Eu vou amar você

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Charlotte abasteceu sua caminhonete e pegou a rodovia ainda no final da tarde com destino ao Estado da Pensilvânia. Acabou fazendo um lindo story daquele entardecer que presenciou. Estava bastante descansada quando chegou à Filadélfia no início da noite.
Ao se deitar, pegou o seu celular e ficou encarando o número de Benjamin sem saber se ligava ou não pra ter notícias de Denver.

A quem ela queria enganar?

Ligaria para ouvir a sua voz baixa e aveludada que já havia se empregnado em sua mente. Seria uma rápida ligação apenas para saber como o seu cachorro estava, pensou ao apertar o botão verde.

- Oi, Chao! - ele atendeu de imediato.

- Oi! Já estava dormindo? - perguntou controlando a respiração.

- Que nada! Já corri com o Denver por todo o apartamento e agora estamos assistindo a um filme.

- Ah sim, ele adora filmes! - Charlotte riu. - O que estão vendo?

- Os oito odiados.

- Do Tarantino?

- Sim. Já assistiu?

- Sim. Na verdade eu meio que maratonei os filmes dele depois que assisti Django Livre.

- Achei que fosse por causa de Kill Bill. - ele riu.

- Também mas tem melhores dele. Bom, não quero atrapalhar vocês dois aí. Só liguei pra... pra ter notícias mesmo.

Houve um pequeno silêncio, até que Benjamin perguntasse.

- Onde está agora?

- Deitada na cama de um hotel na Filadélfia. Vou descansar porque amanhã já tenho trabalho em uma feirinha de agricultores. Depois devo cortar o Estado para mais duas apresentações.

- Certo! Então vai descansar. Foi bom ouvir sua voz. - Charlotte prendeu a respiração querendo chorar. Por que tudo com Benjamin parecia ser tão intenso?

- Foi bom ouvir sua voz também, Benjamin! Fica com Deus!

Benjamin sorriu abertamente com a sua "bênção". Nunca havia recebido isso de ninguém além de seus pais na infância. E ela falava aquilo de forma tão genuína e leve que, mesmo que ele já não acreditasse em mais nada vindo do plano superior, não conseguia não retribuir.

- Que Ele cuide de você também, Charlotte! Juízo!

Desligaram e só então Charlotte conseguiu dormir em paz.

No dia seguinte, pegou o seu violão, logo após o café da manhã, para se apresentar em uma feira local de agricultores bem na hora do almoço. O bom dessas apresentações de dia é que no máximo às três da tarde ela estaria na estrada novamente. Chegando com folga em seu segundo show.

Como sempre acontecia, os shows em pequenos lugarejos eram os que Charlotte mais gostava de fazer. Sempre tranquilos e ela não teve maiores problemas.
Estava agora no caminho para Boston, onde faria sua última apresentação da semana.

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Benjamin estava levando Denver todos os dias para o trabalho e o cãozinho havia se apaixonado por sua secretária. Porém, quando Peter entrou desavisado na sala do chefe, se assustou com o visitante e quase voltou pra trás. Mas depois acabou se rendendo aos encantos de Denver também.

- Vai me contar a história dessa guarda compartilhada ou vou precisar imaginar? - perguntou enquanto jogava a bolinha pro cachorro.

- Não é uma guarda compartilhada! Apenas estou cuidando dele para uma amiga que precisou viajar.

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