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ON ESTÁ ABRAÇADA AO HOPPER sentada em um banco que fica no meio do shopping, a perna machucada da garota está no colo de Joyce, que está bastante preocupada, assim como Hopper – o delegado arregalou os olhos e correu até a Onze assim que ficou o estado da mesma, começando a fazer diversas perguntas e analisar a menina por inteiro para ver se estava em uma situação muito grave.

Mexo os meus dedos da mão devagar, sentindo um certo incômodo por causa do aperto forte de Onze deixou ali quando ela estava sentindo dor. Olho para a minha mão e vejo a marca dos dedos da Onze visivelmente ali. A dor incomoda porém não me arrependendo de ter sido o apoio da garota que considero como minha irmã mais nova em um momento tão difícil e dolorido pra ela.

- Tá' tudo bem com a sua mão? – me assusto um pouco com a voz de Steve sussurrando ao meu lado. Ele percebe que estou encarando minha mão por bastante tempo, ele olha para o mesmo que eu e pega minha mão para analisar a marca avermelhada. – Caramba, garotinha é bem forte. Dói muito?

- Tá' tudo bem, não me incomoda tanto. – respondo sua pergunta, realmente não incomoda tanto mas mesmo assim dói. Eu nego com a cabeça como se aquele machucado fosse nada.

- Eu posso pegar um gelo pra você em alguma lanchonete. Espera aqui. – Steve diz com uma preocupação genuína e eu sorrio pra ele, achando aquilo tudo muito fofo. Quando ele estava prestes a se afastar em direção a alguma lanchonete, eu seguro sua mão, o fazendo voltar.

- Steve, não precisa, sério. Eu mal estou sentindo a dor. – tento o tranquilizar.

- Tem certeza? Os dedos da Onze parecem bem visíveis pra mim. – ele aponta pras marcas avermelhadas.

- Eu tenho certeza, relaxa. Temos outras coisas pra nos preocupar agora. – aponto para todo mundo que está explicando o que aconteceu para os adultos que chegaram agora.

Cruzo meus braços, começando a prestar atenção na conversa na qual cheguei pela metade, e sinto o braço de Steve rodear meu pescoço, aproximando o meu corpo para perto dele. Sorrio pequeno, encostando minha cabeça no seu peito – já que ele é alto demais e eu baixa demais para poder alcançar seu ombro.

- O Devorador de Mentes construiu esse monstro em Hawkins pra atacar a On, pra matar ela e abrir caminho pro nosso mundo. – Mike é o que está explicando para Hopper e Joyce que escutam atenciosamente.

- E quase conseguiu. Isso era só um pedacinho dele. – Max acrescenta, se referindo ao bicho que Hopper havia pisado a poucos minutos atrás.

- Qual é o tamanho desse bicho? – Hopper pergunta curioso.

- É grande. Ah, pelo menos, uns dez metros. – Jonathan responde.

- É. Ele quase destruiu a sua casa. – Lucas dá a péssima notícia e Hopper suspira. – Não leva a mal.

- Calma aí, só pra ficar claro. Essa aranhazona de carne morta que machucou a On é tipo uma gigantesca arma? – Steve pergunta e eu olho pra cima para poder ver seu rosto. Pelo visto, ele estava prestando atenção na conversa enquanto eu estava distraída com a dor na minha mão.

- Isso. – Nancy concorda.

- Só que, em vez de ter pregos e metal, o Devorador de Mentes fez a arma dele com gente derretida? – ele continua e eu arregalo os meus olhos, minha boca abrindo um pouco e meu olhar focado no chão, totalmente em choque. É nitido que eu perdi bastante parte da história.

- Isso, exato. – Nancy concorda novamente e eu engulo seco.

- Tá. Tá bom, legal. Era só pra saber. – Steve afirma com a cabeça, meio em choque com toda essa história do monstro.

- Tem certeza de que esse bicho ainda tá' andando vivo por aí? – Joyce é quem perguntando, visivelmente preocupada.

- A On deu uma lição nele mas, é, ainda tá' vivo. – Max responde a mais velha.

- Mas se o portal fechar de novo...

- A gente corta o cérebro do corpo. – Max continua a fala de Will.

- E ele morre. – Lucas conclui. Em outros momentos eu acharia engraçado e zoaria deles por continuar a fala um do outro mas agora eu só consigo pensar na gravidade da situação em que estamos. – Em tese.

- Ioo-Hoo! Ioo-Hoo! – o cara careca aparece gritando enquanto balança umas folhas na mão e andando até nós. Ele vai até uma mesa da praça de alimentação e nós seguimos ele que coloca as folhas amareladas com desenhos que parecem uma planta de algum lugar. – Muito bem. Isso foi o que Alexei chamou de "central". Essa central nós leva à sala do cofre.

- Tá bom, onde é o portal? – Hopper pergunta olhando para onde o careca está apontando na planta. Prontamente sei que eles tão falando do lugar onde passamos a noite.

- Logo aqui. – ele aponta para outra parte do desenho bem feito na folha. – Eu não sei qual é a escala da planta mas acho que fica bem perto da sala do cofre, talvez quinze metros mesmo.

- Tá' mais pra cento e cinquenta. – Erica dá um passo pra frente, interrompendo a conclusão errado do mais velho que olha pra ela confuso pela intromissão. – Que é? Tá' achando que vai entrar assim como se fosse a Disneylândia comunista?

- Desculpa, quem é você? – o barbudo pergunta, com um pingo de ironia na voz.

- Erica Sinclair. Quem é você?

- Murray...Bauman. – ele dá de ombros.

- Escuta aqui, Senhor Bundão. Eu não tô' querendo te ensinar nada, mas eu passei minhas últimas vinte e quatro horas naquele buraco. E, com todo o respeito, se caírem na lorota desse moço aí, vão todos morrer. – a garota fala e eu levanto minhas sobrancelhas em surpresa pela fala da menina.

- Desculpa. Por que essa garota de quatro anos tá' falando comigo? – Murray é irônico e eu escondo uma risada que quer escapar.

- Hã? Eu tenho dez, seu careca babaca. – Erica se estressa.

- Uou, Erica! – o irmão mais velho chama a atenção dela.

- Mas é verdade! – a menina se defende.

- É verdade. Vocês vão morrer, mas não precisam. Licença. – Dustin se aproxima da mesa dos adultos. – Desculpa, posso? – ele pergunta educadamente, se referindo a planta na mesa.

- Por favor. – Murray sorri pro menino, deixando ele se sentar na cadeira e pegar os papéis e o lápis.

- Vamos lá. Tá' vendo essa sala? Aqui é o deposito deles. – ele faz um círculo no lugar. – Tem um alçapão que vai dar no sistema de ventilação subterrâneo. Dali vocês saem na base da arma. – ele faz uma linha até outro lugar no canto oposto da folha. – É meio que um labirinto lá embaixo, mas eu e a Erica mostramos o caminho.

- E vocês mostram o caminho? – Hopper repete, confuso com o que o garoto quis dizer. Provavelmente, pensando que o menino está achando que vai junto com eles até aquele lugar cheio de russos.

- Relaxa. Você fica com a luta e a parte perigosa de herói. A gente fica aqui... – Dustin prontamente tira o que o mais velho tem em mente. – guiando vocês.

- Não. – Jim diz direto, não concordando com a ideia. Ele nega com a cabeça, achando uma piada o plano do garoto. – Não.

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𝐌𝐀𝐓𝐈𝐋𝐃𝐀°ˢᵗᵉᵛᵉ ʰᵃʳʳⁱⁿᵍᵗᵒⁿ°Onde histórias criam vida. Descubra agora