Tu dizes que sou forte

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Após a viagem de Chicago, Benjamin convenceu Charlotte de passar uns dias com ele em seu apartamento. Optou por trabalhar homeoffice nesses dias para dar atenção a ela. Charlotte o ensinou a cozinhar melhor enquanto ele a ensinava a jogar bilhar em sua mesa exclusiva. Assistiam filmes juntos, corriam com Denver quase quebrando algumas obras de arte que ele tinha espalhadas pelos cômodos e Charlotte até conseguiu compor uma música, usando o piano dele.

Estavam deitados no sofá da sala quando o celular de Charlotte tocou. Era o seu pai.

- Oi, pai! Tudo bem? - respondeu enquanto tentava se soltar das cócegas que Benjamin fazia em suas costelas.

- Oi, filha! Na verdade não.

Charlotte sentou e um gelo percorreu todo o seu corpo, gesticulando para Benjamin parar a brincadeira enquanto o olhava pálida. Ele entendeu na hora que havia algo de errado.

- O que aconteceu, pai?- perguntou já querendo chorar.

- Na verdade, agora está tudo bem mas sua mãe precisou passar por uma cirurgia de emergência.

- O que?

- Ela, enfim... Descobrimos um tumor no útero dela e precisou retirar. Ela já está em casa se recuperando.

- E o senhor só me fala agora? - se levantou chorando enquanto Benjamin tentava entender o que estava acontecendo.

- Não queria preocupá-la, filha. Vi que estava em Chicago fazendo um trabalho importante.

- Não acredito, pai! Não podia ter me escondido. E se tivesse acontecido alguma coisa pior?

- Calma, filha! Tá tudo bem. Ela tá se recuperando bem.

- Quero falar com ela.

- Ela tá dormindo agora. Mas assim que acordar eu te ligo novamente.

- Eu... - não conseguiu falar sem chorar. - eu amo vocês!

- Nós também te amamos, Charlotte! Eu sei que deve haver algum motivo que te afasta daqui e eu já me cansei de tentar entender. Mas sua mãe precisa de você por perto neste momento. Pelo menos por um final de semana. Mas não tô te cobrando isso.

- Eu... desculpa, pai! Vou tentar ir.

- Ok.

Desligaram e Benjamin correu até a cozinha para pegar um copo com água para a garota.

- O que houve? - perguntou acariciando o seu braço enquanto ela pegava o copo trêmula.

- A minha mãe precisou retirar um tumor do útero. Quer dizer, o útero todo.

- Mas ela ta bem?

- Parece que sim. Mas eu só acredito olhando pra ela.

- Então vamos! Vamos agora, Charlotte! Ela vai gostar de ver você.

- Não dá, Ben... Eu tenho medo de...

- Eu vou com você. Não vai tá sozinha, amor. Agora você tem a mim que sei de tudo o que te aconteceu. Não precisa ter medo. Não cometa o mesmo erro que eu. Seus pais estão lúcidos, aproveite a presença deles enquanto pode. - Charlotte o olhou soluçando e enxugando as lágrimas. Benjamin também não parecia bem.

- Eu vou com uma condição.

- Qual? - ele perguntou pegando sua mão e beijando.

- Quando retornarmos, será a sua vez de vencer os seus medos.

- Não entendi.

- Nós vamos visitar a sua mãe, Benjamin!

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