The gym |noart

13. This girl

Noah Urrea

Termino de digitar a última questão da prova e fecho o computador com cuidado, passando minhas mãos por meu rosto e levantando meu óculos. Sentia meus olhos arderem e minha cabeça pulsar de tanta dor.

Eu odiava fazer provas, mas quando fazia dava tudo de mim e testava meus alunos.

Principalmente ela.

Sina Deinert vem me deixando surpreso com seu rendimento em aulas, e isso me chama muita a atenção. Eu já havia notado que a mesma se sobressaía dos demais e sempre garantia nota máximas em minhas provas, algo que eu considerava quase impossível.

Ela sim seria meu alvo pelos semestres seguintes. Não deixaria a mesma desleixar e sempre iria puxar seu pé por qualquer coisa que fosse, mas eu iria garantir um futuro para ela por respeito a minha profissão.

Ela tem muito potencial.

Confesso que nem eu mesmo sei o porquê de tê-la convidado a treinar comigo, mas eu gostei de seu rendimento em nosso treino juntos, e queria testá-la. Acabava que eu observava seus passos na academia e sabia que a garota conseguiria carregar mais peso do que pensava.

E por isso lhe fiz o favor de mostrar isso.

Sina não era uma pessoa chata ou irritante, mas suas perguntas se tornavam um pouco invasivas e me deixavam nervoso. Comecei a pensar que a mesma teria algum tipo de atração por mim quando me despedi da mesma, e imediatamente já quis cortar qualquer tipo de sonho que ele tivesse.

Tudo não passava do profissional.

Eu havia aproveitado sua companhia, já que meu melhor amigo Joshua estaria comendo alguma puta no México a essas horas, enquanto fazia supino com barra ao mesmo tempo.

A garota era boa e barra pesada, conseguiu facilmente pegar os pesos que eu lhe dava e executar o exercício corretamente a medida que eu aumentava a carga.

Ela era boa.

Muito boa.

Saio se meus pensamentos alheios assim que ouço o barulho da porta se fechando bruscamente. Olho para cima, observando minha esposa caminhar furiosamente até mim.

— Precisamos conversar! — Falou e eu rolei meus olhos, olhando em meu relógio de pulso.

— São oito horas da noite, e essa é a quarta vez no dia que você diz isso. — Lhe encaro, sua face estava vermelha e furiosa — O que você quer agora?

— Nosso advogado ligou para mim.. — Falou sorrindo falsamente — Você por acaso ofereceu mais dinheiro para o divórcio sair logo?

— Sim. — Respondo simples, arrastando minha cadeira para trás e me levantando — Posso saber qual o problema nisso?

— Noah.. — Sua voz agora era chorosa, e eu nem precisava olhá-la para saber que ela começaria com seu teatro — Me machuca todas essas coisas que você faz.

— Ayla, eu te conheço a mais de sete anos, e sei que você está fazendo cena. — Sou direito e em seguida me viro, a encarando — Por que insiste tanto nisso, se foi a primeira a ir atrás do divórcio?