**** Capítulo não revisado. Na publicação final podem ocorrer alterações no texto e consequentemente na história.
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@cadantas.autora*********
DANTE
Faz dez anos que fugi da minha cidade e deixei quem mais amo para trás. A escolha por viver em Desejo não foi aleatória; escolhi porque era o lugar que Denise e eu sempre fantasiávamos estar em todas as nossas brincadeiras infantis.
Uma vez assistimos a um programa infantil em que a apresentadora dizia que aqui era onde a magia acontecia e que todos os sonhos se realizavam, porque o nome da cidade era Desejo. Filha da puta mentirosa. Se existe um pior lugar no mundo, é este.
Aqui só existe dor, desespero, gente rica querendo se dar bem e gente pobre querendo te passar a perna para também se dar bem. E no meio disso existe um dono, Leonor, um homem dominador, o dono e líder da cidade de Desejo. Desde o dia que cheguei esse homem governa a cidade. Nas eleições obrigatórias ele nunca perde, nem ele e nem seus comparsas. Obviamente não são eleições justas, mas quem é capaz de ir contra Leonor? Jamais conheci tal pessoa. E foi se infiltrando no poder que ele se tornou cada dia mais poderoso
Nem acredito que já faz dez anos que vim parar aqui. Perdido, ainda pensando em tudo que fiz e tudo o que aconteceu com Denise e, pior, sentindo dor por tê-la deixado. Mas a condenaria a uma vida de merda sendo fugitiva e cúmplice de um assassino.
Eu já era adulto quando cheguei nesta cidade. Era forte, pois praticava boxe na cidade de onde vim. Não lutava profissionalmente, mas trabalhei em algumas academias. Eu já tinha vinte e seis anos de idade, mas estava longe de ser esperto o suficiente para viver aqui.
Faz dez anos que não tenho mais notícias dela, da minha querida irmã Denise. Soube que ela não mora mais em São José dos Campos e é apenas isso que sei. Minha família parece ter sumido do mapa da mesma forma que eu fiz após ter matado aquele crápula.
Desejo tem de tudo que você possa imaginar de pior. Parece que, pela sua fama de coisa boa, as piores espécies de pessoas do mundo vieram para cá tentar se dar bem. Algumas até conseguiram e depois saíram daqui. Tenho dinheiro suficiente para sair, mas não posso, pois ainda espero por Denise, por qualquer sinal que minha irmã possa me dar.
― Ainda está pensando na proposta?
― Já disse que não, Zé.
― Será rápido, a cidade não fica tão longe e a garota é tranquila.
― Estou fora. Detesto a filha do seu chefe.
― Nosso chefe.
― Ele não é meu chefe, Zé.
― Tá, como queira. Vamos, Touro.
― Esse é meu apelido no ringue, e é bem escroto.
― Touro Selvagem combina com você. Seus socos são fortes como coices de touro e você é selvagem, principalmente por não respeitar as regras.
― Que regras? Existem regras em lutas clandestinas?
― Existem, estamos aqui para entreter, Dante. Cinco segundos não é tempo de entretenimento suficiente para o tanto que essa gente está pagando.
― Ouvi os gritos, todos gostaram. Exceto os que torciam pelo cara nocauteado. ― Deixo escapar um riso sarcástico.
― Vamos lá, Dante. Cem mil.
― O quê?!
― O chefe te paga cem mil para levar a filha dele para curtir uns dias de férias.
― Não eram setenta?
― Você sempre faz um bom trabalho quando se trata da filha dele.
― A garota é o cão e nenhum idiota quer segurar essa bronca, não é? Eu sei que é, eu a conheço, Zé. Sempre sou eu a ficar com esse abacaxi. ― Zé ri com a comparação.
― É só levá-la até o resort, nem precisa esperar para voltar. O lugar é seguro e da confiança do chefe.
― Merda. ― Penso nos cem mil a mais e no que poderei fazer com ele. ― Tenho uma exigência.
― Qual?
― Não vou no mesmo veículo que ela. Irei na minha moto. ― Sei que a mini megera se recusa a viajar de avião. Não será a primeira vez que a levarei até esse resort, e sempre é uma tortura. A última vez foi há cinco anos e prometi que jamais prestaria qualquer serviço que envolvesse Lara, mas cem mil é muito tentador.
― Que tipo de segurança seria essa?
― Serei a escolta. Vou funcionar melhor se conseguir olhar ao redor.
― Vou informar ao chefe. ― Zé começa a se afastar. ― Se quiser, pode ir. Te envio as informações assim que as tiver, mas se prepare, será depois de amanhã. ― Solto um grunhido de ódio, mas preciso do dinheiro. Me sinto um vendido, mas com isso conseguirei pagar o melhor rastreador da região para me conseguir informações sobre Denise. Para viver na cidade de Desejo, não é preciso apenas ter força, é necessário ter conhecimentos, proteção e muito dinheiro.
Há dez anos, quando cheguei na cidade, logo me envolvi em uma briga. Um policial me prendeu, mas ao invés de me levar até a delegacia, me levou para a academia onde Zé é treinador. Até hoje, esse policial ganha dinheiro pelas minhas lutas. Não sou um prisioneiro aqui; o dinheiro, a notoriedade que a luta me dá e o dono da academia que financia as minhas lutas me garantem poder e segurança suficiente nessa merda de cidade.
Zé: O chefe achou sua ideia excelente, contudo, a garota irá com você na sua moto.
A mensagem chega e eu fico sem acreditar. Acheique me daria bem na minha proposta e apenas piorei a minha situação.

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Desejo
RomanceEssa é uma obra originial e será publicada aqui como degustação. trata-se de um romance entre um lutador de boxe e a princesinha da máfia de uma cidade fictícia chamada Desejo. Lara se apaixonada por Dante, algo que ela nutriu por anos até que pudes...