*** Capítulo sem revisão, na edição final podem ocorrer alterações no texto e consequentemente na história. ****
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@cadantas.autora***************
DANTE
Lara vem de uma família de mafiosos poderosos na cidade de Desejo. Pelo que sei, foi a família dela que decidiu que o nome da cidade mudaria, alteraram documentos, bandeira e tudo o que era necessário, exceto as falcatruas, bandidagem, máfia, roubos e corrupção. Grande coisa mudar o nome da cidade, mas quando cheguei aqui já era assim, bem como a família Meirelles era a mais poderosa.
O homem que agredi há dez anos era um dos traficantes da família rival dos Meirelles. O policial que me prendeu era vendido para a família Meirelles. A cidade inteira está comprada e agora pertence completamente aos Meirelles. Isso aconteceu depois que Leonor decidiu se tornar prefeito e, com seu poder amplificado, acabou com a família rival à sua e ele acaba com qualquer pessoa que se atreva interferir em seu caminho.
Lara é a princesinha da máfia, reina soberana junto ao pai. Sua mãe morreu, se viciou em heroína e não demorou a ter uma overdose, segundo as histórias que ouvi por aí. Leila teve uma depressão pós-parto assim que seu segundo filho nasceu morto. Ela andava para cima e para baixo segurando um boneco de plástico como se fosse seu filho, até que um dia ela se envolveu com as drogas que seu marido traficava e não parou até ter uma overdose. Lara encontrou a mãe morta no banheiro com uma agulha presa em seu braço. Ela tinha cinco anos e ficou agarrada à mãe até que seu pai chegasse e a tirasse dali.
Quando cheguei à cidade de Desejo, Lara tinha oito anos, quase completando nove e eu tinha dezessete anos a mais que ela.
― Estou bem, pai. ― A ouço falando com Leonor. ― Não tive como te ligar de hora em hora, me desculpe, mas o Touro Bravo não vai parar sua moto de hora em hora só para eu fazer uma ligação. ― Ela ainda joga a culpa em mim. ― Ele mal faz paradas para eu fazer xixi.
― Mentirosa do caralho! ― falo um pouco alto demais e ouço sua risada abafada do outro lado.
― Desculpe, pai, foi uma brincadeira. Dante é meio bronco, mas é meu segurança preferido. É muito profissional e sabe o que faz, diferente de alguns de seus homens. Sinto confiança nele, o senhor sabe. [...] Tá, também, amanhã nos falamos novamente. [...] Eu sei me cuidar também, pai.
A conversa encerra muito rapidamente. Lara responde de maneira curta, sem dar muitos detalhes da viagem ao pai. Se ele perguntou ou tentou tirar algo mais profundo dela, não conseguiu.
Deixo meu corpo relaxar um pouco após tomar um banho gelado. Dormir não é uma opção, mas acabo me rendendo ao sono. Acordo inúmeras vezes durante a noite; a qualquer barulho, meu sono é interrompido e meu estado de alerta é acionado.
Às cinco da manhã me levanto, visto a roupa e entro no quarto ligado ao meu. Vejo Lara tomando toda a cama de casal. Suas pernas tomam conta do lado esquerdo enquanto seu tronco toma conta do lado direito. Os braços estão jogados para cima, na altura da cabeça. Seus cabelos estão em total desordem, embolados, cobrindo parte do rosto. Outro monte de cachos está para o outro lado, escondendo parte do travesseiro que nem sob sua cabeça está, está apoiada diretamente sobre o colchão da cama. Uma baba escorre pelo lado de sua boca aberta e sorrio. A cena é engraçada, mas ainda assim ela está linda, mesmo que nesse momento não se pareça em nada com a princesa que tanto se esforça para ser. Sorrio ainda mais da cena, saco meu celular e tiro uma foto. Isso pode vir a ser um bom trunfo no futuro.
― Hora de partir, princesa. ― Aviso uma vez e a garota nem se move. ― Vamos, Lara, precisamos partir. ― Nada, ela se mantém estática sobre o colchão. Olho em volta e vejo um dos travesseiros no chão. Pego o mesmo e dou uma boa travesseirada em Lara. Ela se senta sobre a cama.
― Porra, Tourinho?!
― Levanta, sairemos em dez minutos.
― Droga! ― Ela exclama chorosa. ― Acho que entrou algum tipo de poeira no meu olho, está doendo. ― Reclama. Estalo a língua e me aproximo dela.
― Deixa eu ver. ― Lara abre apenas um dos olhos. ― Não tem nada aí.
― Porque não é nesse olho.
― Então abre o outro.
― Não consigo, porque dói e a culpa é sua que me jogou no rosto esse travesseiro sujo.
― Desculpe, princesa. ― Digo com tom de deboche. Ela faz bico. Me aproximo mais e toco o dedo indicador em seu olho fechado.
Caio como um pato na armação da desmiolada. Lara segura meu braço e em menos de um segundo estou deitado sobre a cama com ela sentada em cima de mim. Até me assusto com a destreza da garota, porque sou um gigante perto dela.
― Eu disse que sabia me defender.
― Isso não é bem uma defesa. Posso sair daqui muito rapidamente.
― Da mesma forma que caiu? ― Estalo a língua. Ela ri, seus cachos estão por todo lado. Começo a rir também. ― Do que está rindo?
― Nada. ― Mordo o canto da boca para não rir mais. Não estou rindo dela, mas da situação toda.
― Duvido, fala. ― Ela se move sobre mim apenas para se ajeitar, contudo torna-se um movimento perigoso.
― Hum. Você não parece uma princesa agora.
― Não sou uma, Touro. Nunca fui.
― Todos te tratam como uma, Lara. Seu pai até mais; para ele, você deve ser uma imperatriz. ― A garota entorta a boca, como se tivesse odiado o que eu disse.
― Eu não sou isso! Esta aqui sou eu.
― É, sim! Chata, mimada, insuportável, que faz o que quer e tem todos aos seus pés.
― Pensa tudo isso de mim?
― Você é assim, sempre foi. Agora saia de cima de mim antes que eu tire você à força.
― Não pode me machucar. É meu segurança, trabalha para mim!
― Estou prestando um serviço ao seu pai. Minha obrigação é te fazer chegar viva até o resort. Viva, entendeu?
― Grosso!
― Vai lavar esse rosto para tirar essa baba aí. ― Aponto para sua bochecha molhada.
― Eu não bab.... ― Ela para de falar quando sente o molhado ao passar as costas da mão. Lara se levanta e se olha no pequeno espelho do quarto. ― Ah! ― Seu grito é quase ensurdecedor. ― Estou horrível! ― A garota corre e se tranca no banheiro. Fico rindo do seu desespero.
― Dez minutos, Fiona. ― Faço uma comparação à ogra do filme Shrek.
― Babaca! ― Recebo em resposta.
Volto ao meu quarto. Não tenho muito o que tirar de lá, apenas a jaqueta de couro que estava sobre a cama. Visto e fico na porta do quarto de Lara.
Quinze minutos depois ela deixa o quarto, está limpa, ajeitada e linda.
― Preciso tomar café.
― Aqui não vai achar isso. No caminho, paramos em um posto com loja.
― Não sou nada sem meu café.
― Crianças não deveriam tomar café.
― Tenho dezenove anos, Dante.
― Dezenove? ― As minhas contas estavam erradas? Pensei que ela teria um ano a menos que isso. Só me faz perceber que não sei nada sobre essa garota estranha.
― É, completei faz uma semana.
― Parabéns. Vamos. ― Digo seco. Ela estala a língua.
Pago e fecho a conta do hotel, aceno para osseguranças do lado de fora, subo na moto com Lara na frente e seguimos caminhopela estrada.
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Desejo
RomanceEssa é uma obra originial e será publicada aqui como degustação. trata-se de um romance entre um lutador de boxe e a princesinha da máfia de uma cidade fictícia chamada Desejo. Lara se apaixonada por Dante, algo que ela nutriu por anos até que pudes...