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CHEGANDO NA ESCOLA, descemos rápido dos carros. Hopper mandou Jonatham ir com ele pegar os sacos de sal na despensa da cozinha da escola e enquanto isso Nancy e Mike buscavam pelas mangueiras pra encher a piscina, Dustin e Will arrumavam a piscina de plástico e eu, Joyce e Onze estávamos juntas no laboratório da escola.

Dustin falou que Onze precisaria de algo para tampar sua visão e logo pensei nos óculos do laboratório, por isso estamos aqui agora. Eu consigo escutar Joyce falar bonitas palavras para Onze enquanto terminava de passar a fita por todo o óculos para deixa-lo escuro.

- Você é muito corajosa. Sabe disso, não sabe? Tudo o que você está fazendo pelo meu menino, pelo Will...pela minha família...Obrigada. – Joyce sussurra para Onze que continua calada e de soslaio vejo a mais velha pegar nas mãos da mais nova. – Escuta. Eu vou estar lá com você o tempo todo e, se ficar muito assustador naquele lugar, você me avisa, tá bom?

- Tá – Onze responde apenas e vi como uma brecha pra me aproximar.

- Aqui está seu óculos. A fita vai deixar tudo escuro, igual na sua banheira. – explico pra menina. – Pronta?

- Pronta. – ela responde corajosa. Com isso, Joyce pega em sua mão e começa a guia-la até o ginásio, onde estava a piscina.

Joyce é uma ótima mãe. Tudo o que ela está fazendo pelo filho e pelo apoio que ela dá a Onze deixa explicito que ela é uma ótima mãe e uma pessoa boa. Quando a olho as vezes a comparo com Rose e penso no porquê minha mãe não é igual a Joyce e não quão minha vida seria boa se tivesse uma figura materna como Joyce.

Chegando no ginásio, tudo já está pronto e todos estão a nossa espera. Em silêncio, Onze tira os sapatos e as meias, entrega o seu relógio para Mike, a entrego o óculos que estava em minhas mãos e a mesma os colocou em seus olhos. Joyce e Hopper a ajudam a entrar na piscina por ela não conseguir ver e ela caminha devagar até o centro para se deitar e logo boiar na água salgada.

Todos encaram a cena em silêncio para não a distrair e segundos depois da mesma estar sobre a água, as luzes piscaram rapidamente, como se fosse um aviso dizendo que ela acabou de chegar do outro lado. Onze mexe sua cabeça quase que imperceptível aos olhos, no primeiro momento.

- Bárbara. Bárbara? – Onze sussurra  chamando a atenção de todos, Nancy já esta com uma expressão esperançosa no rosto. Onze começa a respirar fortemente e as luzes começam a piscar freneticamente.

- O que tá' acontecendo? – Nancy pergunta olhando para as luzes piscando.

- Eu não sei. – Mike responde confuso.

- A Bárbara tá' bem? – a expressão de esperança já não existe no rosto da menina mais, pelos seus olhos posso ver que lágrimas querem surgir. – Ela tá' bem?

- Morreu. Morreu. – Onze sussurra e Nancy abre a boca em choque, abraço ela de lado querendo chorar junto com a mesma. – Morreu! Morreu!

- Ei, tá' tudo bem. Tudo bem. – Joyce pega no braço da menina na água, tentando acalmar a mesma que parece descontrolada com algo que viu. – Está tudo bem, estamos aqui. Estamos aqui, querida. – Joyce repete as mesmas palavras, o que deu certo já que Onze parou de respirar forte e gritar. – Tudo bem. Não tenha medo, eu estou aqui. Estou aqui com você, tá' tudo bem.

- Castelo Byers. – Onze sussurra e rapidamente Joyce olha para Jonathan, eles conhecem o tal castelo.

Nancy continua com a mão na boca, em choque e triste pela notícia que ela não queria receber, seus olhos seguram as lágrimas que queriam sair assim como as minhas e eu continuo abraçada de lado na mesma, tentando apoia-la e de alguma forma, diminuir a minha dor.

- Will? – Onzs sussurra, Joyce faz um barulho de surpresa com a boca e Jonanthan arregala os olhos com a boca entreaberta.

- Fala...Fala pra ele que eu tô' indo, que a mamãe tá' chegando. – Joyce pediu em êxito.

- Rápido. Rápido. – a voz fraca de um menino saiu pelo rádio que chiava ao fundo.

- Tá bom. Escuta, fala pra ele...Fala pra ele ficar onde ele está. Estamos indo, estamos indo, tá bom? Estamos indo, querido. – Joyce pede rapido novamente.

Alguns gemidos desesperados saíram do rádio e de supetão, Onze se sentou na piscina e retirou os óculos, ela tinha uma feição de medo, tristeza e desespero no rosto. Joyce a puxou para si e abraçou por trás, repetindo "Tudo bem" para a menina. Ninguém conseguiu dizer uma palavra diante da cena. Eu já não estou mais abraçada em Nancy, com o choque da mesma ter dito o nome de Will eu sem perceber desatei o abraço.

A menina saiu da piscina e agora está enrolada em uma toalha enquanto os meninos estavam ao seu lado apoiando e Lucas fazendo uma carinho para seca-la. Os mais velhos e Jonathan estão em pé um pouco afastados. Hopper já coloca o chapéu na cabeça e o casaco nos braços, pronto para sair novamente.

Nancy havia saído do ginásio e quando vi que os três mais velhos saíram para o estacionamento, resolvi ir até a mesma. Ela está sentada no chão, encostada na parede, abraçada nas pernas ao lado de dois bancos. Ela olha fixamente para o chão, parecendo estar em outro mundo.

- Nancy? – falo com uma voz suave, sem querer atrapalha-la, me aproximo devagar e me sento ao seu lado. – Como você tá'?

- Parece que nada disso é real, eu sinceramente não quero acreditar que isso é verdade. – ela fala devagar e com algumas pausas com sua voz fraca e embargada mas a escuto atenciosamente.

- Eu sinto muito, de verdade. – falo tentando demonstrar toda a minha dor para ela. – Como vamos contar para os pais dela? – suspiro, olhando para o teto.

- Não vamos. – ela ainda encara o chão. Escuto a porta se fechar e Jonathan se aproxima devagar, sentando do outro lado de Nancy. Ficamos alguns segundos em silêncio quando Nancy diz: – Temos que voltar para a delegacia.

- O que? – eu e Jonathan perguntamos ao mesmo tempo.

- A sua mãe e o Hopper tão...indo até lá como iscas. Aquela coisa ainda tá' lá. – seus olhos que já estavam molhados antes começa a ficar vermelho, ela segura o choro. – E não podemos deixar ela pegar eles também. Não podemos.

- Você ainda quer tentar? – Jonathan pergunta concordando com a ideia da menina.

- Eu quero terminar o que começamos. – ela intercala o olhar entre mim e Jonathan. – Quero matar essa coisa.

- Tô' dentro. – sou a primeira a levantar, concordando com a menina. Ela sorri pequeno e se levanta também, olhamos para Jonathan esperando sua resposta e logo em seguida faz o mesmo que nós.

- Vamos logo. – ele tira a chave do seu carro do bolso e anda em direção ao estacionamento, seguimos atrás dele.

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Gente queria avisar que no começo desse capítulo e de provavelmente o próximo também não terá a imagem da roupa no começo porque ela vai estar com a mesma roupa da última imagem que eu coloquei ok.

É isso mesmo, beijocas.

𝐌𝐀𝐓𝐈𝐋𝐃𝐀°ˢᵗᵉᵛᵉ ʰᵃʳʳⁱⁿᵍᵗᵒⁿ°Onde histórias criam vida. Descubra agora