*** Capítulo não revisado, na publicação original podem ocorres alterações no texto e também na história.
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@cadantas.autora
Aproveitem e espero que gostem. **********
Dante
― Dante, o que está fazendo? Solta ele! ― Escuto a voz da minha mãe ao fundo, mas não consigo parar. ― Você vai matá-lo! Solte-o agora! ― Mamãe parte para cima de mim, tentando me tirar de cima daquele corpo quase sem vida.
― Para, irmão! ― A voz de Denise soa e paro. Por ela, eu paro. Olho para ela e vejo medo em seu olhar; sei que tenho fúria em meus olhos. ― Não acaba com a sua vida por isso, Dante.
― Dante, sua vida já acabou, você o matou! ― Minha mãe grita. ― Eu vou chamar a polícia, seu assassino! ― Olho para minha mãe sem acreditar. Ela chora, chora pela morte dele, de um criminoso. Denise chora, mas não pela perda, e sim por mim.
― Vai. ― Denise diz em um fio de voz.
― Vem comigo.
― Não posso. Eu preciso ficar. Vai, Dante. Eu seguro ela para você.
― Denise...
― Não diz nada, eu te amo. ― Minha irmã me abraça. Sinto suas lágrimas molhando meu ombro. Beijo seu rosto, analiso suas feições, acaricio seus cabelos cheios e cacheados e saio. Corro, vou embora dali levando apenas a roupa do meu corpo e o sangue dele em minhas mãos.
Esta é a primeira vez que me separo de minha irmã. Passamos por tantas coisas, mas sempre juntos. Agora não posso ficar com ela. Matei alguém, mesmo que esse alguém merecesse morrer. Isso faz de mim um assassino, como minha mãe me olhou nos olhos e me acusou. Como um covarde, eu fujo.
****
― Dante, está pronto?
― Sim.
― Hora do show. Segure a luta até o terceiro round, se é que você será capaz de vencer.
― Eu já perdi? ― Não obtenho resposta para a pergunta. Termino de enfaixar minhas mãos com as ataduras e vou até o ringue para o show principal da noite.
Ouço os gritos apenas por dois segundos e me desligo. Estou acostumado a eles e de saco cheio dessa gente falsa que está aqui apenas pelo dinheiro que garantirei a elas. Algumas pessoas tocam meu corpo, outras querem um aperto de mão que nunca dou. Paro no meio do ringue. O anfitrião anuncia a luta principal da noite. Meu adversário se chama Furacão. Não é o nome verdadeiro dele, mas sim o de lutador. O meu é Touro Selvagem. Eu odeio esse nome, amo a adrenalina da luta. Aqui eu sou o rei, aqui eu me sinto como se fosse o dono de alguma coisa, mesmo que eu saiba que não sou o dono de porra alguma, nem mesmo da minha vida.
****
― Puta merda, Dante! Te pedi para segurar até o terceiro round! Com cinco segundos de luta você nocauteou o cara?!
― Eu ganhei, não ganhei? Onde está o meu dinheiro?
― Vai ganhar menos dessa vez.
― Por quê? ― A pergunta sai meio rosnada. Olho para o patife do Zé e vejo seu gogó subir e descer.
― Se acalma, campeão.
― Então explica, porra!
― Eu te pedi para segurar até o terceiro round. A culpa foi sua. Isso aqui é tudo aposta, homem! Faz dez anos que se meteu nessa e ainda não aprendeu? Vamos ter que mudar seu nome para Burro Selvagem?
― Quanto?
― Você perdeu sessenta.
― Sessenta mil a menos?
― Isso. Sabe fazer contas? ― Rosno. Zé estremece. ― Tem um trabalho para você, pode ganhar mais setenta mil.
― Drogas de novo?
― Dessa vez não.
― E que merda é essa para ganhar tão bem assim?
― Segurança. ― Ergo uma das sobrancelhas. Sempre é trabalho como segurança.
― Seja específico, Zé, estou com pressa. ― Me levanto, já não querendo o serviço.
― Precisa apenas levar a filha do chefe para curtir uns dias de férias em outra cidade.
― Não. Eu prometi da última vez que jamais faria serviço para essa garota. Nem pensar que serei babá dela novamente.
Me lembro do dia que conheci a filha do chefe. Ela apareceu na academia com o pai. Foi naquele mesmo dia que ganhei meu nome de lutador. Lara era uma criança diferente. Ela me olhava como se pudesse enxergar a minha alma e conhecesse todos os meus segredos. A garota era perturbada; ela é até hoje.
Fui estúpido quando aceitei bancar ser seu segurança. Minha vida em Desejo mudou completamente quando conheci a princesinha da cidade. Lara era tão mandona quanto seu pai e me fazia exigências absurdas, como se vivesse o tempo inteiro me testando.
Me lembro quando a levei na inauguração de uma sorveteria. Como uma criança birrenta, ela queria um sabor que não existia entre os cento e cinquenta sabores do lugar. Lara exigiu que eu a levasse até uma sorveteria que oferecesse um sorvete de caju com água de coco e eu consegui. Garanti um sorriso em seu rosto. Nunca tinha visto alguém tão feliz com a porra de um sorvete.
Conforme os anos passavam, segui acompanhando Lara de perto, mais pelo dinheiro do que por outro motivo, porque era sempre uma tortura ter que lidar com a princesa. Nenhum outro segurança conseguia e o trabalho sempre sobrava pra mim, a um alto custo, é claro.
Da última vez, eu prometi que seria mesmo aúltima. Foi na noite de seu aniversário de quinze anos, eu acho, e a garota seexcedeu na bebida. Cuidar de uma criança mimada e bêbada não foi nadaprazeroso, afinal, sou uns dezessete anos mais velho. E, para o meu totaldesespero, ela vomitou em mim e riu em seguida. Para completar a bobagem, Larame jogou na piscina, se atirando logo depois dizendo que era para ficarmoslimpos. A doida quase se afogou e me levaria junto, porque montou em mim comose eu fosse uma daquelas boias de unicórnio. Ela berrava no meu ouvido mechamando de unicórnio selvagem, até que desmaiou de tão bêbada. Eu realmenteodeio essa garota. Lara é uma das muitas coisas de Desejo que eu não suporto.

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Desejo
RomansEssa é uma obra originial e será publicada aqui como degustação. trata-se de um romance entre um lutador de boxe e a princesinha da máfia de uma cidade fictícia chamada Desejo. Lara se apaixonada por Dante, algo que ela nutriu por anos até que pudes...