cara que estava em uma mesa, escutando uma música em seu walkman e comendo besteiras. Ela parece ter pensado em algo. – O namorado da sua mãe. Ele trabalha da RadioShack, não é?

- É, por quê? – o garoto responde confuso com a pergunta repentina, ela olha para trás e não o responde. – Está pensando em que?

- Vocês querem matar o quarto tempo? – perguntou repentinamente, olhando sugestiva para nós.

𝐌𝐀𝐓𝐈𝐋𝐃𝐀°ˢᵗᵉᵛᵉ ʰᵃʳʳⁱⁿᵍᵗᵒⁿ°Onde histórias criam vida. Descubra agora